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Lapa
Domingos de Morais
Imperatriz Leopoldina
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Tronco EFS-1935
Guia Mapograf -1995
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2014
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E. F. Sorocabana
(1920-1971)
FEPASA (1971-1994)
CPTM (1994-) |
DOMINGOS
DE MORAES
Município de São Paulo, SP |
Linha-tronco - km 9,264 (1934) |
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SP-0102 |
Altitude: 723,800 m |
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Inauguração: 1920 |
Uso atual: estação de trens metropolitanos |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1979 |
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HISTORICO DA LINHA: A
E. F. Sorocabana foi fundada em 1872, e o primeiro trecho da linha
foi aberto em 1875, até Sorocaba. A linha-tronco se expandiu até 1922,
quando atingiu Presidente Epitácio, nas margens do rio Paraná. Antes,
porém, a EFS construiu vários ramais, e passou por trocas de donos
e fusões: em 1892, foi fundida pelo Governo com a Ytuana, na época
à beira da falência. Em 1903, o Governo Federal assumiu a ferrovia,
vendida para o Governo paulista em 1905. Este a arrendou em 1907 para
o grupo de Percival Farquhar, desaparecendo a Ytuana de vez, com suas
linhas incorporadas pela EFS. Em 1919, o Governo paulista voltou a
ser o dono, por causa da situação precária do grupo detentor. Assim
foi até 1971, quando a EFS foi uma das ferrovias que formaram a estatal
FEPASA. O seu trecho inicial, primeiro até Mairinque, depois somente
até Amador Bueno, desde os anos 20 passaram a atender principalmente
os trens de subúrbio. Com o surgimento da CPTM, em 1994, esse trecho
passou a ser administrado por ela. Trens de passageiros de longo percurso
trafegaram pela linha-tronco até 16/1/1999, quando foram suprimidos
pela concessionária Ferroban, sucessora da Fepasa. A linha está ativa
até hoje, para trens de carga. |
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A ESTAÇÃO: A estação
foi inaugurada em 1920 como "posto telegráfico km 9,221", e
recebeu o nome atual - Domingos de Moraes - em 1921. A sua
construção se deu provavelmente como consequência
da abertura, em 1918, do desvio da Armour: "Desvio da Cia.
Armour do Brasil - Para o acesso dos trens aos estabelecimentos frigoríficos
da Cia. Armour foi construído um desvio e ramal com 3 trilhos
no km 9. Foi levada à conta de capital a parte do desvio de
920,00 metros a partir da ponta da agulha, tendo ficado concluído
em 1918" (Relatório anual da Sorocabana Railway
Company para 1918, p. 35).
O nome da estação é uma homenagem a Domingos
Corrêa de Moraes, fazendeiro nascido em Tatuí
e proprietário de terras em Batatais (e que chegou
a ser vice-Presidente do Estado, no mandato de Rodrigues Alves)
no final do século XIX.
Em 1926, a estação ganhou um novo prédio e, em 01/03/1931,
foi elevada a estação, com a anuência da S.P.R., visto estar em sua
zona privilegiada.
Com relação ao ramal, ou desvio, da Armour, os
trens neste ramal, eram de bitola larga, já que era mista a linha
neste trecho. Esse ramal da Sorocabana já aparecia no mapa de 1924
e cruzava o Tietê bem perto do cruzamento da linha do bonde: é bom
lembrarmos que naquela época o rio Tietê não era retificado. E no
Instituto Geografico e Cartografico da USP há fotos de 1939, que mostram
o frigorífico e seus ramais internos. A ponte ferroviária
que cruzava o Tietê ficava mais ou menos a 100 metros da ponte
da via Anhangüera no sentido Lapa-zona leste. Era no nível
da avenida Marginal, ou seja, os trens paravam o tráfego da
Marginal para irem ou sairem do frigorifico. Uma vez uma LEW trombou
com um caminhão... nos anos 1980!!!
