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Perus
Caieiras
Franco da Rocha
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SPR-1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2016
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São Paulo
Railway (1883-1946)
E. F. Santos-Jundiaí (1946-1975)
RFFSA (1975-1994)
CPTM (1994-) |
CAIEIRAS
Municípios de Guarulhos (1883-1889);
Juqueri (atual Mairiporã) (1889-1934);
Franco da Rocha (1934-1963);
Caieiras (1963-), SP |
Linha-tronco - km 106,000 (1935) |
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SP-0716 |
Altitude: 721 m |
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Inauguração: 01.07.1883 |
Uso atual: estação de trens metropolitanos |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: c.1897 |
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HISTORICO DA LINHA: A São Paulo
Railway - SPR ou popularmente "Ingleza" - foi a primeira estrada de
ferro construída em solo paulista. Construída entre 1862 e 1867 por
investidores ingleses, tinha inicialmente como um de seus maiores
acionistas o Barão de Mauá. Ligando Jundiaí a Santos, transportou
durante muito anos - até a década de 30, quando a Sorocabana abriu
a Mairinque-Santos - o café e outras mercadorias, além de passageiros
de forma monopolística do interior para o porto, sendo um verdadeiro
funil que atravessava a cidade de São Paulo de norte a sul. Em 1946,
com o final da concessão governamental, passou a pertencer à União
sob o nome de E. F. Santos-Jundiaí (EFSJ). O nome pegou e é usado
até hoje, embora nos anos 70 tenha passado a pertencer à REFESA, e,
em 1997, tenha sido entregue à concessionária MRS, que hoje a controla.
O tráfego de passageiros de longa distância terminou em 1997, mas
o transporte entre Jundiaí e Paranapiacaba continua até hoje com as
TUES dos trens metropolitanos. |
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A ESTAÇÃO: Em 1877, o Coronel
Rodovalho, proprietário da fazenda Bonsucesso, onde criava
gado e produzia vinhos a partir de uvas de suas plantações, construiu
dois fornos de barranco para a produção de cal, e passou a levá-los
em lombo de mula para a estação de Perus da SPR. No
mesmo ano, fundou a Companhia Cantareira de Águas e Esgotos,
para explorar seus recursos de Caieiras, nome rapidamente difundido
a partir dos fornos de cal (que existem até hoje, ao lado da rodovia
Bandeirantes).
Com tanta atividade, Caieiras cresceu e o prestígio de Rodovalho
e seus sócios ingleses obteve para o local uma parada de trens, aberta
em julho de 1883.
Em 30 de julho, a estação foi aberta para todos os fins (ver caixa abaixo, de 1883).
Em 1887, com a implantação de uma fábrica de papel, que mais tarde
viria a ser a Cia. Melhoramentos, a cidade cresceria mais ainda,
ainda mais que, para transportar material para a construção da nova
fábrica, um ramal ferroviário inteiro, com bitola de 60 cm, foi construído
a partir da estação da SPR, ramal este que perdurou até o ano de 1971
transportando cal. O ponto final dessa pequena ferrovia era a pedreira
Olhos D'Água, não muito longe dos fornos de cal citados acima.
Para aparelhar a pequena ferrovia, parece ter sido comprado material
rodante da ferrovia também de bitola estreita que servia ao manicômio
do Juquery, além de carros e locomotivas que serviam no extinto
Tramway de Santo Amaro (de 1,05 m e adaptado), extinto pela
Light em 1914. Ainda hoje existem uma locomotiva e um vagão
dessa velha ferrovia no Museu da Melhoramentos.
Em 1897 aparecem os projetos para a construção da estação definitiva
de Caieiras. O prédio é o que está em atividade até hoje, com
arquitetura bonita e típica da época.
A cidade de Caieiras cresceu e tornou-se município.
Em 28/10/1983, a estação foi incendiada por usuários descontentes
com os constantes atrasos dos trens de subúrbio da RFFSA, donos da
Santos-Jundiaí, na época. Eram já outros tempos. Porém, com
50% da cobertura danificada, a RFFSA reconstruiu tudo como era originalmente,
e em menos dois anos depois do incêndio tudo voltou a ser como antes.
A estação serve hoje aos trens da CPTM.
"Quando a estação de Caieiras foi reformada,
eliminaram a plataforma sentido Jundiaí, que não era
a mesma da do sentido Luz, ou seja, quando o trem vinha da Luz, passava
pela porteira para depois parar na plataforma, liberando a cancela
e a mesma coisa no sentido contrário; ao passo que hoje fica
parado para embarque e desembarque, com as porteiras abaixadas, até
que o trem parta, atravesse a cancela e então abrem se as porteiras"
(David Lustosa Nogueira, 04/2005).
A estação de Caieiras é fácil de ser identificada em fotografias
por um detalhe: as plataformas são desencontradas. Isso acontece,
segundo Moyses Lavander (2014), porque ao lado da estação há
uma passagem em nível, antiga estrada de Taipas. Esta fica exatamente
no ponto mais alto da subida do Jaraguá. Os trens, então, depois de
uma subida muito íngreme, transpõem a PN e param imediatamente
no início da descida, tanto do lado da via 1 quanto da via 2. Isso
era vital no tempo da tração a vapor: evitar partir com o trem em
uma subida muito forte (patinagem). Portanto, os trens passavam pela
PN e depois paravam na plataforma, liberando as porteiras.
