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E. F. Oeste de Minas
(1890-1931)
Rede Mineira de Viação (1931-1965)
V. F. Centro-Oeste (1965-1975)
RFFSA (1975-1996) |
DIVINÓPOLIS
(antiga HENRIQUE GALVÃO)
Município de Divinópolis, MG |
Linha Belo Horizonte-Garças
- km 744,853 (1960);
Linha do Paraopeba - km 354,950 (1960) |
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MG-0536 |
Altitude: 672 m |
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Inauguração: 30.04.1890 |
Uso atual: Secretaria da Cultura (2009) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1916 |
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HISTORICO DA LINHA: A
linha Belo Horizonte-Garças de Minas foi aberta entre 1911 e 1916
pela E. F. Oeste de Minas, ligando a capital a Garças, na época parte
da E. F. Goiaz e situada na zona de mineração mineira, próxima a Goiás.
Somente em 1920 foi construída a estação prórpia da EFOM na capital.
A linha funciona até hoje para cargueiros, tendo sido na década de
1970 o seu início na capital fundido com a Linha do Paraopeba, da
Central do Brasil. O seu trecho na região metropolitana de Belo Horizonte
recebeu trens de subúrbio por muitos anos, e a partir dos anos 1990
passou a ter a linha do metrô acompanhando de perto a sua linha, que
ficou somente para movimento dos trens cargueiros. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Henrique Galvão, nome do construtor da ferrovia,
foi inaugurada em 1890 no ramal de Paraopeba, da E. F. Oeste
de Minas, em bitola estreita de 76 cm. Esta primeira estação situava-se
na antiga rua do Comércio, próxima ao atual estádio Mendes
Mourão. A cidade já existia com o nome de Espírito
Santo, pertencendo ao município de Tamanduá
(hoje Itapecerica).
Em 1890, como já dito, foi inaugurada a estação.
Em 1911 a vila teve o nome alterado para o da estação,
Vila Henrique Galvão. Foi neste mesmo ano (ou em 1909?
- veja caixa abaixo, de 1909) que foi formado o entroncamento com a linha que viria
a se tornar a Belo Horizonte-Garças: a estação
passa então a operar em duas linhas - uma métrica e
outra, a de Paraopeba, continuando com 76 cm de bitola.
O nome atual veio em 1912, Divinópolis, três meses
depois da criação do município. A estação,
então, teve o nome alterado outra vez, para o da cidade, transferindo-se
o nome de Henrique Galvão, para uma nova estação,
imediatamente posterior à de Divinópolis, no
ramal de Paraopeba.
Mais tarde, com a consolidação da bitola métrica
do ramal de Paraopeba, a estação de Divinópolis
continuou a ser um importante entroncamento dessas linhas, até
hoje. O prédio da estação original foi demolido
e um novo foi construído em 1916 na atual praça Pedro Gontijo.
É o que até hoje ainda está lá.
Na verdade, a mola propulsora de Divinópolis foi a ferrovia,
especialmente depois de 1911, quando se ligou a Belo Horizonte
pela bitola métrica do ramal de Garças. As oficinas
da locomoção foram para lá (1918), empregando
muita gente, cuidando tanto das máquinas, carros e vagões
da linha métrica quanto da "bitolinha", até
que esta acabasse, em 1966, com o alargamento da bitola da linha que
vinha de Lavras.
A usina de álcool Engenheiro Gravatá também era
grande empregadora e carregava seus produtos e matéria-prima
pela ferrovia. Ali se produzia álcool-motor a partir de mandioca,
a partir de 1931.
Também ali foi construída ali uma usina hidrelétrica
pela RMV para a eletrificação da linha de Divinópolis
a Belo Horizonte, que funcionou até os anos 1980.
"Vivi toda minha infância nestes
locais, me lembrando ainda dos tempos em que ia a oficina da Rede em Divinópolis levar comida para meu avô quando
o mesmo chegava de viagem,
pois cada maquinista
antes de ir para casa cuidava de sua locomotiva (eu me lembro das
a óleo em bitola 0,76), lubrificando, polindo
a tubulação de cobre" (Hudson Lopes, 08/2006).
A partir de 1999, o prédio da estação tornou-se
a sede da Secretaria Municipal da Cultura de Divinópolis.
O prédio havia sido tombado pelo município em 1988 (Lei
2.456). Já a oficina funcionava ainda em 2009, sendo utilizada
pela FCA, atual concessionária da linha.
ACIMA: Inauguração da estação
de Henrique Galvão em fotografia publicada em revista de 2/10/1909.
Então seria a inauguração da nova estação
de Divinópolis? Mas não foi em 1916? A linha de BH não
teria chegado ali somente em 1911? (Fon-Fon, 1909).