"Essa passagem de nível ficava bem ao lado da ponte
Anhanguera e fazia parte do desvio que servia à Refinações de Milho Brasil e frigoríficos
que ficavam na margem direita do Tietê, perto da ponte dos Remédios
e Cebolão. Na década de 1960 essa ponte tinha uma interessante
estrutura, bastante alta - acho que seu tabuleiro central era levadiço,
sendo levantado para dar passagem a eventuais embarcações
que passassem pelo rio. Ao contrário dos viadutos atuais, ela
era bastante baixa. Na década de 1970 ela já não
tinha essa estrutura, era apenas a ponte para passagem dos trens mesmo.
Tive a felicidade de ver um trem a cruzando no final da década
de 1970 - era ridículo, a Marginal já era uma pista
de alta velocidade e os manobreiros tinham de arriscar a vida esgueirando-se
entre os carros enquanto agitavam freneticamente as bandeiras
para dar passagem ao trem, que a custo cortava a marginal... Fiquei
preocupado que algum desavisado batesse na traseira do meu carro,
pois todo mundo vinha chutadíssimo na Marginal naquela época
- o trânsito lá ainda andava bem... Nessa época
construíram um longo viaduto, mais ou menos a uns 300 metros
da ponte Anhanguera, rumo à Castelo Branco, que vem desde a
linha da antiga EFS e vai direto para as indústrias a que servia.
Dessa forma os trens já não tinham de disputar espaço
com os carros" (Antonio Gorni, 04/2002).
Logo depois, construíram a nova ponte para os desvios e que
está ociosa nos dias de hoje. Em 2022, a ponte e o desvio citados no relato de Gorni acima não serviam mais a nada e estavam já havia anos com uma favela sobre ele.
"O cliente principal dessa linha (nos tempos idos) era o frigorifico
Bordon. As duas vaporosas da Bordon (uma 0-6-0ST, ex-SPR e uma 2-6-4ST,
ex-CP) costumavam fazer a manobra dentro do frigorifico e chegavam
á subir até a estação Domingos de Morais
para buscar e deixar vagões. A linha da Sorocabana era (até
onde me consta) bitola mixta da Lapa até Domingos de Morais
para permitir a chegada de vagoes da larga ate o frigorifico. Ambas
as locos tinham engates duplos para dar conta desse movimento. Hoje
a linha está seccionada em 2: o "tronco" original
termina dentro da Arroz Camil e tem movimento ocasional (arroz Camil
e um ou dois clientes). Já o 2º tronco é a retificacao
e está praticamente morto - o último fluxo foi de fertilizante
para a Ultrafértil (creio eu) localizada a cerca de 300m de
Domingos de Morais" (Nicholas Burmann, 04/2002).
A estação antiga foi demolida na época da construção da atual; no
início de 1977 construiu-se uma estação de madeira
provisória; logo em seguida, demoliu-se a anterior. A demolição
do prédio começou exatamente no dia 21 de março
de 1977. A nova foi aberta em 25/01/1979. O velho prédio tinha
uma plataforma de 160 metros de extensão por 11 de largura,
com um edifício de 120 metros quadrados; a atual tem 3.700
metros quadrados, escada rolante, sistema de som para informações,
controle de bilhetes magnetizados, sanitários e bar (pelo menos,
era tudo isso que ela deveria ter, quando se anunciou a construção.
Hoje em dia, eu sei que bar, ela nunca teve, por exemplo).
A estação hoje serve aos trens urbanos da CPTM. A CPTM também usava em 2022 o pátio da estação Domingos de Morais para estacionar parte do material de manutenção da via.
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c.1910
AO LADO: Domingos Correa de Moraes, o homem (1841-1917).
Ele nasceu em Tatuí, foi fazendeiro em Batatais e morava
num casarão na alameda Eduardo Prado, em São
Paulo. Por que foi homenageado com uma estação
na Lapa e uma grande rua na Vila Mariana, é um mistério
(foto sem data).
