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C. E. F. São
Paulo-Rio Grande (1923-1942)
Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (1942-1975)
RFFSA (1975-1996) |
JOAQUIM
TÁVORA
(antiga AFFONSO CAMARGO, SALTINHO e PRESIDENTE GETULIO)
Município de Joaquim Távora,
PR |
Ramal do Paranapanema - km 133,851
(1935) |
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PR-0610 |
Altitude: 634,460 m |
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Inauguração: 07.09.1923 |
Uso atual: destruída por um incêndio
em 2013; reconstruída em 2016 |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: 2016 (original: 1923) |
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HISTORICO DA LINHA: A
linha do Paranapanema, construída para evitar o "perigo
paulista", ou seja, a exportação de mercadorias
do Norte Velho do Paraná via E. F. Sorocabana pelo porto de
Santos, teve o primeiro trecho inaugurado em 1915, ligando Jaguariaíva,
na Itararé-Uruguai, a São José, atual Calógeras.
Seu prolongamento acabou se arrastando até 1937, quando alcançou
a já existente E. F. São Paulo-Paraná e por ela
alcançou por tráfego mútuo a cidade de Ourinhos,
em São Paulo. Depois da abertura da linha Apucaranas-Uvaranas,
em 1975, o ramal entrou em decadência por ter uma linha obsoleta
e cheia de curvas. O último trem de passageiros (Trem do Norte,
mais tarde "Trem da Miséria", rodou em junho de 1979.
Em 2001, o tráfego de cargueiros foi suspenso pela ALL e hoje
apenas esporádicos autos de linha passam pela linha, praticamente
abandonada em toda a sua extensão. |
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A ESTAÇÃO: A estação
foi aberta com o nome de Affonso Camargo, em 1923.
Era então "toda de madeira, obedecendo ao novo tipo
de estação de 3ª classe, aprovado pela inspetoria. Assentada sobre
alicerces de alvenaria de pedra e com plataforma na mesma alvenaria"
(*Relatório da RVPSC, 1923).
"Affonso Camargo, ha menos de um anno, era um simples pouso de
sertanejos em pleno sertão bravio (...). O ramal a custo attingio
aquelle ermo, a 183 Km e 800 m do seu início em Jaguariaíva e hoje
Affonso Camargo é uma linda villeta com cerca de 200 predios (...).
Se ha logar onde se justifiquem as serrarias que abatem as arvores
preciosas (...) esse logar é Affonso Camargo (...) florestas irremediavelmente
condenadas, visto que aterra magnifica que as mantem, agora a civilização
precisa para as culturas systemáticas do Café e do Algodão (...)".
(Romario Martins, 1924, extraído de WACHOWICZ. 1987: 110-111
pelo site www.patrimoniocultural.pr.gov.br).
A estação e a cidade, que teve participação
ativa na Revolução de 1930 (leia
sobre esta participação), chamou-se depois Saltinho,
Presidente Getúlio, e, em 1930, passou a se chamar
Joaquim Távora. Nos anos 1930, ali havia paradas
dos trens de passageiros para refeições. Estes trens
deixaram de correr pelo ramal em 1979.
Em outubro de 2001, a ALL, concessionária que estava utilizando
a linha até então, anunciou a desativação
do ramal.
O triste relato do jornal A Gazeta do Povo, de Curitiba,
de 17/02/2002 descrevia o estado, na época, de Joaquim Távora:
"A estação, em madeira pintada de vermelho,
está fechada. Moradores de rua dormem no local, por onde a
todo instante passam pessoas circulando de uma ponta a outra da cidade".
Em janeiro de 2003, a estação encontrava-se em estado sofrível
de conservação, mas ainda está de pé. Havia um sujeito morando nela,
que confirmou a versão das elevadas indenizações que a ALL teria pago
pelos acidentes, vindo a abandonar o trecho, havia cerca de um ano.
Curiosamente, ele informou que obteve da ALL permissão para morar
na estação, em troca da guarda e conservação da mesma. Era idêntica
à estação de Arapoti e provavelmente a muitas das já demolidas
no trecho. Na foto da placa, abaixo, pode-se ver que a placa foi reaproveitada
da estação Eng. Guimarães Carneiro, cuja grafia aparecia de
cabeça para baixo.
No início da noite do dia 5 de fevereiro de 2013, abandonada,
foi destruída totalmente por um incêndio "acidental".
Foi reconstruída em 2016.
1923
AO LADO: Inauguração da estação
de Affonso Camargo em 7 de setembro (O Estado de S. Paulo,
8/9/1923).
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1924
AO LADO: Da estação de Affonso Camargo saiu
de automóvel a comitiva do governo do Estado para inaugurar
a estação de Leoflora, primeira da Cia. São
Paulo-Paraná (O Estado de S. Paulo, 11/6/1924).
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1925
AO LADO: Construção de desvio e armazém
na estação (O Estado de S. Paulo, 8/4/1924).
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ACIMA: Diretores e funcionários da estação
Affonso Camargo posam, provavelmente no dia da inauguração
da estação nos anos 1920 (Foto Arthur Wischral).
ACIMA: Conjunto de estação
e armazém, em 31/5/2009. O armazém é, na verdade,
de material rodante, como trolei e auto de linha. A linha tem uso
apenas eventual desde 2001 (Foto Daniel Gentili).
ACIMA: Incêndio
consome a estação abandonada em 5/2/2013 (http://www.
npdiario.com)
(Fontes: Steen Larsen; Daniel Gentili;
Douglas Razaboni; Marcelo Landowski; J. C. Kuester; Romario Martins;
Washowicz; ABPF-Paraná; A Gazeta do Povo, 2001; O Estado de
S. Paulo, 1924 e 1925; Correio dos Ferroviários, 1967; http://www.npdiario.com/
noticia/7207; RVPSC: Relatórios anuais, 1920-60; www.patrimoniocultural.pr.gov.br;
RVPSC: Horário dos Trens de Passageiros e Cargas, 1936; IBGE,
1957) |
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Inauguração da estação, em 07/09/1923
(na foto diz 1926). Correio dos Ferroviários,
02/1967. Acervo J. C. Kuester |
A estação de Affonso Camargo. Anos 1920? Autor
desconhecido |
A estação, provavelmente anos 1980. Acervo ABPF-Paraná |
A bela estação de Joaquim Távora em 01/2003.
Foto Douglas Razaboni |
A bela estação de Joaquim Távora em 01/2003.
Foto Douglas Razaboni |
A bela estação de Joaquim Távora em 01/2003.
Foto Douglas Razaboni |
A bela estação de Joaquim Távora em 01/2003.
Foto Douglas Razaboni |
A estação em 31/5/2009. Foto Daniel Gentili |
Restos da estação em 5/2013. Foto Marcelo Landowski |
A estação reconstruída, em 01/2017. Foto
Steen Larsen |
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Atualização:
20.02.2022
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