Como "lá nos antigamentes" você comprava um bilhete
de ida e outro para volta, não tinha problema, mas quando a RFFSA
assumiu, os camaradas que queriam voltar da estação sem pagar nova
passagem começaram a reclamar muito, pois para fazer isso tinham de
sair da área paga de um lado para entrar em outro. Alguém achou que
estes usuários e não os ingleses estavam com razão e mudaram a plataforma
de Caieiras da via 1 para do lado da plataforma da via 2, que
contem o corpo principal da estação. Quando fizeram isto, a PN virou
um inferno, pois o trem parava na via 1 e o sinaleiro ficava batendo:
blein, blein, blein, deixando todo mundo maluco, com carros e pedestres
ansiosos e tentados a avançar indevidamente na travessia. Resultado:
uma barbaridade de acidentes.
Para consertar essa encrenca, a CPTM teve que construir um viaduto
rodoviário, da estrada velha de Campinas e que foi inaugurado
por volta de 2014.
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1883
À ESQUERDA: Abertura da estação em Caieiras em 30 de julho (A Provincia de S. Pauo, 01/08/1883). |
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1883
AO LADO: Paradas nas estações de Pilar (Mauá), Caieiras e Campo Limpo (A Provincia de S. Paulo, 04/08/1883). |
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1888
À ESQUERDA: Choque de trens em Caieiras (A Provincia de S. Pauo, 7/11/1888). |
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1889
À ESQUERDA: Criada agencia de correios em Caieiras (A Provincia de S. Pauo, 2/9/1889). |
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1890
À ESQUERDA: Viagem de trem a Caieiras e depois de trema vapor da fábrica da Melhoramentos - CLIQUE SOBRE O ARTIDGO PARA VER TOOO O TEXTO - O Estado de S. Paulo, 20/4/1890). |
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1890
À ESQUERDA: A estação ainda era a original e estava "um pardieiro" (O Estado de S. Paulo, 3/6/1890). |
ACIMA: Fábrica da Melhoramentos de Caieiras em 1893 (O Estado de S. Paulo,
10/10/1893).
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1899
À ESQUERDA: Acxdente em Caieiras (Correio de S. Paulo, 04/01/1899). |
ACIMA: A fábrica do Monjolinho, em 1925,
da Melhoramentos, e na época território pertencente
ao município de Santana de Parnaíba, tendo sido deste
desmembrado em 1934. Veja as linhas do ramal da usina, com 1,05 metros
de bitola. Saíam da estação de Caieiras, mas não
se ligavam às linhas da SPR, depois Santos-Jundiaí, justamente
por esta ter bitola mais larga (1,60 m) (Acervo Nilson Rodrigues).
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1936
À ESQUERDA: Acxdente em Caieiras (Correio de S. Paulo, 15/7/1936). |
ACIMA: Amigos posam na plataforma de Caieiras em 1949 (Acervo Nilson Rodrigues).
ACIMA: Construção da subestação
elétrica de Caieiras no pátio da estação,
por volta de 1950 (Acervo Nilson Rodrigues).
ACIMA: As linhas da Melhoramentos, para a oeste e leste. Nesta época
(1957), Caieiras pertencia a Franco da Rocha. As linhas quase chegavam
ao Gato Preto, hoje em Cajamar (veja extrema esquerda do mapa). A
ferrovia que vai do sul ao norte é a Santos-Jundiaí.
A que está indicada como ferrovia, saindo de Caieiras para
sudeste, não é: é a estrada de rodagem (velha)
de Campinas (IBGE, Enciclopédia dos Municípios Brasileiros,
1957).
ACIMA: Usuários bloqueiam a linha na estação de Caieiras em 1959 para protestar contra o aumento das passagens (Autor desconhecido).
ACIMA: Acidente em Caieiras em 1969 - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VER MAIS SOBRE O DESASTRE (Diario Popular,
22/3/1969).
A estação ferroviária
de Caieiras foi tombada pelo CONDEPHAAT em 21 de
junho de 2010, pelo ofício 1420/2010 do processo 60313/2009.
A carta de comunicação aos interessados foi emitida
em 22 de julho de 2010. O tombamento havia sido pedido por mim,
Ralph Mennucci Giesbrecht, em 2006. |
TRENS
- De acordo com os guias de horários, os trens de
passageiros param nesta estação desde o ano de
1883. Veja aqui horários em --- (Guias
Levi). |
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Moyses
Lavander; Alexandre Giesbrecht; Paulo Mendes; William Gimenez; Julio
Cesar de Paiva; Nilson Rodrigues; David Lustosa Nogueira; Adriano
Martins; Illustração Brasileira, 1922; Hernâni
Donato: Cem anos de Melhoramentos, 1990; revista Ferrovias, 1984;
IBGE: Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, 1957;
SPR: Relação oficial de estações, 1935;
Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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A parada original de trens de Caieiras, c. 1890. Foto do livro
Cem anos de Melhoramentos, Hernâni Donato, 1990 |
A estação, século XIX. Foto cedida por
Nilson Rodrigues |
A estação, já com o prédio atual,
em 1922. Foto da revista Illustração Brasileira,
7/9/1922 |
A estação em 1967. Acervo Paulo Mendes |
A estação, em maio de 1980 (antes do incêndio).
Foto da revista Ferrovias no. 96, 1984 |
A estação nos anos 1990. Foto cedida por William
Gimenez |
A estação em 08/2004. Foto Julio Cesar de Paiva |
A estação em 2006. Foto Adriano Martins |
Plataforma da estação em 11/3/2011. Foto Alexandre
Giesbrecht |
A estação de Caieiras em 2016. Foto Fernando Marietan
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Atualização:
16.05.2022
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