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VXY Mogiana em MG
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(1882-1972)
Córrego Fundo
Santos Dumont
Cerrado
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Saída para o ramal de Cajuru (1898-1967):
Nhumirim
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Tronco CM - 1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: 1999
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Cia. Mogiana de Estradas de Ferro (1898-1971)
SANTOS DUMONT (antiga GLÓRIA)
Município de Santa Rosa de Viterbo, SP
Linha-tronco original - km 231,825   SP-2835
Altitude: 755 m   Inauguração: 01.08.1898
Uso atual: moradia (2016)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: 1898
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha-tronco da Mogiana teve o primeiro trecho inaugurado em 1875, tendo chegado até o seu ponto final em 1886, na altura da estação de Entroncamento, que somente foi aberta ali em 1900. Inúmeras retificações foram feitas desde então, tornando o leito da linha atual diferente do original em praticamente toda a sua extensão. Em 1926, 1929, 1951, 1960, 1964, 1971, 1973 e 1979 foram feitas as modificações mais significativas, que tiraram velhas estações da linha e colocaram novas versões nos trechos retificados. A partir de 1971 a linha passou a ser parte da Fepasa. No final de 1997, os trens de passageiros deixaram de circular pela linha.
 
A ESTAÇÃO: A estação, aberta em 1898 foi inaugurada em 1/8/1898 com o nome de Glória, tendo sido construída para servir de entroncamento para uma pequena ferrovia particular da família Dumont que, mais tarde, viria a se transformar no ramal de Cajuru.

A linha em si foi inaugurada em 4 de julho (ver caixa abaixo), portanto, 26 dias antes da inauguração da estação, de acordo com a data informada pela Mogiana.

Por um acordo com a Mogiana, esse ramal levava à fazenda
London, pertencente à família Santos Dumont, e seguia até o rio Pardo. O nome de Santos Dumont foi dado em 1904 (ver caixa abaixo, de 1904), em homenagem aos donos da ferroviazinha e a Henrique Santos Dumont, irmão de Alberto, que ganhou fama por suas viagens com balões e os primitivos aviões em Paris, pouco tempo antes.

Em 1909, a Mogiana comprou a ferrovia e a prolongou, em 1912, até a cidade de Cajuru, além do rio. Esse passou a ser o ramal de Cajuru, que funcionou até 1967.

Em março de 1910, a estação ganhou "iluminação a gaz acetileno" (O Estado de S. Paulo, 27/3/1910).

Em janeiro de 1942, a estação estava ao lado da rodovia que estava sendo construída para unir as cidades de Tambaú e Santa Rosa do Viterbo; foi no dia 4 deste mês que o interventor paulista Fernando Costa foi, de Tambaú a ela, a cavalo, para inspecionar as obras. Curioso é que a atual rodovia entre as duas cidades hoje passa longe dela, a cerca de 3 km. Isto mostra que a atual rodovia pavimentada foi construída em outro local.

A estação foi desativada e substituída, em 1971, por uma nova, bem próxima a ela, com o mesmo nome, que funcionou por muitos anos num vagão adaptado e que somente em 1986 ganhou um prédio.

O lugar onde estão a estação e sua sucessora de mesmo nome (ver a seguir) estão hoje num local distante e isolado de tudo.

A foto abaixo é desse ano, quando o prédio da antiga estação servia de depósito para a plantação de eucaliptos da Champion.

Quando estive na estação de Santos Dumont-nova, não encontrei em volta o prédio da Santos Dumont original (25/04/ 1999). Mas ele ainda estava e está lá, confirma Ademir Franco de Souza, de Santa Cruz das Palmeiras, em 05/2005. Pertencia a um sítio cujo proprietário reside em São Simão.

No prédio da antiga estação vivia em 2005 um senhor, João, que recebeu Ademir muito bem, e que dizia que o dono do sítio pretende reformar a estação. Onze anos depois (2016), a estação continuava lá, com a mesma função.

