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E. F. Sorocabana
(1930-1971)
FEPASA (1971-1994)
CPTM (1994-) |
JÚLIO PRESTES (antiga SÃO PAULO)
Município de São Paulo, SP |
Linha-tronco - km 0 |
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SP-0550 |
Altitude: 737 m |
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Inauguração: 1938 |
Uso atual: estação de trens metropolitanos
e sala de concertos (2023) |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 1938 |
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HISTORICO DA LINHA: A E. F. Sorocabana
foi fundada em 1872, e o primeiro trecho da linha foi aberto em 1875,
até Sorocaba. A linha-tronco se expandiu até 1922, quando atingiu
Presidente Epitácio, nas margens do rio Paraná. Antes, porém, a EFS
construiu vários ramais, e passou por trocas de donos e fusões: em
1892, foi fundida pelo Governo com a Ytuana, na época à beira da falência.
Em 1903, o Governo Federal assumiu a ferrovia, vendida para o Governo
paulista em 1905. Este a arrendou em 1907 para o grupo de Percival
Farquhar, desaparecendo a Ytuana de vez, com suas linhas incorporadas
pela EFS. Em 1919, o Governo paulista voltou a ser o dono, por causa
da situação precária do grupo detentor. Assim foi até 1971, quando
a EFS foi uma das ferrovias que formaram a estatal FEPASA. O seu trecho
inicial, primeiro até Mairinque, depois somente até Amador Bueno,
desde os anos 20 passaram a atender principalmente os trens de subúrbio.
Com o surgimento da CPTM, em 1994, esse trecho passou a ser administrado
por ela. Trens de passageiros de longo percurso trafegaram pela linha-tronco
até 16/1/1999, quando foram suprimidos pela concessionária Ferroban,
sucessora da Fepasa. A linha está ativa até hoje, para trens de carga. |
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A ESTAÇÃO:
Em 1920, os relatórios da Sorocabana já alertavam para a necessidade
de um novo prédio: "A E. F. Sorocabana necessita ter em São Paulo
uma estação que, satisfazendo ás necessidades do publico, não quebre
a harmonia das demais construcções da principal cidade do Estado.
A actual, além de exígua, o que prejudica o movimento de passageiros
e encarece os demais serviços, é um mesquinho edifício que desdoura
a nossa Capital". O problema não era o predio de 1914, mas sim a plataforma de embarque, que ainda era a mesma, basicamente, dos tempos da CUSY.
A construção do novo prédio demorou mais de dez anos, iniciando-se
em 1926 e sendo inaugurada somente em 15/10/1938, projetado pelo arquiteto
Christiano das Neves.
Entretanto, é sabido que, em 1930, com a conclusão da
área das plataformas, o embarque passou a ser feito na estação
ainda longe de ser acabada, desativando a estação de
1914, ao seu lado. Houve até uma inauguração
formal no dia 13 de maio desse ano (1930), com a presença do
presidente (governador) do Estado, Júlio Prestes, que,
aliás, nomearia a estação 21 anos depois. Manteve
o nome das estações anteriores, São Paulo.
Portanto, a estação realmente começou a operar
para passageiros nesse dia, sendo que a gare (extremidade do lado
da alameda Cleveland) já era preticamente do aspecto que ainda
hoje o tem.
Novamente foi ela inaugurada em 1938, como visto acima, agora com
todo o prédio inteiramente pronto. Veja a inauguração
em notícia do Correio Paulistano, edição
de 18/10/1938 - página 1
e página 2.
Somente a partir de 1951 é que o nome Júlio Prestes foi adotado.
Curiosamente, este havia sido o nome, por curto tempo (1948-1951)
dado à estação de Canguera, na linha Mairinque-Santos.
A parte da plataforma da estação Júlio Prestes, situada
à sua esquerda, hoje serve apenas como ponto de partida
dos trens da CPTM. Para trens de passageiros de longa distância,
a estação deixou de ser ponto de partida em 1988, quando
os trens da antiga Sorocabana foram transferidos para ter partida
na estação nova da Barra Funda, aberta nesse
ano.
Os seus escritórios, depois de abrigarem por anos a sede da
Sorocabana, e depois da FEPASA, passaram em 1997 a abrigar a Secretaria
de Estado da Cultura.
Em 09/07/1999, depois de uma reforma de dois anos,
seu amplo saguão passou
a abrigar a Sala São Paulo,
com 1.509 lugares e mil metros quadrados, para abrigar a Orquestra
Sinfônica de São Paulo.
A sua plataforma continua ativa, mas esteve prevista a sua desativação
para 2004. Em 2016, ela ainda continuava com seus trens, graças
a Deus.
