HISTORICO DA LINHA: Entre 1881 e 1883, no Rio Grande do Norte, foi construída e inaugurada a E. F. Natal a Nova Cruz, logo incorporada à Great Western do Brasil na mesma época e com ligação com a linha que vinha do estado da Paraíba, na estação de Nova Cruz. Em 1957, a Rede Ferroviaria do Nordeste, sucessora da EFGW, foi incorporada
à RFFSA.
Em 1982, a linha passou a ser operada pela CBTU (Companhia Brasileira de Trens Urbanos), com o nome de Linha Sul e o trecho restante, entre Cajupiranga e Nova Cruz, passou em 1998 para a CFN, empresa concessionária das linhas no RN e foi logo abandonada. |
A ESTAÇÃO: Já há bastante tempo, o nome popular da estação, não oficial, é Estação da Ribeira. A primeira estação de trens de Natal foi um prédio provisório; mas, por algum tempo, parece que a estação ferroviária da linha que ligava a cidade às linhas para Nova Cruz (Sul) e Macau também foi usada provisoriamente, antes de a ponte ferroviária sobre o rio Igapó ser construída, por volta de 1917.
Alguns antigos
ferroviários afirmam que ele ficava muito distante do centro da cidade
e por isso acabou-se utilizando a estação da praça Augusto Severo,
da E. F. Natal a Nova Cruz., que hoje é a da Ribeira.
Quando os trens metropolitanos de Natal começaram a operar, em 1982, o pátio e as plataformas da estação foram ocupadas pela CBTU e os trens das duas linhas, Norte e Sul, passaram a operar a partir da Ribeira, na estação que se usa já há muitos anos, praticamente já na segunda metade dos anos 1910.
Este prédio foi concebido juntamente com um parque ferroviário
de grandes proporções, chamado na época de esplanada Silva Jardim, que fazia
parte de um conjunto de ações da Inspetoria de Obras Contra as Secas
(IFOCS) - com rotunda, oficinas, marcenaria, caixa d'água e carvoeira,
cujos prédios continuavam em pé e muito bem conservados em 2023.
Wagner ainda acrescenta que "a
estação da EFCRN e a esplanada Silva Jardim ficavam depois da estação
da Natal a Nova Cruz, os passageiros não tinham acesso. Havia (e ainda
há) ligações dos trilhos com a esplanada e o porto de Natal, mas eles
só eram utilizados para transporte de mercadorias e para levar material
rodante que precisava de manutenção. As oficinas do parque ferroviário
da esplanada tinham total autonomia para fazer grandes reparos, e
até mesmo montar locomotivas e vagões. Meu tataravô e meu bisavô foram
operários dessas oficinas e tenho algumas lembranças deles, como a
mala de ferramentas e fotografias.
(Veja também NATAL)
ACIMA: A situação curiosa em que ficava a estação da Coroa quando a maré subia, deixando a estação completamente ilhada. Anos 1910 (Arquivo Nacional).
ACIMA:
As linhas da Natal-Nova Cruz (para o sul) e Central do RN (para o
norte), com a linha em vermelho mostrando o percurso inicial da
EFCRN antes da construção da ponte do Igapó.
A estação em preto é a de Natal da linha para -Nova
Cruz, que hoje tem trens metropolitanos até Parnamirim. A estação em azul é
a de Natal da EFCRN, ligada a outra por um ramal (Cessão Wagner
Rodrigues, 2006).
ACIMA: Trem da CBTU deixando o pátio de Natal
nos anos 2010 (Autor desconhecido).
ACIMA: Trem Natal-Parnamirim em 27/2/2014 na plataforma
da estação de Natal (Foto Gunnar Gil).
ACIMA: Trem metropolitano estacionado na estação da Ribeira em 25/12/2017 (Foto João Rodrigues Lanza).
ACIMA: Plataformas de embarque e desembarque da estação da Ribeira em 25/12/2017 (Foto João Rodrigues Lanza).
ACIMA: Entrada principal do prédio em 2021 (Foto Geraldo Landovsky).
ACIMA: Mapa do final de 2022 com as linhas Sul e Norte do trem metropolitano de Natal (CBTU). Ver a estação de Natal (Ribeira) a centro-direita no mapa. As duas estações mais recentes entregues, Bonfim e São José do Mipibu, ainda não aparecem, com a linha Sul terminando ainda em Cajupiranga.
ACIMA: Fachada e entrada da estação de Natal em 2021 (Google Maps).
(Fontes: Wagner do Nascimento Rodrigues, 2006; Gunnar Gil, 2014; Wênya Dantas,
2006; Eduardo Viana, 2005; João Rodrigues Lanza, 2017; Geraldo Langovsky, 2021; Fernando Marietan, 2016; Carlos Cornejo e João E. Gerodetti: As ferrovias
do Brasil, 2005; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |