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E. F. do Norte (1886?-1896)
E. F. Central do Brasil (1896-anos 1920) |
SEGUNDA PARADA
Município de São Paulo, SP |
Ramal de São Paulo - km
496,450* |
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SP-4717 |
Altitude: 743,912 m |
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Inauguração: 29.08.1886? |
Uso atual: demolida |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA:Em
1869, foi constituída por fazendeiros do Vale do Paraíba a E. F. do
Norte (ou E. F. São Paulo-Rio), que abriu o primeiro trecho, do Braz até a saindo
da linha da SPR no Brás, em São Paulo, e chegando até o bairro da Penha. Em
12/05/1877, chegou a Cachoeira (Paulista), onde, com bitola métrica,
encontrou-se com a E. F. Dom Pedro II, atual Central do Brasil, constituída em 1855 e com o ramal,
que saía do tronco em Barra do Piraí, Província do Rio, atingindo
Cachoeira no terminal navegável dois anos antes (1875) e com bitola larga
(1,60m). A inauguração oficial do encontro entre as duas ferrovias
se deu em 8/7/1877. As cidades da linha se desenvolveram,
e as que eram prósperas e ficaram fora dela viraram as "Cidades Mortas"...
O custo da baldeação em Cachoeira era alto, onerando os fretes e foi
uma das causas da decadência da produção de café no Vale do Paraíba.
Em 1889, com a queda do Império, a E. F. D. Pedro II passou a se chamar
E. F. Central do Brasil, que, em 1892, incorporou a já falida
E. F. do Norte, com o propósito de alargar a bitola e unificar as
2 linhas. O primeiro trecho ficou pronto em 1901 (Cachoeira-Taubaté)
e o trecho todo em 1908. Em 1957 a Central foi incorporada pela RFFSA.
O trecho entre Mogi e São José dos Campos foi abandonado no fim dos
anos 1980, pois a construção da variante do Parateí, mais ao norte,
foi aos poucos provando ser mais eficiente. Em 31 de outubro de 1998,
o transporte de passageiros entre o Rio e São Paulo foi desativado,
com o fim do Trem de Prata, no mesmo ano em que a MRS passou a ser a
concessionária da linha. O transporte de subúrbios, existente desde
1914 no ramal, continua hoje entre o Brás e Estudantes, em Mogi e
no trecho da estação D. Pedro II a Japeri, no RJ. |
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A ESTAÇÃO:
ACIMA: Em mapa de 1916, que, aliás, não mostra nenhuma das paradas, a linha da E. F. do Norte saindo da estação do Norte, sentido sudeste, depois fazendo uma curva de quase noventa graus para o leste, numa longa reta no sentido de Mogi das Cruzes (que não aparece neste mapa). Na altura do bairro da Penha, nota-se uma bifurcação no sentido norte onda sai uma linha em forma de arco, na extrema direita do mapa aqui mostrado, dali até a rua Coronel Rodovalho, onde termina, na estação da Penha-ramal. O ramal, que é o trecho em arco seguido da reta que levava até a rua Coronel Rodovalho, desapareceu já nos anos 1950, depois de transportar trens de passageiros por ele, de 1886 até o final dos anos 1920. As paradas - da Segunda à Sexta - ficavam não no ramal, mas justamente na grande reta até hoje onde circulam os trens da CPTM para Mogi das Cruzes. No ramal, por sua vez, a única estação era a terminal da Penha, na rua Coronel Rodovsalho - CLIQUE SOBRE O MAPA PARA VÊ-LO EM MAIOR TAMANHO).
Não se conhece a data de abertura das paradas da E. F. do Norte, que depois passaram para a Central do Brasil. Porém, isto parece ter-se dado
com a entrada da operação, em 1886, dos trens de subúrbio
no então recém-construído ramal da Penha, que ligava a estação do Norte à rua Coronel Rodovalho, junto ao casarão dos Rodovalho e a igreja da Penha, esta foco de festas muito frequentadas algumas vezes por ano.
Um mapa de 1913 da cidade de São Paulo mostra a Segunda Parada como sendo localizada no cruzamento da linha da Central com a rua Lopes Coutinho, nos fundos do Prado da Mooca (Hipódromo), bem próxima da Primeira e da Terceira Parada (veja caixas abaixo).
Notar também que as referências a todas essas paradas encontradas na época falavam em geral dos pequenos bairros que se montavam ao redor delas. Porém, de todas as seis paradas originais, apenas a 4ª parada manteve-se como nome de bairro e até de cemitério.
A supressão dos trens do ramal da Penha, em outubro de 1915, parece não
ter eliminado o uso das paradas na linha do ramal de S. Paulo. Max Vasconcellos,
em seu livro "Vias Brasileiras de Communicação"
(1928) cita a Segunda Parada, mas não dá a data de sua abertura. Alguns autores citam a desativação
destas paradas (da 1a até a 5a ou a 6a, com exceção
da 4a e 5a parada, que seguiram operando com outros nomes), como tendo
ocorrido nos primeiros anos da década de 1930.
Encontrei poucas notas sobre esta parada: uma delas refere-se a um acidente
com um menino, reportado num jornal de 9/10/1916, que "ao
embarcar para Itaquera, foi brutalmente empurrado por um empregado
da estrada, no momento que galgava o estribo de um dos carros. O infeliz
menor, tendo dado uma queda em consequência do
empurrão, sofreu um extenso ferimento contuso ao lado da face
interna da região tibio-tarceana"
(O Estado de S. Paulo, 9/10/1916). Outras duas podem ser vistas mais
abaixo, nas caixas.
A quilometragem mostrada no alto desta página foi citada por Max Vasconcellos, em 1928.
Os Guias Levi de 1917 (era uma edição sem o mês, só o ano) e o de janeiro de 1930 não mostram nenhuma das paradas.
DÚVIDAS QUE PAIRAM NA HISTÓRIA DA SEGUNDA PARADA:
- As paradas da linha-tronco da E. F. do Norte foram criadas em que época? O fato de elas serem uma sequência de paradas que devem ter sido ihauguradas ao mesmo tempo não significa que isso tenha sido verdade. Quando, afinal, foi isto? Parece ter sido junto com a criação do ramal de subúrbios da Penha, mas ainda não há confirmação disto.
- O fato é que os nomes da Primeira à Sexta Parada somente começaram a aparecer na imprensa em geral depois de 1886, ano em que o ramal da Penha foi inaugurado. Isto leva-nos a crer que existe uma grande possibilidade que elas tenham surgido nesse ano, com o ramal (embora nenhuma delas ficasse no ramal). Mas não há confirmação.
- Existe uma diferença entre a parada aparecer como parada mesmo e o bairro que ela nomeava. A maioria das notícias em que são citadas essas paradas referem-se aos bairros em si que elas foram gerando depois de instaladas, e não a uma ocorrência no local da parada em si. Nas poucas notícias das "caixas" abaixo, parece que o fato ocorreu na parada mesmo.
- As paradas da Central em São Paulo apareciam nos Guias Levi enquanto estavam em funcionamento? Dos guias que consegui consultar no período em que elas supostamente estavam em atividade - e foram apenas dois, o de 1917 (que foi anual) e de janeiro de 1930, nenhuma dessas duas houve qualquer menção a estas paradas. Nestes dois guias, estariam elas em atividade e não foram mencionadas por estes guias por algum motivo? O fato é que muitas dessas paradas simples, que nunca tiveram o status de estações, poucas eram mencionadas. As duas únicas que foram mencionadas foram-no quando foram elevadas as estações, o que ocorreu após os anos 1930: a Quarta Parada (Clemente Falcão) e a Quinta Parada (Engenheiro Sebastião Gualberto). Nos horários divulgados pela imprensa, no entanto, as seis paradas apareciam sim.
- Contraditório? Bastante. Se tiver algo para cooperar, contate-me por e-mail ou whats-up por favor.
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1896
AO LADO: O trem não estava recolhendo passageiros na Segunda Parada (O Estado de S. Paulo, 13/6/1896). |
ACIMA: Horários das paradas na época
dos trens de subúrbios do ramal da Penha (O Estado de S. Paulo,
28/7/1902).
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1906
AO LADO: A descrição do imóvel descrito no bairro da Segunda Parada mostra uma área ainda com aspecto rural naquela época (O Estado de S. Paulo, 15/04/1906). |
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1909
AO LADO: Como em 1906, a descrição do imóvel descrito no bairro da Segunda Parada mostra uma área ainda com aspecto rural na época (O Estado de S. Paulo, 19/11/1909). |
ACIMA: A posição exata da Segunda Parada, no quadrante superior direito do mapa e no cruzamento da rua Lopes Coutinho com a rua Julio de Castinhos e os trilhos da Central em 1913 (Mapa de Sãp Paulo, 1913).
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1916
AO LADO: Morte na parada (O Estado de S. Paulo, 16/10/1916). |
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1924
AO LADO: Acidente com ferido (O Estado de S. Paulo, 1/7/1924).
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ACIMA: Mapa de 2008 que mostra o local onde ficava a Segunda Parada até fins dos anos 1920, na esquina das ruas Julio de Castilhos e Lopes Coutinho. Coincidencia ou não, à esquerda, fora da foto existia até então uma série de desvios industriais que não sei se ainda tinha função (Guia Mapograf, 2008).
ACIMA: Foto de 2021 que mostra o local onde ficava a Segunda Parada até fins dos anos 1920, na esquina das ruas Julio de Castilhos e Lopes Coutinho, bem no centro da fotografia. Coincidencia ou não, à esquerda, fora da foto existe até hoje uma série de desvios industriais que não sei se ainda tem função CLIQUE NA FOTO PARA VE-LA EM TAMANHO MAIOR (Foto Google Maps, 2021).
(Fontes: O
Estado de S. Paulo, 28/7/1902, 1916 e 1924; Max Vasconcellos:
Vias Brasileiras de Communicação, 1928; Mapa - acervo
R. M. Giesbrecht) |
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Atualização:
27.02.2023
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