(Veja também SANTOS DUMONT-NOVA)

1898
AO LADO:
A origem do terreno da primeira estação da E. F. da Gloria em 1898 (O Estado de S. Paulo, 23/2/1898).

1898
AO LADO:
A Mogiana anuncia a construção da estação (O Estado de S. Paulo, 1/4/1898).

1898
AO LADO:
A Mogiana já estava construindo a estação (O Estado de S. Paulo, 25/4/1898).

1898
AO LADO: Já estava em construção a E. F. da Gloria (da estação deste nome a Santa Rosa), que depois ligaria também Santa Rosa a Cajuru com o nome de ramal de Cajuru (O Estado de S. Paulo, 23/5/1898).

1898
AO LADO: Inauguração da linha Gloria-Santa Rosa. Teria a estação da Gloria sido inaugurada também nesse dia mesmo? Ou somente 26 dias depois, em 1/8, como afirma a própria Mogiana? Afinal, a estação que madou o telegrama foi a seguinte na linha da CM, a de Cerrado (ver data de inauguração no alto da página) (O Estado de S. Paulo, 5/7/1898).

1898
AO LADO: Agora, alguns dias depois, o anúncio para a inauguração da linha Gloria-Santa Rosa no dia 1° de agosto. No mesmo anúncio, noticias das estações de Spucahy e de Boa Sorte, em outras linhas da mesma Mogiana (ver data de inauguração no alto da página) (O Estado de S. Paulo, 18/7/1898).

1900
AO LADO: Locomotivas especiais na estação da Gloria sairão de lá para Ribeirão Preto para a festaa de São Sebastião (O Estado de S. Paulo, 14/01/1900).

1900
AO LADO: Em Cajuru, um novo colegio surge na cidade, que ainda não tinha sido alcançada pela Mogiana (o ramal somente chegaria à cidade doze anos depois). A estação estava a doze quilômetros (duas léguas) da estação citada (Dumont ou Santos Dumont, na linha-tronco da Mogiana (O Estado de S. Paulo, 15/02/1900)..

1904
AO LADO: Embora existam já referências ao nome Santos Dumont no ligar de Gloria havia algum tempo, apenas em 1907 o nome parece ter sido alterado oficialmente (O Estado de S. Paulo, 11/07/1904)..

ACIMA: Esquema do pátio de Santos Dumont em novembro de 1968 (Clique sobre a figura para ter maiores informações). Notar que o ramal que sai para o sul do desenho já não é o ramal de Cajuru, mas sim o desvio da Agropecuária Amália (Acervo Museu da Companhia Paulista, Jundiaí, SP - Reprodução Caio Bourg).

ACIMA: No pátio da estação de Santos Dumont, o senhor Rubens Marcolino e colegas da Mogiana (Foto Gilberto Marcolino, sem data).
ACIMA: Estação de Santos Dumont-velha, em mapa de 1970. A linhs tracejada ao sul da linha velha é a variante em construção. A estação nova, não assinalada ali, é muito próxima à velha e seria construída na linha nova, claro. Notar a linha abandonada (tracejada subindo para o nordeste do mapa) era do já então desativado ramal de Cajuru (IBGE).

ACIMA: Posição da estação de Santos Dumont velha em 2016, fora da linha atual, posição do ramal de Cajuru, extinto nos anos 1970 com suas casas de turma e vila de casas hoje demolida, no leito da linha já arrancada, no canto direito inferior do mapa (Google Maps, 2016).

(Fontes: Ademir Franco de Souza; Luiz Claudio Vieira Lopes; Caio Bourg; O Estado de S. Paulo, 1898 e 1910; Cia. Mogiana: álbum, c. 1910; FEPASA: Relatório de Instalações Fixas, 1986; Museu da Cia. Paulista, Jundiaí; Cia. Mogiana: Relatórios anuais, 1900-69; Mapa - acaervo R. M. Giesbrecht)
     

Santos Dumont em 1910. Foto do Álbum da Mogiana

A estação já sem trilhos, em 1986. Relatório da Fepasa, 1986

A estação em 2005. Foto Ademir Franco de Souza

A estação em 2005. Foto Ademir Franco de Souza

A estação em 2005. Foto Ademir Franco de Souza

A estação em 2005. Foto Ademir Franco de Souza

A estação em 2016. Foto Luiz Claudio Vieira Lopes

A estação em 2016. Foto Luiz Claudio Vieira Lopes
 
   
     
Atualização: 28.04.2022
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.