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OBRAS OCORRIDAS NA ESTAÇÃO
E SEU PÁTIO DE ACORDO COM RELATÓRIOS DA EFS:
1926 - Extensão dos desvios para 580 m; 1934 -
Instalação de encanamento
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ACIMA: Interior da cabine de chaves
de Domingos de Moraes, com mateairl confeccionado na própria
Sorocabana, em foto de 1930 (Fon-Fon, 8/2/1930).
1923
AO LADO: Gravissimo desastre com o trem do intetior em Domingos de Moraes (O Estado de S.
Paulo, 09/09/1923, na coluna "Cem anos atrás"). |
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1931
AO LADO: A parada tornou-se
estação em fevereiro de 1931, de acordo com
a reportagem (O Estado de S.
Paulo, 7/2/1931). |
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1934
AO LADO: Acidente na
estação (O Estado de S.
Paulo, 3/7/1934). |
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1931
AO LADO: A parada tornou-se
estação em fevereiro de 1931, de acordo com
a reportagem (O Estado de S.
Paulo, 7/2/1931). |
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1935
AO LADO: Atropelamento na
estação (O Estado de S.
Paulo, 17/4/1935). |
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1936
AO LADO: Incendio de vagões na
estação (Correio de S.
Paulo, 21/8/1936). |
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ACIMA: A estação
ficava, como hoje, espremida entre a rua Tordesilhas e o Tietê,
no entroncamento da linha da EFS com o desvio da Armour antes da retificação
do rio. O mapa parece ser dos anos 1930. Esse "U"
do rio não existe mais, a avenida Speers é a Raimundo
Pereira de Magalhães (antigo trecho da Estrada Velha de Campinas)
e o próprio mapa da isolada Villa Anastacio, não se
parece muito com o a rede viária do bairro. A topografia da
Vila Anastácio, devido a existência do braço morto do Rio Tietê, chamado
Rio Velho, exigiu formidável obra de terraplanagem a cargo da firma
"Pegado & Souza", contratada pelo empresário Raimundo Pereira de Magalhães,
titular da Companhia Suburbana Imobiliária, que arrematou em hasta
pública numa ação de execução hipotecária esse imóvel, pagando o preço
de quatrocentos contos de réis, cuja área o arrematante ampliou por
compra de outros terrenos da vizinhança a fim de promover-lhe a venda
em lotes, a preço módico, de pouco mais de cinco mil réis o metro
quadrado. Um loteamento popular. A facilidade da aquisição dos lotes
atraiu grande número de imigrantes, sobretudo porque se tratava de
um loteamento próximo do frigorífico Armour e das oficinas da SPR
- São Paulo Railway, entre outras, como a Fábrica de Fósforos de Segurança
Fiat Lux e a Refinações de Milho Brasil. A Companhia Brasileira de
Concreto Centrifugado Hume e a fábrica de Óleo Saúde Anderson Clayton,
a par da facilidade de transportes para o centro da Lapa, por meio
de linha de ônibus implantado por Luis Gatti e a estação Domingos
de Moraes da Estrada de Ferro Sorocabana, inaugurada em 1920, quando
já circulava o bonde número 37 da Light ligando o centro da Lapa ao
pátio interno do aludido frigorífico (Autor desconhecido).
ACIMA: Em 1939, uma parte de um artigo que falava sobre o trânsito das grandes cidades,concluía que a estação de Domingos de Morais não ajudava quem quisesse entrar no trabalho no centro de SP, pois o primeiro trem de suburbios chegavam em Domingos de Morais apenas Às 6:20 da manhã! , Sim, hoje é bem diferente) (Revista SPR, dezembro de 1939).
ACIMA: Antes da retificação
do Tietê, nos anos 1940, a estação antiga
ficava ao lado dele (Autor desconhecido).
ACIMA: Acidente com morte em 1950 (Diario de São Paulo, 21/09/1950)
.ACIMA: TUE Toshiba da Sorocabana em (Domingos de Moraes em 1958 (Foto de Eric Mantuan).
ACIMA: Carregamento de trem na Manah, ao
lado da estação. O desvio de acesso (linha onde está
o vagão na foto) ainda existe, coberta de mato. A fábrica
cedeu lugar a um condominio de prédios residenciais (Foto Revista
Nossa Estrada, data desconhecida - possivelmente anos 1960).
