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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Calógeras
Wenceslau Brás
Eng. Homero Flori
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Saída para o ramal de Barra Bonita e Rio do Peixe: Cerradinho
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IBGE - 1960
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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C. E. F. São Paulo-Rio Grande (1919-1942)
Rede de Viação Paraná-Santa Catarina (1942-1975)
RFFSA (1975-1996)
WENCESLAU BRAZ
Município de Wenceslau Braz, PR
Ramal do Paranapanema - km 70,220 (1935)   PR-0777
Altitude: 820 m   Inauguração: 01.01.1919
Uso atual: em ruínas (2016)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: anos 1990
 
 
HISTORICO DA LINHA: A linha do Paranapanema, construída para evitar o "perigo paulista", ou seja, a exportação de mercadorias do Norte Velho do Paraná via E. F. Sorocabana pelo porto de Santos, teve o primeiro trecho inaugurado em 1915, ligando Jaguariaíva, na Itararé-Uruguai, a São José, atual Calógeras. Seu prolongamento acabou se arrastando até 1937, quando alcançou a já existente E. F. São Paulo-Paraná e por ela alcançou por tráfego mútuo a cidade de Ourinhos, em São Paulo. Depois da abertura da linha Apucaranas-Uvaranas, em 1975, o ramal entrou em decadência por ter uma linha obsoleta e cheia de curvas. O último trem de passageiros (Trem do Norte, mais tarde "Trem da Miséria", rodou em junho de 1979. Em 2001, o tráfego de cargueiros foi suspenso pela ALL e hoje apenas esporádicos autos de linha passam pela linha, praticamente abandonada em toda a sua extensão.
 

A ESTAÇÃO: A estação de Wenceslau Braz foi inaugurada em 1919.

Nos anos 1920, saía dali o desvio da Serraria Maluf, que seguia para uma madeireira próxima à estação.



Em 1944, cogitava-se construir um ramal ligando a estação à cidade paulista de Itararé, para encurtar o trecho no sentido de se transportar o carvão de Wenceslau Braz para a Sorocabana na ponta do ramal de Itararé. Era época de guerra e de falta de carvão e lenha. Aparentemente o ramal jamais foi construído.

"Considerada a cidade do entroncamento das linhas que vinham e partiam para Ourinhos; diariamente, às 22 horas, ali todos os que procediam do ramal de Barra Bonita apanhavam o comboio noturno, que seguia direto até Curitiba, chegando por volta de 12 horas do dia seguinte. Quando descíamos em Wenceslau Braz, era costume procurarmos as casas de nossos parentes, para ali ficarmos, das 11h30 até as 20 horas, aproximadamente (...) À noite, agora, tudo mudava, a escuridão cobria tudo, somente se podia divisar os trilhos à frente da locomotiva, mal iluminada pelo enorme farol frontal da máquina, a silhueta da composição não passava de dezenas de janelas iluminadas deixando visualizar com dificuldade todos os carros. De quando em quando, cortinas de fagulhas eram expelidas pela chaminé da locomotiva, que rasgava a noite até chegar na estação de Jaguariaíva. (...) Deixando Wenceslau Braz com destino a Curitiba, o trem parava nas seguintes estaçõezinhas: Calógeras, Egídio Piloto, Arapoti, Jackson Figueiredo e, em seguida, chegava à cidade de Jaguariaíva" (do livro Pinhalão: Memórias, de Abib Calixto, 1986).

Como tantas outras, a estação original, de madeira, não existe mais e uma mais recente, bem menor e mais acanhada, foi erigida em cima dos alicerces antigos. Curiosamente isto aconteceu já nos anos 1990, bem após a retirada dos trens de passageiros.

Pelas fotos abaixo, em 1990 ela ainda era de madeira; em 1998, já outra, de alvenaria. Qual teria sido o motivo da mudança em uma estação que não atendia mais trens de passageiros desde 1979?

Esta "nova", por sua vez, estava em 2016 totalmente depredada, restando só as paredes em pé. Pelo grande pátio vazio e abandonado, existiam restos esparsos de construção, entre eles um poço de inspeção de locomotivas. No passado, deveria haver aqui serviços de manutenção em material rodante, talvez pela posição de entroncamento com o antigo ramal de Barra Bonita.


ACIMA: A estação em 1920 (Foto atribuída a Arthur Wischral).


ACIMA: Nas duas fotos, o desvio da serraria Maluf: ( à esquerda) um vagão carregado de pranchas de madeira; (à direita) as pranchas dos dois lados de uma das linhas do desvio (Foto do livro Thomazina - Empresa Editora Olivero, Curitiba, 1928).

ACIMA: Pátio ferroviário em Wenceslau Braz em 1952. A figura de construção mostra o prédio do Ferroviário Esporte Clube. As linhas e estradas saem para Ibaiti (à direita) e Jacarezinho (à direita, Jaguariaíva (para a esquerda, mais embaixo) e para baixo, Itararé. Difícil saber o que é linha e o que é estrada (Correio dos Ferroviarios, janeiro de 1952).

ACIMA: Locomotiva diesel da RVPSC com festas na estação de Wenceslau Braz, em 1963. Teria sido a primeira diesel a ter chegado na cidade, daí a festa? (Acervo Nilson Rodrigues).

ACIMA: Pátio e estação, ainda a original de madeira, em 15/12/1987. Trem especial de natal da ABPF-Paraná (Acervo ABPF-PR).
(Fontes: Rogério Carlos Born; Nilson Rodrigues; Douglas Razzaboni; ABPF-Paraná; Abib Calixto: Pinhalão - Memórias, 1986; RVPSC: Horário dos Trens de Passageiros e Cargas, 1936; __: Thomazina - Empresa Editora Olivero, Curitiba, 1928; IBGE, 1960)

     

A estação em 1933. Ao fundo, uma composição. Acervo Nilson Rodrigues

A estação nos anos 1970. Autor desconhecido

A estação original em 1987. Foto Nilson Rodrigues

A estação, ainda a de madeira, em 1990. Foto Rogério Carlos Born

A segunda estação, ainda de pé em 1998. Acervo ABPF-Paraná

Ruínas da estação, em 01/2003. Foto Douglas Razzaboni

Ruínas da estação, em 01/2003. Foto Douglas Razzaboni

Poço de inspeção de locomotivas, em 01/2003. Foto Douglas Razzaboni
 
     
Atualização: 24.02.2019
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.