"Para aqueles que gostam de via permanente, desculpem-me se
já conhecem esta informação, mas na lateral
externa da gare da
estação Julio Prestes existe ainda uma via singela, em bitola métrica
, fixada com dormentes metálicos.Esta via não está conectada com a
via principal que sai da gare, bloqueada que está por um jardinzinho
de chefe de estação. A linha é a única que sobrou do patio externo
da gare de Julio Prestes, e que certamente terminava na segunda estação
da EFS, depois o terrível DEOPS" (Ayrton Camargo da Silva,
01/2007).
Na verdade, os três últimos prédios que serviram
de ponto inicial dos trens da Sorocabana, desde 1904, estavam em pontos
diferentes, sempre na rua Mauá. Os três prédios
conviveram lado a lado até 1979, quando a estação
mais antiga foi demolida, mesmo sob protestos de preservacionistas.
(VER TAMBÉM: São
Paulo (original); São
Paulo-nova)
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1888
AO LADO: Assalto na estação
(A Provincia de S. Paulo,
23/10/1888). |
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1900
AO LADO: A febreamarela grassava no interior e a desinfecção em SP era necessaria (O Estado de S. Paulo, 9/1/1900). |
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1918
AO LADO: Julio Prestes. |
ACIMA: A passarela foi implantada em 1979, mas não funcionava mais em 2020 (Diario Popular, 28/11/1979).
ACIMA:
Sala de acesso às plataformas da estação, antes
da reforma que a transformou em sala de acesso ao teatro (Foto Nelson
José Gonçalves, talvez anos 1990).
ACIMA: A gare da estação de Julio
Prestes, em 2008 (Foto Mateus Cussioli).
ACIMA: A estação
vista do alto, em 2008. No canto superior esquerdo, a gare de onde
saem hoje os trens da CPTM e no passado saíam os trens da Sorocabana.
Ao fundo, as linhas da ex-Santos a Jundiaí, lotadas de trens
da CPTM que correm na linha Luz-Jundiaí. A estação
da Luz não aparece na foto e está à direita,
bem como está também à direita, antes da Luz,
o prédio da estação da EFS entre 1914 e 1930
que funcionou depois como DOPS, podendo-se ver um pequenino pedaço
dele no canto direito inferior (Autor desconhecido).
"Para
quem se lembra, na estação Julio Prestes o ritual era mais ou
menos assim: Cerca de 5 minutos antes da partida do trem de
longo percurso, a campainha era acionada por cerca de 15 segundos.
Dois minutos após vinha o segundo aviso, desta vez com dois
toques. E no momento da partida, o terceiro aviso com três toques.
Então o chefe do trem colocava em funcionamento seu apito liberando
de vez o trem. Aí, o maquinista acionava a buzina e iniciava
a corrida. E quando era um dos trens longos com até 25 carros?
O chefe e seus ajudantes iam passando o apito até chegar o som
na locomotiva. Atualmente, nos trens da Vale, a autorização
para partida é enviada ao maquinista via rádio. A Sorocabana,
ao contrário da Paulista, SPR etc., sempre usou dois apitos
do chefe, repetidos pelo maquinista, para a partida, claro,
após o toque do sino ou campainha da chefia da estação"
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AO LADO: por Carlos Almeida e Coaraci Camargo, 2009.
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ACIMA: As três estações: a primeira,
hoje apenas um terreno vazio e cercado por um muro pichado; a segunda, atualmente
museu e Escola de Música; e a terceira, Julio Prestes, da qual
se vê somente o torreão (Foto Ralph M. Giesbrecht em
28/10/2016).
ACIMA: A bilheteria original ainda em uso em
2016 (Foto Ralph M. Giesbrecht, 1/11/2016).
ACIMA: Trem da CPTM bate na plataforma da estação em 2022 (Foto Rede Bandeirantes em 10/03/2011).
(Fontes:
Ralph Mennucci Giesbrecht, pesquisa local; Coaraci Camargo; Nelson
José Gonçalves; Carlos R. Almeida; Ayrton Camargo da
Silva; Antonio Soukhef; Lourenço Paz; Lucas Cortopassi; Mateus
Cussiolli; A Cigarra, 1930; E. F. Sorocabana: relatórios anuais,
1872-1969; Folha de S. Paulo, 13/5/1930; Revista da Semana, 1924;
Livro dos 90 anos da EFS, 1960; O Estado de S. Paulo, 1998; Revista
Ferroviária, 2001; Guias Levi, 1932-80; Mapas - acervo R. M.
Giesbrecht) |
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A estação em 1930 - somente a gare estava pronta
e funcionando nesse ano. Autor desconhecido |
A estação no dia se sua primeira inauguração
em 1930. A Cigarra, 2a quinzena de maio de 1930 |
A estação Júlio Prestes, em 1998, antes
da reforma que a transformou em teatro. Foto do jornal O
Estado de S. Paulo |
A estação Júlio Prestes, já reformada
como Sala São Paulo, em 2001. Foto da Revista Ferroviária
promovendo a exposição anual |
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Atualização:
11.01.2023
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