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VXY Mogiana em MG
RMV - Linha-tronco
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Tabões
Engenheiro Mizael
Engenheiro Behring
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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Rede Mineira de Viação (1954-1965)
V. F. Centro-Oeste (1965-1975)
RFFSA (1975-1997)
ENGENHEIRO MIZAEL
Município de Lavras, MG
Linha-Tronco - km 381,672 (1960)   MG-4737
Altitude: 860 m   Inauguração: 18.08.1954
Uso atual: abandonada (2018)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1954?
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco da RMV foi construída originalmente pela E. F. Oeste de Minas a partir da estação de Ribeirão Vermelho, onde a linha de bitola de 0,76 chegou em 1888. A partir daí, a EFOM iniciou seu projeto de ligar o sul de Goiás a Angra dos Reis, passando por Barra Mansa por bitola métrica: construída em trechos, somente em 1928 a EFOM chegou a Angra dos Reis, na ponta sul, e no início dos anos 1940 a Goiandira, em Goiás, na ponta norte, e já agora como Rede Mineira de Viação. A linha chegou a ser eletrificada entre Barra Mansa e Ribeirão Vermelho, e transportou passageiros até o início dos anos 1990. Nos anos 1970, o trecho final norte entre Monte Carmelo e Goiandira foi erradicado devido à construção de uma represa no rio Paranaíba, e a linha foi desviada para oeste encontrando Araguari. Hoje a linha, já não mais eletrificada, é operada pela concessionária FCA.
 
A ESTAÇÃO: A estação foi inaugurada em 1954.

A estação Engenheiro Mizael fica dentro do município mineiro de Lavras e foi construída um quilometro à frente, no sentido Lavras, da antiga parada de Tabões.

A estação Engenheiro Mizael, operacionalmente falando, teve pouco tempo de utilização, visto que em 1966, com a construção da estação Engenheiro Behring, apenas seis quilômetros à sua frente, fez com que a sua utilidade operacional fosse praticamente extinta. Isto porque antes da construção da estação Engenheiro Behring, Engenheiro Mizael era o ponto de parada anterior a Lavras (esta a cerca de 12km).

A estação Engenheiro Bhering foi construída para entroncar a Linha Tronco com os ramais de Divinópolis e Três Corações. Pode-se dizer, também, que outro fator determinante para a decadência operacional da estação Engenheiro Mizael foi a crescente substituição das locomotivas a vapor pelas locomotivas diesel.

Durante os anos 1980 e início dos anos 1990, quando o chamado trem mineiro, que ligava Barra Mansa a Ribeirão Vermelho, ainda corria, Engenheiro Mizael servia como parada, para passageiros, sempre em pouca quantidade, atendendo as propriedades rurais presentes em suas proximidades. O prédio se mantinha conservado e limpo, apesar de quase sempre fechado. Neste período, só se via a estação aberta quando havia manutenção da via permanente, pois funcionava como guarda de materiais e suporte para os empregados da RFFSA. Era possível ver a fumaça saindo de sua chaminé e os cumprimentos dos funcionários aos passageiros que seguiam a viagem.

Em 2018, um coqueiro ao lado da estação é a única lembrança real do passado. A estação Engenheiro Mizael, ainda de pé, é o retrato das ferrovias brasileiras, descaso e destruição. O seu dístico já está quase que completamente apagado e o prédio completamente pilhado. Observando-se com atenção, nota-se que o telhado, portais, portas e janelas foram roubados, assim como as peças do banheiro, pois não há marcas de desabamento ou quaisquer outras marcas que sugiram outro destino.

Ainda em 2018, parte da história da estação Engenheiro Mizael e a excelente qualidade dos materiais utilizados na época de sua construção deviam estar em suas proximidades, servindo a quem não possuía tal direito. Na área da estação que servia como cozinha ainda existiam o fogão a lenha e parte da chaminé. Os demais cômodos da estação ainda possuíam piso e o mato tentava tomar conta do local.

A plataforma havia sido parcialmente destruída, cortada em sua metade, provavelmente quando a VL! (FCA) adequou a Linha Tronco para as locomotivas BB-36; tal fato também aconteceu em outras estações da malha. No topo da cumeeira, de ambos os lados, o símbolo RMV ainda resistia ao descaso e a rigidez do tempo.

As abelhas que formavam uma enorme colmeia na face do sentido Lavras, no início dos anos 1990, também se foram, restava apenas a marca na parede. O entorno da estação estava tomado por cercas de uma propriedade rural que tenta acampar sobre a história e com seus cachorros, tentava não permitir qualquer registro de sua existência.

Na parte estrutural, o prédio estava perfeito, não havia rachaduras, trincas ou qualquer outra observação que sugirisse desabamento. Uma restauração, até relativamente simples, colocaria a estação de volta em nossa história. Ao visitar o local, depois de tantos anos, o que mais indigna e me faz questionar são os por quês do descaso e do silêncio da plataforma, mas isso é uma resposta que infelizmente já conhecemos (Texto de 2018 por Anderson Nascimento).

Em 2018, a estação é propriedade do DNIT.

(Fontes: Anderson Nascimento; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960)
     
   
     
Atualização: 04.08.2018
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.