|
|
E. F. Leopoldina
(1900-1964) |
MOURA BRASIL
Município de Três Rios, RJ |
Linha do Norte - km 118,511 (1960) |
|
RJ-3904 |
Altitude: |
|
Inauguração: 04.06.1900 |
Uso atual: demolida |
|
sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d (já demolido) |
|
HISTORICO DA LINHA: A
linha que unia o centro do Rio de Janeiro a Petrópolis e Três Rios
foi construída por empresas diferentes em tempos diferentes. Uma pequena
parte dela é a mais antiga do Brasil, construída pelo Barão de Mauá
em 1854 e que unia o porto de Mauá (Guia de Pacobaíba) à estação de
Raiz da Serra (Vila Inhomerim). O trecho entre esta última e a estação
de Piabetá foi incorporada pela E. F. Príncipe do Grão Pará, que construiu
o prolongamento até Petrópolis e Areal entre os anos de 1883 e 1886.
Finalmente a estação de Areal foi unida à de Três Rios em 1900, já
pela Leopoldina. Finalmente, o trecho entre o a estação de São Francisco
Xavier, na Central do Brasil, e Piabetá foi entregue entre 1886 e
1888 pela chamada E. F. Norte, que neste último ano foi comprada pela
R. J. Northern Railway. Finalmente, em 1890, a linha toda passou para
o controle da Leopoldina. Em 1926 a linha foi estendida finalmente
até a estação de Barão de Mauá, aberta nesse ano, eliminando-se a
baldeação em São Francisco Xavier. O trecho entre Vila Inhomerim e
Três Rios foi suprimido em 5 de novembro de 1964. Segue operando para
trens metropolitanos todo o trecho entre o centro do Rio de Janeiro
e Vila Inhomerim. |
|
A ESTAÇÃO: A estação
de Moura Brasil foi aberta em 1900.
Segundo se sabe, o ramal
de São José do Rio Preto fazia parte da linha tronco
da antiga Grão Pará, que pretendia atingir Além Paraíba subindo
a margem esquerda do rio Preto até conseguir vencer o vale por ele
aberto, mas seus planos foram frustrados por um enorme paredão de
pedra na localidade de Serra do Sossego, depois de São José.
O paredão era intransponível para os recursos da época, levando a
Grão Pará a estacionar a linha em São José por alguns anos.
Com o advento da Leopoldina, esta preferiu dar prosseguimento na linha
via Três Rios e, dali, seguindo o Paraíba do Sul, atingir Além
Paraíba.
Analisando os dois trechos, vemos quão acertada foi a
idéia da Leopoldina. O traçado mais difícil já fora vencido entre Petrópolis e Areal. Bastava seguir o Piabanha
por um bom trecho até nas proximidades de Três Rios, abandonando-o
na localidade de Alberto Torres e seguindo até Moura Brasil.
Dali, por um corte na pedra, passava para o vale do Paraíba do Sul
e seguia em demanda de Três Rios, cruzando a bela Ponte das
Garças antes desta estação, outrora da Cia. União
e Indústria.
"Amanhã às 6 tomarei o trem da Leopoldina, que às
10 nos porá na estação Moura Brasil, donde um carro nos levará à fazenda
do patrício amigo (Moura Brasil), às horas do almoço" (Carta
de Capistrano de Abreu a João Lúcio de Azevedo em 21/6/1921).
A estação foi fechada em 1965, com a supressão
do trecho.
"Passamos por Moura Brasil, na tentativa de descobrir
algum vestígio da estação. Descobri que a estação fora demolida para
construção do trevo de acesso a BR116 no seu entroncamento com a BR040
em Três Rios. Um morador local nos informou que ela ficava quase de
frente de uma igreja de pedra vista no local. Se ficasse ao lado,
teria sobrevivido" (Pedro Paulo Resende, 06/2007).
ACIMA: A ponte das Garças, a original de
ferro e construída pela estrada União e Indústria
no final dos anos 1860 e depois (1900) sendo utilizada pela linha
entre as estações de Moura Brasil e de Hermogênio
Silva, provavelmente nos anos 1910 (Autor desconhecido).
ACIMA: Desmontada,
a velha ponte original foi substituída por uma de aço,
bem menos bonita que a antiga. Aqui ela aparece em fotografia de 2005,
já sem trilhos e servindo como passagem para pedestres (Foto
Jorge A. Ferreira).
ACIMA: Mapa do entroncamento ferroviário
de Três Rios. Notar a Ponte das Garças junto à
estação de Moura Brasil. De todas essas linha existentes
no final dos anos 1950, somente restam as da antiga Central do Brasil,
passando pela estação de Três Rios e seguindo
para Serraria (bitola larga) e cruzando o rio Paraibuna ao sul da
antiga linha da Leopoldina (bitola estreita) (IBGE - Enciclopédia
dos Municípios Brasileiros, vol. VII, 1957).
|
TRENS - De acordo com os guias de horários, os trens de passageiros
pararam nesta estação de 1900 a 1963. Na foto
à esquerda, o trem está trafegando pelo trecho
da serra. Clique sobre a foto para ver mais detalhes sobre esses
trens. Veja aqui horários
em 1958 (Guias Levi). |
(Fontes: Jorge A. Ferreira Jr.; Pedro Paulo
Resende; Jairo Mello; Guias Levi, 1938-1980 José Honório Rodrigues:
Correspondência de Capistrano de Abreu, volume 1, Rio de Janeiro,
1954; IBGE: Enciclopédia dos Municípios
Brasileiros, 1957; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
|
|
|
A estação já abandonada, talvex anos 1980. Acervo Solange Tepedino, cessão Bruno Tavares
|
A estação - sem data. Autor desconhecido |
|
|
|
|
|
|
|
|
Atualização:
11.11.2021
|
|