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E.
F. Oeste de Minas (1923-1931)
Rede Mineira de Viação (1931-1965)
V. F. Centro-Oeste (1965-1966) |
VÁRZEA
DO MARÇAL
Município
de São João del Rey, MG |
Ramal de
Águas Santas - km 98,000 (1960) |
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MG-4248 |
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Inauguração: 14.11.1923 |
Uso atual: demolida |
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sem
trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d (já
demolida) |
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HISTORICO
DA LINHA: O Ramal de Águas Santas foi aberto em 22/08/1910. Ligava
a estação de Chagas Dória, aparentemente aberta especialmente para
esse entroncamento, à localidade de Águas Santas, passando quase todo
ele dentro do município de Tiradentes. Até 1966, quando foi fechado,
funcionava como um trem de subúrbio, em bitola de 76 cm, como o restante
da linha da EFOM naquela região. Tinha apenas uma estação (César de
Pina) e várias pequenas paradas numa extensão de pouco mais de 11
quilômetros, incluindo dois quilômetros da linha principal, pois o
trem saía de São João Del Rey. |
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A ESTAÇÃO:
Curioso, a hoje esquecida Várzea do Marçal era
para ser a capital de Minas Gerais: "A área entre São João
Del Rei e Tiradentes chamava-se há 100, 120 anos atrás de Várzea do
Marçal. É um local importante, pois na época da transferência da capital
de Vila Rica os 5 lugares escolhidos para a instalação da nova capital
foram Barbacena, Juiz de Fora, Paraúnas, Arraial do Curral Del Rei
e Várzea do Marçal. Por incrível que pareça, a decisão foi de que
a nova capital seria em Várzea do Marçal, porque muitos políticos
que votaram nessa transferência tinham terrenos próximos, e pela valorização
de seus terrenos, eles forçaram para que a transferência fosse para
Várzea do Marçal. Uma equipe de técnicos, geólogos, geógrafos, foi
contratada, analisando a viabilidade técnica da transferência, viram
que a mesma não era viável, pois a área era pantanosa, o que não era
viável para o surgimento de uma cidade. Por isso, então, essa escolha
foi reavaliada e mudou-se então a decisão: ao invés de Várzea do Marçal,
Arraial do Curral Del Rei, que é hoje Belo Horizonte, seria o local
de instalação da nova capital". Outro artigo fala da situação
da área na época, já com colonos italianos: "Os
colonos italianos instalados em São João del-Rei experimentaram duas
fases com situações administrativas distintas dentro do núcleo. A
primeira, de 1888 até 1894, é marcada pela falta de interesse do Estado
em prestar assistência ao núcleo. Os imigrantes italianos tiveram
que buscar alternativas para tirarem o sustento. O periódico 'A Pátria
Mineira' de 01 de Agosto de 1889 já trouxe notícias sobre o estado
de abandono em que se encontravam os colonos e que a demora para o
pagamento das habitações em construção 'poderia acarretar desanimo
aos colonos'. Nesta fase, o Estado pretendia desalojar os imigrantes
do núcleo para construir a capital mineira naquela área. Tal período
de abandono levou a várias reclamações dos imigrantes à Câmara Municipal
de São João del-Rei. Os relatos de Carlos de Laet sobre a várzea do
Marçal retratam esse estado de abandono: 'A várzea do Marçal (...)
tem ultimamente adquirido fama, e não pequena, por ser um dos pontos
indigitados para o assentamento da futura capital do Estado de Minas.
(...) Tudo isso (...) está quase desabitado. Apenas vinte fogos contaram
os engenheiros em área de tamanhas dimensões! Raros colonos cultivam
algumas hortaliças ou entregam-se à destruição do mato para fazer
lenha" (Bruno Campos, A Imigração Italiana e a Oeste de Minas
em São João del-Rei, www.ograndematosinhos.com.br, entrada
em 27/2/2009). A ferrovia, no entanto, somente passaria pela área
em 1911, quase 20 anos depois da desistência de se tornar aquela
área a capital mineira. Duas paradas foram ali construídas:
a de Colônia, em 1911, e a que levava o nome da área,
Várzea do Marçal, inaugurada em 1923.
Desta, nada sobrou após sua desativação em 1966,
nem mesmo vestígios.
(Fontes: Bruno Nascimento Campos, 2003; Guia Geral
das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Bruno N. Campos, A Imigração
Italiana e a Oeste de Minas em São João del-Rei, www.ograndematosinhos.com.br)
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Atualização:
04.03.2009
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