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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Lajes
Cabugi
Santa Cruz

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EFCRN - 1940
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: N/D
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E. F. Central do R. G. do Norte/Sampaio Correa (1932-1957)
Rede Ferroviária do Nordeste (1957-1975)
RFFSA (1975-1997)
CABUGI
Município de Taipu, RN
Ramal de Jurucutu - km 161 (1960)   RN-4793
Altitude: 168 m   Inauguração: 25.09.1932
Uso atual: abandonada (2018)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
 
HISTORICO DA LINHA: Com a inauguração da estação de Lages em 1918, no sertão potiguar, a ferrovia que vinha de Natal estava agora em uma posição favorável para lançar duas linhas a partir da E. F. Sampaio Correia: uma para o sul do Estado, para a fronteira paraibana e outra para o norte, alcançando o porto de Macau. A continuação para Macau ficaria pronta somente em 1962 e duraria apenas vinte anos funcionando. A linha para Jurucutu foi interrompida nos anos 1960 por causa da desapropriação de terras para a construção de uma barragem.
 
A ESTAÇÃO: A data da inauguração da estação de Cabugi citada em 10/11/1919, no Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, de 1960 parece equivocada, dada as evidências apresentadas pelo site https://cronicastaipuenses.blogspot.com/2020/07/a-estacao-cabugi.html e citadas abaixo.

A estação de Cabugi fazia parte do ramal que ligava Lages a Jurucutu, da Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte-EFCRGN, tendo sido inaugurada em 25/09/1932. Sua localização estava entre as cidades de Lajes e a então vila de São Romão, atual cidade de Fernando Pedrosa, estação também inaugurada no mesmo dia que a de Cabugi, a época ambas pertencentes ao município de Angicos.

Sobre a inauguração desta estação há o registro do telegrama do diretor da EFCRGN, Norberto Paes, enviado ao Ministro da Viação, José Américo, dando ciência da inauguração das estações de Cabugi e de São Romão:“Natal, 26.Tenho a mais viva satisfação de comunicar a V. Ex., que foram inauguradas,ontem, as estações Cabugi e São Romão no prolongamento desta estrada.Estiveram presentes ao ato os representantes do Sr. Interventor no Estado, secretário, Tribunal de Justiça, comércio, jornais e grande massa de população da zona rural. Rogo a V. Ex., permissão para dizer que o referido melhoramento da zona deu lugar a que a mesma população aclamasse delirantemente o nome de V. Ex.Cumpre-me informar ainda a V. Ex., que os serviços inaugurados foram feitos aproveitando somente flagelados.Saudações respeitosas. (a) - Norberto Paes, diretor [da] Central R. G. do Norte (A Noite, 27/07/1932, p.9, grifo nosso).

Do texto acima, além de saber que a inauguração das referidas estações, fica-se sabando que os serviços foram feitos aproveitando a força de trabalho dos flagelados da seca daquele ano de 1932.

A inauguração das estações de Cabugi e São Romão ecoaram ainda nos demais jornais da então capital do país, a cidade do Rio de Janeiro, como os citados a seguir: Correio da Manhã, 27/09/1932, p.4;  04/10/1932, p.4; Diario da Noite, 27/09/1932, p.5, Jornal do Comércio,RJ, 28/09/1932, p.5.

Em todos estes veículos de comunicação foram replicados o telegrama enviado pelo diretor da EFCRGN citado acima.

Já o Jornal do Brasil escreveu na edição do dia 30/09/1932: “ NATAL, 29- realizou-se domingo, a inauguração das estações de S.Romão e Cabugy, na Estrada de Ferro Central do Rio Grande do Norte. Houve um trem especial, que conduziu as autoridades, e regressou a noite, após a realização de grande festa, nas estações inauguradas”. (JORNAL DO BRASIL,30/09/1932, p.12).

Como  já dito antes, Cabugi fazia parte do território do município de Angicos a época da inauguração da estação ferroviária naquela localidade.

Em 1937 foi publicado no jornal Diário de Noticias uma matéria a respeito da então povoação do Cabugi.

Segundo a referida matéria a zona do Cabugi era das mais prósperas do municipio de Angicos. Situada ao leste da sede municipal de onde distava 28 km e da capital. ”É nela que está localizada a conhecidissima serra do Cabugy que pela sua altitude e originalidade de aspecto, é uma dos mais interessantes acidentes geográficos do Rio Grande do Norte”.Presentemente o referido acidente geográfico é conhecido como Pico do Cabugi.

De acordo com a referida matéria os habitantes do Cabugi, assim como os demais do município, dedicavam-se quase exclusivamente a agricultura e a pecuária.

Sobre a estação ferroviária do Cabugi escreveu a citada matéria: “é servida pela linha férrea da Central, que ali fez construir uma estação, de linhas modernas, inaugurada em setembro de 1932.Este prédio fica em terras da fazenda Santa Cruz, de propriedade do cel. Luiz Pinheiro, um dos maiores fazendeiros daquela região’ (DIÁRIO DE NOTICIAS,12/06/1937,p.36).

Sobre a serra do Cabugi escreve a citada matéria “a serra do Cabugy, que foi chamada por um poeta potyguar ‘isolada pirâmide do Egito’, é avistada de pontos afastados, e tem servido de bússola a navegantes e pescadores” (DIÁRIO DE NOTICIAS,12/06/1937, p.36).

Acreditando no futuro promissor da povoação terminava a matéria dizendo que por fatores, Cabugiserá, talvez num futuro muito próximo, uma das mais importantes povoações do município de Angicos” (DIÁRIO DE NOTICIAS,12/06/1937, p.36).

A estação do Cabugi funcionou por pouco mais de 30 anos, como se pode ver nos horários dos trens da EFCRGN, onde ela aparece em 1962, mas já não em 1966.

Abandonada, o destino da estação foi a demolição, restando apenas os alicerces e na plataforma do edifício, que podem ser vistos atualmente em meio à paisagem árida da caatinga, como visto ao pé da página.

(Fontes: Mapa - acervo Ralph M. Giesbrecht; ttps://cronicastaipuenses.blogspot.com

     

A plataforma da estação em 2020. Foto Cicero Lajes



     
Atualização: 12.02.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.