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E. F. Dom Pedro
II (1867-1889)
E. F. Central do Brasil (1889-1975)
RFFSA (1975-1996) |
CASAL
Município de Vassouras, RJ |
Linha do Centro - km 159,225 (1937) |
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RJ-1368 |
Altitude: 318 m |
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Inauguração: 01.10.1867 |
Uso atual: demolida |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d (já demolido) |
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HISTORICO DA LINHA: Primeira
linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889
passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de
todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação
Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando
Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais,
atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco
e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura
Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram
Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali constrruída
foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro
lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro
acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto
foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando
o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final
se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até
Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste
Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam
os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo
Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os
respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém,
havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro
Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio.
Entre Japeri e Barra do Piraí havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente,
entre Montes Claros e Monte Azul esses trens sobreviveram até 1996,
restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira
ainda existe... para trens cargueiros. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Casal, que tomou o nome de uma antiga fazenda do local,
foi inaugurada em 1867.
Servia, em 1928, ao distrito de Abarrancamento.
Na reportagem do jornal em 1990, a triste afirmação
de que nada mais restava dos antigos armazéns que abasteciam
a região com legumes e grãos. O êxodo havia sido
total, e ninguém mais vivia em Casal.
"Dom Pedro II desembarcou em Barra do Piraí e inaugurou
a estação, em 1864. Estava criando nessa vila do sul
do Rio de Janeiro o maior entroncamento ferroviário do Brasil.
E projetava isso: os estrategistas da época descobriram ali
o lugar geograficamente mais racional para o encontro de dois grandes
ramais de estradas de ferro, no caminho de São Paulo e Minas,
por onde a riqueza do País circularia. No passo
dos trilhos, os trabalhadores da Estrada de Ferro Dom Pedro II construíram
suas pousadas entre as cidades já existentes, como Barra Mansa
e Volta Redonda, caminho de São Paulo; Vassouras e Três
Rios, rumo a Minas Gerais. Eram usadas no meio do mato, onde peões
ferroviários guardavam material de construção,
ferramentas e alimentos.
A concentração de peões trazia os mascates, a
expectativa de comércio e o crescimento atraía as olarias
- e as pousadas viraram vilas e caminhavam para ser cidades. Quase.
Surgidas da necessidade dos trabalhadores na estrada
de ferro, tinham nos trilhos o eixo de sua economia - por ali recebiam
mantimentos e notícias de outros lugares e escoavam
a produção agrícola. Pequenos
proprietários de terra estabeleceram-se e as vilas eram quase
auto-suficientes. Dependiam do trem. E morreriam na década
de 1970, quando o trem acabou. Aristides Lobo, Demétrio Ribeiro,
Barão de Vassouras, Sebastião de Lacerda, Aliança,
Casal, Carlos Niemeyer, Andrade Pinto são cidades mortas.
Algumas, cidades-fantasma: Casal e Carlos Niemeyer viveram o êxodo
total e hoje apenas as ruínas de suas igrejas sem altar e casas
trancadas e desertas vivem ali. Na estação agora inútil,
o sempre grandioso prédio da administração e
do almoxarife perdeu as telhas importadas de Marselha e as vigas de
pinho de riga. As cidadezinhas perderam suas características
mais pela ação do tempo, pois mesmo o roubo predatório
ficou difícil com a ausência do trem" (O
Estado de S. Paulo, 03/01/1990).
Quase 20 anos depois, a situação era igual, ou pior:
"Continuei a caminhada. Ao longo da linha, haviam vagões de
vários tipos, encostados nos desvios, deixados lá para apodrecer,
e muitas ossadas de animais atropelados pelos trens cargueiros que
passam velozes por ali. O calor foi aumentando, o sol já batia forte
em minhas costas. Passava das 11 horas quando cheguei a Casal. O mesmo
cenário de Carlos de Niemeyer, só que por detrás do matagal, havia
ruínas mais interessantes de se ver.
Descansei um pouco e por volta do meio-dia, fui fazer imagens do lugar.
Pra chegar às ruínas, tive de vencer o mato alto cheio de folhas
cortantes, galhos com espinhos e me esgueirar por debaixo de arame
farpado. Entre os restos daquela cidadela, me surpreendi com uma capelinha
abandonada, erguida em 20 de maio de 1956. Em seu interior, repleto
de teias de aranha e fezes de boi, sobraram duas estatuetas e o altar,
onde permanecem apenas tijolos" (Carlos Latuff, Expedição
ao Inferno, 13/2/2009).
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1878
AO LADO: Acidente entre Casal e Ubá (esta hoje Andrade Pinto). Na época, a estação de Carlos Niemeyer, entre as duas, ainda não existia (O Estado de S. Paulo,
29/01/1878). |
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1924
AO LADO: Descarrilamento
próximo à estação de Casal (O
Estado de S. Paulo, 14/6/1927).
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1927
AO LADO: Outro descarrilamento
próximo à estação de Casal (O
Estado de S. Paulo, 14/6/1927).
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ACIMA: A Estação do Casal, localizada
no município de Vassouras, permutava malas postais diariamente
com a Administração Federal (Rio de Janeiro). As malas seguiam
ao destino pela Estrada de Ferro Central do Brasil. Interessante
notar a grafia de Cazal (com Z) no carimbo que é diferente da
grafia no Guia Postal de 1906, que está com S. O selo já é do
período republicano, porém o carimbo é proveniente do império,
com um belo ornamento na parte inferior (Reprodução
e texto: Márcio Protzner, 02/2009). |
ACIMA: Capela, exterior e interior,
em Casal: abandonada, como tudo. Sua data de abertura está
na frente: 20 de maio de 1956 (Fotos Carlos Latuff, 13/2/2009).
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TRENS
- Os trens de passageiros pararam nesta estação
de 1867 até 1991. Ao lado, o trem Rio-Belo Horizonte,
que fazia esse percurso. Clique sobre a foto para ver mais detalhes
sobre esses trens. Veja aqui horários
em 1968 (Guias Levi). |
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A plataforma da estação de Casal em 2009 e uma caixa d'água
com a sigla "EFCB", datada de 08 de maio de 1958. Foto Carlos
Latuff |
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Atualização:
21.06.2021
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