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E. F. Príncipe
do Grão Pará (1886?-1890)
E. F. Leopoldina (1890-1964) |
CASCATINHA
Município de Petrópolis, RJ |
Linha do Norte - km 63,963 (1960) |
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RJ-1939 |
Altitude: 721 m |
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Inauguração: 1886? |
Uso atual: museu (2003) |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: |
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HISTORICO DA LINHA: A
linha que unia o centro do Rio de Janeiro a Petrópolis e Três Rios
foi construída por empresas diferentes em tempos diferentes. Uma pequena
parte dela é a mais antiga do Brasil, construída pelo Barão de Mauá
em 1854 e que unia o porto de Mauá (Guia de Pacobaíba) à estação de
Raiz da Serra (Vila Inhomerim). O trecho entre esta última e a estação
de Piabetá foi incorporada pela E. F. Príncipe do Grão Pará, que construiu
o prolongamento até Petrópolis e Areal entre os anos de 1883 e 1886.
Finalmente a estação de Areal foi unida à de Três Rios em 1900, já
pela Leopoldina. Finalmente, o trecho entre o a estação de São Francisco
Xavier, na Central do Brasil, e Piabetá foi entregue entre 1886 e
1888 pela chamada E. F. Norte, que neste último ano foi comprada pela
R. J. Northern Railway. Finalmente, em 1890, a linha toda passou para
o controle da Leopoldina. Em 1926 a linha foi estendida finalmente
até a estação de Barão de Mauá, aberta nesse ano, eliminando-se a
baldeação em São Francisco Xavier. O trecho entre Vila Inhomerim e
Três Rios foi suprimido em 5 de novembro de 1964. Segue operando para
trens metropolitanos todo o trecho entre o centro do Rio de Janeiro
e Vila Inhomerim. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Cascatinha figurava em 1940 como estação da
linha de subúrbios entre Petrópolis e Pedro
do Rio. A sua data de inauguração não foi
identificada por mim.
Certamente já existia nos anos 1880 -
foi provavelmente inaugurada com o prolongamento da linha em 1886,
pois documentos dessa época desta estação são
conhecidos (ver mais abaixo).
Em 1962 já estaria desativada,
existindo apenas o trem de longo percurso na região.
É verdade que o Presidente
do Brasil na época era Castelo
Branco e não Juscelino, mas a indignação
de Paulo o leva a pensar no eterno "culpado" pelo
quase fim das ferrovias, generalizado como JK mas na verdade causado
por uma série de fatores que se avolumaram antes de depois
dele.
"No ano de 1962 eu trabalhava nos escritórios da Standard Brands of Brazil,
Inc., que depois tornou-se a Fleischmann & Royal, e na época os trens
funcionavam normalmente, não só transportando passageiros como também
transportando melaço, matéria prima do fermento Fleischmann, de Campos
para Petrópolis, em vagões que pertenciam à própria Standard"
(Celina dos Reis Guimarães, 10/2007).
"Eu
que sou petropolitano e vi esta estação funcionando,
sinto um gosto amargo de atraso em um país que tem
tudo para ser uma potência mundial. E mais do que isso,
poderia ter se confirmado como uma potência ferroviária.
Mesmo do alto dos meus 50 anos, ainda sonho com minha inesquecível
Leopoldina e das manobras que assistia em Cascatinha, quando
garoto, até que um bando de imbecís, comandados
por um presidente aproveitador, nos retirou o prazer de ver
o trem circular por nossas cidades, em troca desta merda chamada
de ônibus e que só serve para poluir e travar
o trânsito. Parabéns Sr. JK, o Brasil lhe deve
esta 'cagada' histórica!" (Paulo Maurício, 03/2005).
Em 2023 a estação,
restaurada, servia como museu.
ACIMA: Despacho de frete ferroviário na estação
de Cascatinha no final dos anos 1880 e início dos 1890 pela E. F. Príncipe do Grão-Pará (1887),
depois (ACIMA)
pela The Rio de Janeiro & Northern Railway (1890...
...e finalmente (ACIMA) pela E. F. Leopoldina (1891)
(Acervo Ralph M. Giesbrecht).
ACIMA: "Conhecem a Cascatinha de Petrópolis,
que dista 5 km de Petrópolis. Meia dúzia de casas toscas
divididas em quartéis servem de habitação aos
operários das fábricas, e a pouca distância, na
esplanada duma altíssima serra, uma lasca muito escura a contrastar
singularmente com a enfermidade das vivendas e com a aspereza das
serras; em baixo num murmurar monótono e compassado, o Piabanha
a deslizar ligeiro pelas quebradas dos montes e pelas relvas verdes
dos prados e que vai perder-se além, ao longe, nas sinuosidades
dos vales. Mas baseado nessa descrição não vão
julgar que a Cascatinha é pouco concorrida de forasteiros.
Há sempre grande e seleta afluência. A vista acima foi
tirada na Cascatinha durante um pic-nic (...)" (Revista Illustração
Brasileira, 16/6/1911).
ACIMA: A cascata
que deu o nome à estação (Data e autor desconhecidos).
ACIMA: O mapa de 1926 mostra o trecho da
ferrovia entre Petrópolis e Itaipava, com a estrada
da União e Indústria acompanhando (Revista da
Semana, 1926).
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ACIMA: Fábrica de tecidos com ramal interno
próprio, que chegava até a estação de
Cascatinha para carregamento (Acervo Bruno Senna - sem data).
ACIMA: Lareal da estação em 02/06/2023 (Foto Renato Ramos).
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TRENS - De acordo com os guias de horários, os trens de passageiros
pararam nesta estação de cerca de 1890 a 1964.
Na foto à esquerda, o trem está trafegando pelo
trecho da serra. Clique sobre a foto para ver mais detalhes
sobre esses trens. Veja aqui horários
em 1958 (Guias Levi). |
(Fontes: Ricardo
Quintero de Mattos; Celina dos Reis Guimarães; Bruno Senna; Jorge
A. Ferreira; Paulo Maurício; Revista
da Semana, 1905 e 1926; Illustração Brasileira, 16/6/1911;
Edmundo Siqueira: Resumo Histórico da Leopoldina Railway, 1938;
Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Mapas - acervo R.
M. Giesbrecht) |
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A estação em 1905, com um trem de excursão.
Revista da Semana, 3/9/1905 |
A estação em 1985. Autor desconhecido |
A estação em 01/2003. Foto Jorge A. Ferreira |
A estação da Cascatinha em 02/06/2023. Foto Renato Ramos |
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Atualização:
04.06.2023
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