ACIMA: O trem "Carmem Miranda" na
plataorma de Domingos de Moraes, provavelmente anos 1960 (Autor
desconhecido).
ACIMA: Trem da Armour, puxado por uma antiga
locomotiva a vapor da SPR, parado numa passagem de nível do
desvio na vila Jaguara para averiguação de um acidente
- anos 1970?.
ACIMA: O desvio da Armour, que, em 1978,
já se chamava Bordon. Sai da estação de Domingos
de Morais e segue para o outro lado do rio Tietê até
a fábrica. Vejam que a ponte ainda era a antiga. Ele cruzava
o trevo de acesso à via Anhanguera. Hoje isso não acontece
mais: o desvio passou a cruzar, em 1982, o rio por uma ponte elevada,
além da ponte da Anhanguera, sentido Osasco, e depois foi abandonado,
ele e a ponte. A saída do desvio ainda pode ser vista da estação,
onde há uma porteira fechada com uma placa da Arroz Camil.
Ainda há trilhos ali (Guia Mapograf, 1978).
ACIMA: A ponte do ramal sobre o rio Tietê,
que durou até 1982. A foto seria possivelmente ao redor de
1980. À sua esquerda, vê-se a ponte da Anhangüera
(Fotos extraídas do livro "SPR - Memórias de uma
Inglesa", de Moisés Lavander e Paulo Mendes, 2005, p.
357).
ACIMA: Pátio da estação
de Domingos de Moraes em 16/5/2010. O trem da CPTM está
vindo de Osasco (CLIQUE PARA VER A FOTO EM TAMANHO MAIOR) (Foto
Carlos Almeida).
ACIMA: O vagão de um trem da linha 8 da CPTM (hoje administrada pela ViaMobilidade) descarrilou na manhã deste dia 7 de dezembro, quarta-feira, O acidente deu-se às 8 da manhã e os passaageiros foram retirados, não houve feridos. O tráfego foi mantido, com os trens seguindo por uma via auxiliar (Folha de S. Paulo, 7/12/2022, via UOL).
(Fontes: Alberto del Bianco; Nicholas Burmann;
Antonio Gorni; Salles; Ricardo Koracsony; José Luiz Alves de Oliveira;
Osvaldo Galvanese; Edson Castro; Carlos R. Almeida; Rafael Asquini;
Fon-Fon, 1930; Folha de S. Paulo, 2022; O Estado de S. Paulo, 22/3/1977; Fepasa: relatórios
anuais; E. F. Sorocabana: relatórios anuais, 1900-69; Revista
Nossa Estrada, Moisés Lavander e Paulo Mendes: SPR - Memórias
de uma Inglesa, 2005; Guia Mapograf, 1978; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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A foto, de 1937, mostra a estação ao fundo, e
em primeiro plano a cabina de controle. Aparece também
um curioso "carro de linha". Foto cedida por Edson
Castro |
Em 1930. a cabina de controle da estação. Foto
Fon-Fon 8/2/1930 |
Estação original de Domingos de Morais, em 1977,
em início de demolição. Foto cedida por
Ricardo Koracsony, extraída da revista "Nossa Estrada".
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A estação em 1977. Foto de relatório da
FEPASA da época. Acervo Carlos R. Almeida |
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Em 9/5/1998, a fachada da estação da CPTM. Foto
Ralph M. Giesbrecht
Ao lado esquerdo, as três fases da demolição
da estação velha, em 1977. Acervo José Luiz Alves
de Oliveira, Osasco, SP |
A fachada da estação em 12/2002. Foto Ricardo
Koracsony |
A estação em 01/2007, mostrando o material de
manutenção da via nela estacionado. (Foto Osvaldo
Galvanese) |
A estação em 01/2007, mostrando o material de
manutenção da via nela estacionado. (Foto Osvaldo
Galvanese) |
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Atualização:
10.09.2023
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