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E. F. Central do
Brasil (1895-1975)
RFFSA (1975-1996) |
MATOSINHOS
(antiga PAZ)
Município de Matozinhos, MG |
Linha do Centro - km 658,460 (1928) |
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MG-0443 |
Altitude: 743 m |
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Inauguração: 31.08.1895 |
Uso atual: restaurada em 2021 |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: Primeira
linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889
passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de
todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação
Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando
Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais,
atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco
e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura
Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram
Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali constrruída
foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro
lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro
acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto
foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando
o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final
se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até
Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste
Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam
os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo
Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os
respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém,
havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro
Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio.
Entre Japeri e Barra Mansa havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente,
entre Montes Claros e Monte Azul esses trens sobreviveram até 1996,
restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira
ainda existe... para trens cargueiros. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Paz foi inaugurada em 1895.
Em pouco tempo, seu nome foi alterado para Matosinhos. Conta
Max Vasconcellos: "O Dr. Lassance Cunha, chefe
da Construcção, tinha escolhido o nome 'Paz' para a
estação, em homenagem à pacificação
do Rio Grande, que se acabava de firmar. E mandou inscreve-lo no logar
apropriado. Na manhã seguinte, porém, aquelle nome estava
apagado por borrões de uma tinta... pouco cheirosa e em seu
lugar, expressivos, imperiosos, liam-se os seguintes dizeres: "Mattosinho
é que nóis qué'". Teria sido sabotagem
o incêndio, 26 dias depois, na estação original
de madeira por causa do nome? A ata que pedia a construção
de uma nova dizia: "As 3 horas da madrugada do dia 27 de setembro
de 1895, juntamente com o chefe de estação n°16429, e com o senhor
Humberto Antunes, comprovamos o terrível acidente na estação, que
pegou fogo logo depois de ter acendido a vela do armazém da estação,
as cargas pegaram fogo e a estação foi totalmente desfigurada, e assinamos
a ata com decreto da pagina 17, a construção de uma alvenaria, do
mesmo modelo da que pegou fogo, segue as assinaturas...." (Cortesia
de Jonathan Sobral, 04/2006).
A cidade hoje se chama Matozinhos - com z - por decreto da
Prefeitura. Por ali passa atualmente linha de bitola mista (métrica
e larga, 1,60m).
Em 1985, a RFFSA informava no boletim "Conheça a sua
ferrovia" que nesta estação se executava o
carregamento de calcário e ferro gusa em gôndolas tipo
GFD na média mensal de 77.000 toneladas para os seguinte clientes:
USIMINAS e Della Volpe.
Apesar da concessão da linha da RFFSA para a FCA em 1996, a
estação foi mantida operacional, tendo sido restaurada
em 2004. Os móveis originais, entretanto, foram retirados e
substituídos por móveis modernos de escritório.
O pátio com 6 linhas continua operando com bastante movimento
(Informações de Jonathan Sobral, em 01/2006).
A estação, em junho de 2007, foi fechada pela FCA e
em seguida abandonada. Em 2021, foi restaurada.
ACIMA: A estação de Matosinhos (autor e data desconhecidos).
1924
AO LADO: Acidente na estação
(O Estado de S. Paulo, 19/11/1924) |
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1931
AO LADO: Acidente na estação
(O Estado de S. Paulo, 11/7/1931) |
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ACIMA: Estação e cidade de
Matosinhos (Autor e data desconhecidos).
ACIMA: Pátio de Matosinhos, em 2006.
Clique sobre a figura para aumentar (Desenho Jonathan Sobral).
ACIMA: Pátio e estação de Matosinhos em 20/6/2021 (Foto Gutierrez Lhamas Coelho).
(Fontes: Gutierrez Coelho, 2021; Pedro Paulo Resende; Jonathan Sobral;
Flavio Francesconi; Lourival Rodrigues; O Estado de S. Paulo, 1924;
Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Comunicação, 1928;
RFFSA: Conheça a sua ferrovia - Treinamento, DECOM-BH, março
de 1985; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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A estação, sem data. Foto Lourival Rodrigues,
de Osasco, SP |
A estação em 15/07/2001. Foto Flávio Francesconi |
A estação em 2003, com a DASH-9 da FCA passando
por ela. Foto Pedro Paulo Resende |
Pátio de Matosinhos, com a estação ao fundo,
em 18/06/2004. Foto Pedro Paulo Resende |
A estação em 28/09/2005. Foto Jonathan Sobral |
A estação em 10/2006. Foto Jonathan Sobral |
A estação de Matosinhos, ,
em 20/06/2021. Foto Gutierrez Coelho |
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Atualização:
15.07.2022
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