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VXY Mogiana em MG
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Gramado
Videira
Pinheiro Preto
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Itararé-Uruguai, SC - 1965
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2004
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E. F. São Paulo-Rio Grande (1910-1942)
Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (1942-1975)
RFFSA (1975-1996)
VIDEIRA
(antiga RIO DAS PEDRAS e PERDIZES)

Município de Videira, SC
linha Itararé-Uruguai - km 708,731 (1936)   SC-0495
Altitude: 692,137 m   Inauguração: 01.05.1910
Uso atual: centro cultural (2014)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: anos 1940
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha Itararé-Uruguai, a linha-tronco da RVPSC, teve a sua construção iniciada em 1896 e o seu primeiro trecho aberto em 1900, entre Piraí do Sul e Rebouças, entroncando-se em Ponta Grossa com a E. F. Paraná. Em 1909 já se entroncava em Itararé, seu quilômetro zero, em São Paulo, com o ramal de Itararé, da Sorocabana. Ao sul, atingiu União da Vitória em 1905 e Marcelino Ramos, no Rio Grande do Sul, divisa com Santa Catarina, em 1910. Trens de passageiros, inclusive o famoso Trem Internacional São Paulo-Montevideo, este entre 1943 e 1954, passaram anos por sua linha. Os últimos trens de passageiros, já trens mistos, passaram na região de Ponta Grossa em 1983. Em 1994, o trecho Itararé-Jaguariaíva foi erradicado. Em 1995, o trecho Engenheiro Gutierrez-Porto União também o foi. O trecho Porto União-Marcelino Ramos somente é utilizado hoje eventualmente por trens turísticos de periodicidade irregular e trens de capina da ALL. O trecho Jaguariaíva-Eng. Gutierrez ainda tem movimento de cargueiros da ALL.
 
A ESTAÇÃO: Os trilhos chegaram a Rio das Pedras em 25 de novembro de 1909. (José Lona, administrador: Pequenas lembranças do tempo da construção da SP-RG, data ignorada). A estação foi aberta com esse nome em maio de 1910 dando origem à cidade.

Em 1918, o real início da colonização, e, em 1921, a alteração do nome do povoado para Perdizes. Entretanto, a autorização para a mudança do nome da estação para Perdizes era bem anterior: de janeiro de 1916 (Brazil Ferrocarril, janeiro de 1916).

Em 1927, Perdizes foi elevado a distrito, e, em 1944, a município, agora com o nome de Videira, ocupando as duas margens do rio do Peixe.

A estação desativada nos anos 1980 servia em 2003 como centro cultural e de artesanato.

"Lembro-me que, quando adolescente, era muito comum termos em Videira, no tempo de safra de grãos, composições que se originavam do Rio Grande do Sul, da região de Passo Fundo e da Santo Ângelo, que eram responsáveis por abastecer às indústrias Perdigão, Sadia e diversos moinhos de grãos. Depois, acho que no ano de 1983, a Perdigão transferiu a sua descarga de vagões para o Terminal de Gramado, uma estação acima, pois a população estava reclamando do excesso de pó e caminhões no centro da cidade e coisas assim. Para vocês terem uma idéia, hoje nem mais existe esse terminal ferroviário, apenas algumas linhas, a estrutura toda foi arrancada e o que sobrou foi literalmente roubado. No sentido Porto União- Marcelino Ramos se recebia também trens com triplex de Macosas G-22 puxando diversas mercadorias, como cimento, areia, diversos grãos oriundos do Estado do Paraná e muitas vezes importados, como milho dos EUA para abastecer as agro indústrias da região. Hoje infelizmente toda a infra-estrutura ferroviária praticamente não existe mais, desvios foram suprimidos e arrancados, pátios, a exemplo da estação de Herval D'Oeste, um dos mais movimentados pátios, devido ao grande número de indústrias e moinhos de empresários que acreditavam ainda no transporte ferroviário, apesar de todos os problemas e da falta de "Espirituo Quo" de muitos funcionários da epóca que ao que parece esqueciam de quem lhes sustentava todo mês, fazendo muitas vezes corpo mole em diversas situações que presenciei pessoalmente... bem, isso já é passado" (Paulo Stradiotto, julho de 2008).

Ainda segundo Paulo, o depósito de locomotivas de Videira funcionou até 1972. Uma das principais funções era o abastecimento das locomotivas a diesel tipo U-10 e U12, pois havia a necessidade de completar o seu tanque de combustível para seguir viagem rumo a União da Vitória ou Marcelino Ramos.

Também havia uma grande adega de vinhos que serviu os passageiros do trem turístico quando este correu na linha em algumas ocasiões nos anos 2000.

Em 2014, foi aberto no antigo pátio ferroviário, incluindo a área do triângulo de reversão, um parque. Parece que os trilhos da linha principal e do triângulo haviam sido mantidos, o que foi bom.

ACIMA: A estação, ainda com o nome de Perdizes. Fotografia provavelmente dos anos 1950 (Autor desconhecido).

ACIMA: A ponte rodoviária sobre o rio do Peixe, próxima à estação, provavelmente nos anos 1950 (Autor desconhecido).

ACIMA: A ponte ferroviária sobre o Rio das Pedras, que deu seu nome ao povoado onde surgiu a estação e afluente do Rio do Peixe (Anos 1960 e autor desaconhecido).
ACIMA: A estação de Videira nos anos 1960, já de prédio novo, de alvenaria (Autor desconhecido).

ACIMA: A cidade de Videira em 1965. Compare com as fotos mais abaixo, de 17 anos depois. A estação e o pátio, bem como o triângulo de reversão (este facilmente identificável) estão à esquerda do rio do Peixe (Autor desconhecido - acervo Nilson Rodrigues).
ACIMA: Trem misto com duas locomotivas em Videira. Foto de 1976 (Foto Paulo Stradiotto).

ACIMA: A cidade de Videira, em 1982. Ao centro, a estação, na margem esquerda do Rio do Peixe. ABAIXO: A mesma fotografia, focada em tamanho maior no pátio da estação (Acervo Paulo Stradiotto).



ACIMA: Locomotiva e trem da ABPF-SC, em novembro de 1994, no pátio da estação de Videira. Nessa época, trens de passageiros passando por ali já eram somente os turísticos, quando passavam (Foto Paulo Stradiotto).

ACIMA: Ponte ferroviária em sobre o Rio das Pedras em Videira em março de 2016 (Foto Herculano H. Riffei).

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Victor Hugo Langaro; Paulo Stradiotto; Nilson Rodrigues; Flávio Cavalcanti; Brazil Ferrocarril, 1916; RVPSC: Relatórios anuais, 1920-60; RVPSC: Horário de Trens de Passageiros e Cargas, 1936; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Depósito de locomotivas em Videira, sem data. Já foi demolido. Foto cedida por Nilson Rodrigues

A estação de Videira em 1994. Foto Paulo Stradiotto

A estação de Videira em 1994. Foto Paulo Stradiotto

A estação de Videira em 1994. Foto Paulo Stradiotto

A estação, em 09/2002. Foto Nilson Rodrigues

Estação de Videira em 08/2003. Foto Flávio Cavalcanti

A estação em 13/3/2009. Foto Paulo Stradiotto

A estação em março de 2016. Foto Victor Hugo Langaro
 
     
Atualização: 21.10.2022
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.