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E. F. Central do
Brasil (1914-1970) |
BARBOSA
GONÇALVES
Município de Valença, RJ |
Ramal de Jacutinga - km 247,609
(1928) |
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RJ-1358 |
Altitude: 436 m |
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Inauguração: 12.11.1914
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Uso atual: em pé; uso desconhecido (2017) |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: O
Ramal de Jacutinga teve a sua origem na Cia. E. F. União Valenciana,
aberta em 1871 e que ligava Valença a Desengano (Juparanã).
Em 1880, foi prolongada até Rio Preto. Somente em 1910, com
a criação da Rede Viação Fluminense, da
Linha Auxiliar encampada pela EFCB, foi que se abriu um ramal unindo
Governador Portella a Barão de Vassouras e daí se fez
a bitola mista, pela linha do Centro, até Desengano, unindo-se
Portella a Rio Preto, ao mesmo tempo em que se prolongava a linha
até Santa Rita do Jacutinga, na Rede Sul-Mineira, onde a ela
se ligou em 1918. Para que tudo isso se concretizasse foi necessário
também a redução de bitola da antiga Valenciana
de 1m10 para métrica. Por volta de 1965, o trecho entre Portella
e Barão de Vassouras foi entregue à Leopoldina, enquanto
o trecho restante continuou com a Central. Mas de 1971 a 1973 os dois
trechos foram extintos e os trilhos retirados. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Barbosa Gonçalves foi aberta em 1914, e era a última
estação no Estado do Rio e antes de cruzar o rio Preto
para chegar a Santa Rita do Jacutinga.
"Tenho hoje 45 anos e pude pisar na plataforma desta estação
pela primeira vez quando tinha três anos de vida. Era noite de lua
cheia e fomos recebidos por um gato, quando chegamos vindos de Valença,
mais exatamente de Juiz de Fora, que não possuía trem direto para
Barbosa Gonçalves. Estávamos eu, meu irmão, minha mãe e meu pai. Fomos
passear em "Barbosa", pois foi neste local que minha mãe e seus mais
de dez irmãos nasceram e passaram a infância. A fazenda pertencia
ao meu avô materno e desde esta idade até hoje, ainda nos ligamos
a esta localidade. Se você voltar ao local perceberá que o
pátio tem a forma triangular, pois era o viradouro do trem, que ali
manobrava, porque era fim de linha, pois somente mais tarde (1918)
o ramal foi estendido até Santa Rita de Jacutinga. Neste antigo pátio,
soterrados, ainda se encontram os trilhos. A estação de trem enfrentou
muitas vicissitudes e teve seu nome modificado pela prefeitura de
Valença após a morte de minha prima, por afogamento, na cachoeira
de Barbosa, ali, naquele local mesmo, que em sua homenagem emprestou
seu nome à estação. No lugar foi instalada uma escola - típica da
zona rural - que funciona até hoje, ainda que precariamente. Lembro-me
de todas as instalações ferroviárias, o embarque e desembarque de
animais e leite, passageiros e o inolvidável apito da mágica "Maria
Fumaça". Em frente à estação o ramal era duplicado, o que dava emoção
maior ao ver os trens em desvio, ao passarem por aqueles que faziam
desembarque junto à plataforma da estação. Pude assistir, mais tarde,
ao fim de tudo isso, lamentavelmente, ficando escassas lembraças nas
marcas do caminho que ainda identificamos: "por aqui passava o trem...".
Minha mãe me relatou muitas coisas de sua infância, como a passagem
do trem carregado de soldados rumo à Europa, na participação do Brasil
na Segunda Guerra Mundial" (Wanderson Leite Lacerda, 10/2007).
Depois de fechada, a estação esteve abandonada, depois
de ter servido algum tempo como uma escola.
Em 2011, estava restaurada, sem que eu saiba seu uso (ver foto ao
pé da página). Em 2017, está em pé ainda
e muito bem conservada. A placa com o nome, que ficava na plataforma,
foi para o museu ferroviário de Valença, como
mostra outra foto abaixo.
1925
AO LADO: Acidente na estação
(O Estado de S. Paulo, 9/5/1925)
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TRENS
- De acordo com os guias de horários, os trens de
passageiros - pararam nesta estação somente de
1914 a 1970. Ao lado, um destes trens na estação
de Santa Rita do Jacutinga, por volta de 1969. Clique sobre
a foto para ver mais detalhes sobre esses trens. Veja aqui horários
em janeiro de 1964 (Guias Levi). |
(Fontes: Rita Ribeiro; Gustavo Abruzzini; Alexandre
Ferreira; Wanderson Leite Lacerda; Luiz Antonio Mathias Netto; O Estado
de S. Paulo, 1925; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Communicação,
1928; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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Placa da estação no museu ferroviário de
Valença, RJ.
Foto Gustavo Abruzzini |
A estação em 02/1996. Foto Luiz Antonio Mathias
Netto |
A estação em 2011. Foto Rita Ribeiro |
A estação em 2016. Foto Alexandre Ferreira |
A estação em 11/11/2017. Foto Coaraci Camargo |
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Atualização:
29.11.2019
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