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Laranjinha
Santa Mariana
Guapuruvu
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: 2004
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Rede de Viação
Paraná-Santa Catarina (1948-1975)
RFFSA (1975-1996) |
SANTA
MARIANA
Município de Santa Mariana, PR |
Linha Ourinhos-Cianorte - km 408
(1960) |
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PR-1682 |
Altitude: 484 m |
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Inauguração: 01.11.1948 |
Uso atual: abandonada (2022) |
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com trilhos |
Data de abertura do prédio atual:
1948 |
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HISTORICO DA LINHA: A
Cia. Ferroviaria. Noroeste do Paraná foi aberta ao tráfego
em 1924 ligando Ourinhos, na linha-tronco da E. F. Sorocabana, em
São Paulo, a Cambará, no Paraná e, no mesmo ano,
teve o nome alterado para Cia. Ferroviaria São Paulo-Paraná.
Foi comprada logo depois pelos ingleses da Cia. de Terras do Norte
do Paraná. Prolongada até Apucarana em 1942 e povoando
a região, virgem até 1929, foi vendida ao Governo Federal
em 1944 e incorporada imediatamente à RVPSC. Foi prolongada,
em diversas fases, até atingir Cianorte, em 1972, onde parou.
O tráfego de passageiros, dividido entre os trechos Ourinhos-Maringá
e Maringá-Cianorte, parou em 1981 no primeiro trecho, onde
rodava com trens de passageiros que vinham de São Paulo, e
um pouco antes no outro, onde trafegava em trens mistos. Atualmente
circulam apenas trens cargueiros da ALL, atual concessionária,
no ramal, e o trecho Maringá-Cianorte está abandonado. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Santa Mariana teria sido aberta em 1948, numa cidade que
havia se tornado município um ano antes, em 1947. Como se pode
ver pelas fotos, o prédio da estação daquela
época era diferente do atual, hoje abandonado.
Porém, há fortes indícios que a estação
já existiria desde os primórdios da ferrovia, nos anos
1930. A própria foto que aparece ao pé da página
mostra uma estação diferente, uma construção
anterior à atual.
"Meu pai nos criou pilotando um FNM pelo chão paranaense,
quando o asfalto ia até Cambará, apenas. Naqueles anos,
ele e os demais motoristas de Palmital se afundavam pelo Paraná
em busca de madeira, lotavam os caminhões e seguiam para Brasília,
em construção. A viagem de ida e volta durava até
um mês, pois quando chovia a terra roxa virava cola, e a caminhãozada
atolava até os eixos. Chegavam a ficar semanas na mesma poça,
e até fome passavam. Wagner Canhedo (aquele, da VASP...) passou
fome junto, com o Fordinho enroscado. Por isso ele foi junto comigo
naquela viagem em novembro: relembrar um pouco os lugares antes passados.
O mais gozado foi entrar nas cidades do caminho. Ele ia falando: "Entra
aqui, vira ali, a estação é do outro
lado...". Santa Mariana era uma delas.
E isso em cada cidade, pois carregaram algodão, café,
madeira e o raio a quatro que se produzia naquele Paraná de
fronteira dos anos 60. Hoje tão perto, tudo asfaltado, perdeu-se
o clima de aventura que havia então. No geral, a mesma cena:
abandono e desolação" (Douglas Razaboni,
junho de 2001).
Em 2000, seu pátio já não tinha mais nenhum desvio
além da linha principal. A estação estava bastante
deteriorada em 2016.
"Estive na cidade de Santa Mariana no mês de Junho de 2.005,
visitando meus avós, e aproveitei para rever também a estação ferroviária.
Pude ver pessoalmente o quão destruída ela está, mas pude experimentar
a sensação de uma volta ao passado. Lembrei-me das duas únicas ocasiões
em que viajei de trem por um longo percurso. Foi no ano de 1.980,
eu estava com aproximadamente 06 anos, e eu e minha avó embarcamos
no trem na Estação Júlio Prestes, num vagão da 2ª classe, com destino
ao Paraná. Achei esquisito o trem passar por tantas estações sem parar
(eram as estações do trem metropolitano da antiga Fepasa). Não me
lembro os nomes das paradas, apenas de uma, por que o passageiro do
banco de trás disse "já estamos em Mailasque" e eu achei o nome engraçado.
Muitas pessoas usavam o trem e o bilheteiro passava perfurando as
passagens, devidamente trajado. Ao amanhecer, com a paisagem na janela,
eu me sentia entediado com tanto mato, até chegarmos ao nosso destino,
anunciado pelo bilheteiro.
Na volta, quando estávamos na estação, já tarde da noite, e eu cochilando
no colo da minha avó, me assustei quando o chefe anunciou a aproximação
do trem tocando um sino. Apesar de pequena, a estação era bem arrumada,
no alto da cidade, de onde se avistava a torre da igreja matriz. Essas
lembranças se tornaram mais fortes ainda quando um trem de carga se
aproximava da estação e apitava, advertindo, devido à forte neblina.
Foi uma cena muito nostálgica e feliz para mim, que gostava de viajar
de trem (mesmo que, numa segunda oportunidade, tenha ido "apenas"
até Ourinhos de trem, e de lá de ônibus, pois em 1986 já não tinham
trens para o Paraná). Nostálgica, porque não vejo grande possibilidade
de um dia fazer a mesma viagem, da Júlio Prestes (ou da Barra Funda)
até Santa Mariana (ou até Ourinhos), e feliz, porque pude presenciar
um trem passando devagar pela plataforma da estação, mesmo sendo de
carga. Estou mandando algumas fotos, e nelas até a neblina colaborou
para que a imaginação fluísse" (Marcelo O. Machado, Caraguatatuba,
SP, 12/2005).
Em 2022, estava abandonada, em estado bem ruim.
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O
nome "Santa Mariana" é uma homenagem à filha de
Cornélio Procópio de Araújo Carvalho, Maria Balbina
Procópio Junqueira, que foi casada com Francisco da Cunha Junqueira.
Seu pai nomeia o município vizinho. |
ACIMA: Mapa da linha em 1935. Santa Mariana ainda não
existia (Acervo Sud Mennucci/Ralph M. Giesbrecht).
(Fontes: José Carlos Farina; Douglas
Razaboni; Marcelo O. Machado; Wanderley Duck; Leandro Guidini; Guia
Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960) |
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A estação de Santa Mariana, nos tempos de movimento,
e com feições ainda originais. Foto cedida por
Wanderley Duck |
Fachada da estação, em 11/2001. Foto Douglas Razzaboni
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Na plataforma, dados de quilometragem e altitude... (11/2001)
Foto Douglas Razzaboni |
Plataforma da estação, em 11/2001. Foto Douglas
Razzaboni
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A fachada da estação, em 11/2005. Foto Marcelo
O. Machado |
Do meio da neblina, surge o trem da ALL, em 11/2005. Foto Marcelo
O. Machado |
A estação em 4/2012. Foto Adriano Martins |
A estação em 2016. Foto José Carlos Farina |
A estação em maio de 2022. Foto Vitor Langaro |
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Atualização:
03.06.2022
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