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1914
AO
LADO: Interessante carimbo, aposto
sobre um fragmento de um envelope pré-franqueado emitido no
período de 1906 a 1910, porém foi usado até 1918, quando tivemos
outra emissão modificada. A data está apagada, mas acredito
que seja 1914 (ou 1917). É um carimbo do trecho Belo Horizonte
(curiosamente grafado errado, com S) a Henrique Galvão, atual
Divinópolis, relativamente raro (Marcio Protzner, em 24/1/2009). |
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1917
AO
LADO:Inauguração das oficinas de Divinopolis (O Estado de S. Paulo,
23/1/1917). |
"Semana
passada reuni-me a uma comitiva que ia percorrer uma parte de
Minas Gerais servida pela E. F. Oeste de Minas que ainda não
visitara. Fomos pela E. F. Central até Barra Mansa, donde fizemos
rumo à Mantiqueira, beiramos depois um trecho navegável do rio
Grande (alto Paraná), passamos depois à bacia do S. Francisco
até Belo Horizonte e só a deixamos pela do Paraibuna e Paraíba,
primeira estrada entre o rio e as serras do Ouro, por onde a
E. F. C. B. nos restituiu ao ponto de partida. Embarcamos 5ª
feira às 11 da noite, chegamos 2ª quase às mesmas horas. Pouco
faltou para completarmos 2.000 quilômetros. Iam o Ministro da
Viação, com quem tenho relações vagas, e o Presidente de Minas,
eleito Vice-Presidente da República no próximo quatriênio (nota
deste autor: trata-se de Delfim Moreira), a quem fui apresentado
um pouco a contragosto. Houve almoços, jantares, discursos,
hino nacional a valer. Passamos por Turvo, Lavras, Oliveira,
Itapecerica, Divinópolis e Belo Horizonte. Não havia veículos,
exceto em Lavras, onde existe uma linha de bondes, e de tantas
cidades só apreciei o que é visível da estação ou do trem. Em
Lavras, além de um grupo escolar dirigido por pessoa competente,
há um colégio protestante com internato numeroso para meninos,
escola agrícola e curso para meninas. Com o diretor, Dr. Gammon,
conversei bastante: pareceu-me homem de valor. É natural de
Virginia, portanto, estadunidense, como começam a dizer. De
sete em sete anos tem uma licença e vai refazer-se. Em geral
não volto satisfeito de excursões ferroviárias. O traçado primitivo
devia cortar plantações, mas hoje à beira das linhas apenas
se avista uma vegetação que não teve ainda tempo de virar capoeira.
Só em um ponto ou outro veem-se cabeças de gado. Ainda mais
aborrecem os cortes, que por baixo de uma tênue camada de terra
aproveitável mostram jazidas de rocha em grau variado de decomposição". |
1918
AO LADO: Capistrano
de Abreu, escritor e poeta cearense, percorreu em 1918 boa
parte da EFOM então existente. Ele relata a viagem,
onde uma das estações citadas era Divinópolis,
a seu amigo João Lucio de Azevedo em carta de 7 de agosto
de 1918 enviada do Rio de Janeiro. |
ACIMA: Pátio de Divinópolis, provavelmente anos 1960 (Autor
desconhecido).
ACIMA: (esquerda) Vista aérea da oficina
da locomoção da Rede Mineira em Divinópolis,
nos anos 1950. (direita) Locomotiva a vapor 216 da Rede Mineira
na oficina da locomoção nos anos 1950 (Fotos Enciclopédia
dos Municípios Brasileiros, IBGE, vol. XXV, p. 48).
ACIMA: Desvio da RMV (linha métrica) que entrava pela Usina de
Álcool Engenheiro Gravatá, em Divinópolis nos anos 1950 (Idem,
ibidem, p. 49).
(Fontes: Carlos Miguez; Hudson
Lopes; Pimenta, Eleutério e Caramuru: As ferrovias em Minas
Gerais, SESC, 2003; Enciclopédia dos Municípios Brasileiros,
IBGE, vol. XXV, 1959; Enciclopédia dos Municípios Brasileiros,
IBGE, vol. IX, 1960; Carlos Latuff, 2006; Guia Geral das Estradas
de Ferro do Brasil, 1960; www.megadivi.com.br; José Honório Rodrigues:
Correspondência de Capistrano de Abreu, volume 1, Rio de Janeiro,
1954) |
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A antiga estação de Divinópolis, à
esquerda, ainda com o nome de Henrique Galvão. À
direita, o restaurante. Autor desconhecido. Época: c.
1900 |
A estação, c. 1956. Foto Enciclopédia dos
Municípios Brasileiros, vol. XXV, IBGE,
1959, p. 48 |
A atual estação de Divinópolis... |
...ainda está em pé com a sua fachada azul... |
...e o abandono de suas plataformas. Fotos Carlos Latuff em
2004 |
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Detalhes da estação em 03/2009. Foto Leandro Guidini |
Detalhes da estação em 03/2009. Foto Leandro Guidini
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Detalhes da estação em 03/2009. Foto Leandro Guidini
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Atualização:
08.07.2023
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