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E. F. Oeste de Minas
(1916-1931)
Rede Mineira de Viação (1931-1965)
V. F. Centro-Oeste (1965-1975)
RFFSA (1975-1996) |
CATIARA
Município de Serra do Salitre, MG |
| Linha-Tronco - km 839,426 (1960) |
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MG-4376 |
| Altitude: 922 m |
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Inauguração: 29.11.1916 |
| Uso atual: alojamento da FCA (2021) |
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com trilhos |
| Data de construção do
prédio atual: n/d |
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| HISTORICO DA LINHA: A
linha-tronco da RMV foi construída originalmente pela E. F. Oeste
de Minas a partir da estação de Ribeirão Vermelho, onde a linha de
bitola de 0,76 chegou em 1888. A partir daí, a EFOM iniciou seu projeto
de ligar o sul de Goiás a Angra dos Reis, passando por Barra Mansa
por bitola métrica: construída em trechos, somente em 1928 a EFOM
chegou a Angra dos Reis, na ponta sul, e no início dos anos 1940 a
Goiandira, em Goiás, na ponta norte, e já agora como Rede Mineira
de Viação. A linha chegou a ser eletrificada entre Barra Mansa e Ribeirão
Vermelho, e transportou passageiros até o início dos anos 1990. Nos
anos 1970, o trecho final norte entre Monte Carmelo e Goiandira foi
erradicado devido à construção de uma represa no rio Paranaíba, e
a linha foi desviada para oeste encontrando Araguari. Hoje a linha,
já não mais eletrificada, é operada pela concessionária FCA. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Catiara foi inaugurada em 1916.
"Com o aparecimento da ferrovia Rede Mineira de Viação Oeste
(1916), o leite produzido era transformado em queijos
artesanais e transportados até Serra do Salitre, na estação da Catiara
e trocado por sal, querosene, ferragens, tecidos, materiais diversos
e medicamentos que os produtores e as donas de casa mais necessitavam"
(André Rodrigues, 1999, www.emater.mg.gov.br).
"Com a inauguração da Estação Ferroviária em Catiara, da Rede
Mineira de Viação Oeste, em 1916, a localidade tornou-se o centro
comercial de todo o Alto Paranaíba e parte do noroeste mineiro, como
Paracatu e João Pinheiro, onde comitivas vinham de todos os lados
trazendo carnes e toucinho de rolo. O movimento comercial do então
Distrito era grande. Na época, com a oportunidade de negócios e princípio
da fama do queijo da região, várias fazendas aumentaram a sua produção"
(Revista Brasileira do Zebu, no. 15, julho 2003).
Pelo visto, tudo mudou: em 2009 a cidade era muito pequena e pobre,
estava à margem da rodovia BR-146 que estava sendo construída
pelo governo federal e com certeza a estação não
tinha mais importância alguma na distribuição
do leite, feito todo ele por caminhões já havia muito
tempo. Em 2021 pouca coisa havia sido alterada.
| "Na década de trinta,
(Catiara) era uma região próspera e foi justamente nessa época
que Vô Tivico resolveu comprar um Fordinho 29. O que não era
difícil. Apesar de não existirem estradas, o transporte era
fácil. Bastava despachar as mercadorias em São Paulo, que em
dois ou três meses chegavam à estação de Catiara. Era a ferrovia
ligando o mundo a Catiara. A encomenda do Fordinho foi realizada
e no grande dia da chegada, a Lira Catiarense afinava seus instrumentos
ao som do apito da "coisa", digo, trem, que de longe vinha.
Chico Machado estufava as veias do pescoço e a trombeta ecoava.
A meninada, com seu uniforme escolar, agitava suas bandeirolas
verdes e amarelas. Dona Miquita debruçada na janela aguardava
ansiosamente. A expectativa era geral. O Vô Nico já tinha a
batuta em punho. Pois num é de vê, sô!? Junto à curva da serra
da Catiara, lá vinha o trem e com ele o Fordinho 29. A Lira
Catiarense nem desafinou. A garotada, agora mais entusiasmada
do que nunca, tremulava suas bandeiras aos gritos de "Viva!
Viva, Sô Tivico". O Sô Leleto atiçou os foguetes como se fosse
o dia de Nossa Senhora Aparecida e o Maria Fumaça apitava. Uiuiii.
Chegou o Fordinho 29. Era uma beleza! Coisa nunca vista naquela
região. Tudo fora providenciado a contento. Os carregadores
da estação ferroviária já tinham duas pranchetas, da serraria
do Ti Neném, prontas para descarregar o carro do vagão. O combustível
já estava posto para abastecer o veículo. Só faltou um pequeno
detalhe: ninguém sabia dirigir aquele trem, digo "coisa". Foi
quando Vô Tivico se apresentou e disse incisivamente e resoluto:
- Eu comprei, eu dirijo" |
anos 1930
AO LADO:
extraído de
www.vaniadiniz.pro.br.
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1916
AO LADO: A festiva inauguração da estação
de Catiara em 1916 (A Noite, 3/12/1916).
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1917
AO LADO: A ligação por automóvel da cidade de Patos com a estação
de Catiara (O Estado de S. Paulo, 27/1/1917). |

ACIMA: O Departamento Nacional de Estradas de Ferro está construindo a ligação Catiara a Patos de Minas, que facilitará o escoamento da produção agrícola pastorail da riquíssima zona do Oeste de Minas nos anos 1950. Até onde foi possível saber, as obras pararam sem que o ramal fosse terminado - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VÊ-LA EM TAMANHO MAIOR (Revista Brasil Constrói da época).
(Fontes: Eduardo Lana Malta, 2021;
Eduardo Marini, 2009; www.emater.mg.gov.br; www.vaniadiniz.pro.br;
A Noite, 1916; Revista Brasileira do Zebu, 2003; Revista Brasil Constroi; Trem da Catiara;
Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960) |
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A estação nos anos 1950. Foto Trem da Catiara |

A estação em 9/2009. Foto Eduardo Marini |

A estação em 9/2009. Foto Eduardo Marini |

A estação em 4/6/2021. Foto Eduardo Lana Malta |
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| Atualização:
28.07.2023
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