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São Paulo
Railway (1885-1947)
E. F. Santos-Jundiaí (1947-1975)
RFFSA (1975-1992)
CPTM (1992-) |
RIBEIRÃO
PIRES
Município de Ribeirão Pires,
SP |
Linha-tronco - km 45,500 (1935) |
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SP-2266 |
Altitude: 751 m |
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Inauguração: 01.03.1885 |
Uso atual: estação de trens metropolitanos
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: anos 1890 |
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HISTORICO DA LINHA: A
São Paulo Railway - SPR ou popularmente "Ingleza" - foi a primeira
estrada de ferro construída em solo paulista. Construída entre 1862
e 1867 por investidores ingleses, tinha inicialmente como um de seus
maiores acionistas o Barão de Mauá. Ligando Jundiaí a Santos, transportou
durante muito anos - até a década de 1930, quando a Sorocabana abriu
a Mairinque-Santos - o café e outras mercadorias, além de passageiros
de forma monopolística do interior para o porto, sendo um verdadeiro
funil que atravessava a cidade de São Paulo de norte a sul. Em 1946,
com o final da concessão governamental, passou a pertencer à União
sob o nome de E. F. Santos-Jundiaí (EFSJ). O nome pegou e é usado
até hoje, embora nos anos 70 tenha passado a pertencer à RFFSA, e,
em 1997, tenha sido entregue à concessionária MRS, que hoje a controla.
O tráfego de passageiros de longa distância terminou em 1995, mas
o transporte entre Jundiaí e Paranapiacaba continua até hoje com as
TUES dos trens metropolitanos. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Ribeirão Pires foi aberta em 1885.
Em torno da estação, criou-se, em 1887, a Colônia dos Imigrantes
Italianos. "Os habitantes fazem uma subscrição para levantar
uma igreja e pedem ao encarregado do núcleo para que interceda junto
ao Inspetor de Terras e Colonização para a obtenção de um terreno
na sede do núcleo. A resposta não se fez tardar: é indicado um terreno
próximo à linha de ferro, já destinado a logradouro publico".
De um relatório do encarregado do núcleo colonial de Ribeirão
Pires: "de janeiro a maio de 1890 foram abertas diversas ruas no
núcleo colonial, feito aterro nos brejos, limpeza de ruas já existentes,
usando para isso o serviço de 93 trabalhadores, inclusive menores,
entre colonos e empregados". Concluído o serviço da estrada de
interligação entre Ribeirão Pires e Moji das Cruzes.
O encarregado do Núcleo Colonial de Ribeirão Pires sugere a construção
de uma nova estrada, de interligação entre os núcleos coloniais de
Ribeirão Pires e São Bernardo. A agência do correio
de Ribeirão Pires foi criada em maio de 1890. A notícia saiu
publicada no jornal Correio Paulistano, de São Paulo,
edição de 11/05/1890.
Em artigo de fundo, publicado em sua edição de quinta-feira, 24/07/1890,
o Diário Popular faz uma abordagem geral do que chama de bairros
salubres da Capital. O artigo refere-se às estações da estrada de
ferro entre Santo André e Rio Grande da Serra, nos seguintes
termos: "(...) existem nas proximidades da cidade (São Paulo) bairros
salubres, como a estação de percurso da linha inglesa, como Rio Grande
da Serra, Ribeirão Pires, Pilar (depois Mauá), São Bernardo (depois
Santo André) especialmente, que se tornam tão notáveis pela aproximidades
de São Paulo e pela beleza de sua situação, como por suas condições
muito especiais de salubridade (...)".
Ribeirão Pires era assim em 1890: Feita a descrição,
o articulista acusa a existência de um único trem de passageiros por
dia entre a região de São Paulo. Pior: o trem chega de São
Paulo ao meio-dia e retorna às 15 hs, deixando pouco tempo para
que os moradores de Ribeirão Pires e outras localidades resolvam
seus negócios na Capital. O articulista pede mais trens, ou então
que se coloque um vagão de passageiros junto aos trens de cargas,
estes sim, já bem mais numerosos naquele tempo. Dois dias depois,
em novo artigo, o mesmo Diário Popular informa que, a partir
de 1º de agosto, haverá um trem para conduzir moradores de Ribeirão
Pires e região a São Paulo, pela manhã, com retorno à tarde.
A São Paulo Railway dá uma outra boa notícia: aos domingos, um trem
conduzirá passageiros de São Paulo até a região pela manhã,
retornando à tarde e propiciando ao paulistano momentos de lazer no
campo, "benefício moral e físico do qual desfrutamas populações
das grandes cidades do mundo". O Núcleo Colonial de Ribeirão
Pires ganha um levantamento pormenorizado das famílias com lotes
urbanos, rurais e chácaras no lugar. Um livro-tombo, personalizado,
específico para Ribeirão Pires, é aberto para o levantamento.
O pesquisador anota os nomes dos habitantes de cada lote e registra
os dados de cada membro da família, idade, local de nascimento, data
da chegada ao Brasil, profissão, se têm ou não instrução, se residem
ou não em Ribeirão Pires. Varias famílias possuem lotes em
Ribeirão Pires, mas residem em São Paulo. Outros não
têm seus paradeiros definidos. Alguns têm urbanos e rurais, residindo
num ou noutro. Vários acabam de plantar uva que não sobreviveria.
Alguns lotes estão roçados e prontos para receber plantações. Alguns
colonos adquiriam tijolos para a construção de suas casas (Notícias
do Núcleo Colonial de Ribeirão Pires, 1890 - www.historiaearte.net/ribeirao).
A vila cresceu bastante e tornou-se município em 1953. Assim como
a de Rio Grande da Serra, a estação de Ribeirão Pires
ainda é a mesma do início do século.
"O mais interessante em Ribeirão Pires é a cabina de alavancas do pátio que além de ter sido restaurada externamente, está com todas as duas alavancas internas. Ribeirão Pires ainda possui uma casa de ferroviario um pouco longe da estação (mas à beira da linha) cuja data de construção é 1896. E ela é de madeira. Algumas pessoas moram nela. Toda vez que passo lá me pergunto como uma casa daquelas pôde sobreviver naquele lugar por tantos anos. É um milagre (Thomas Correa, 1/10/2009).
Em junho de 2010, a estação e o pátio foram tombados pelo CONDEPHAAT.
Em 2019 atendia aos trens metropolitanos da CPTM.
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1891
AO LADO: A colonia de Ribeirão Pires reclama da falta de vagões para transporte de seus produtos (O Estado de S. Paulo, 4/11/1891). |
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1893
AO LADO: Povo pede novo prédio para a estação (que deve então ser o que existe ainda hoje
(O Estado de S. Paulo, 12/7/1893). |
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1894
AO LADO: Vandalismo em Ribeirão Pires
(O Estado de S. Paulo, 29/11/1894). |
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1895
AO LADO: Perigo no desembarque na estação
(O Estado de S. Paulo, 3/6/1895). |
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1896
AO LADO: Descarrilamento na estação
(O Estado de S. Paulo, 22/1/1896).. |
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1898
AO LADO: Acidente em Ribeirão Pires
(O Estado de S. Paulo, 8/11/1898). |
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1899
AO LADO: Acidente em Ribeirão Pires
(O Estado de S. Paulo, 6/01/1899). |
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1916
AO LADO: O bairro
de Ribeirão Pires sem luz naquela noite de chuva
(O Estado de S. Paulo, 16/9/1916).
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ACIMA: A estação em 1941 (Autor desconhecido).
ACIMA: Vai ter botequim na estação! (Diario de S. Paulo,17/9/1947).
ACIMA: Incendio no armazém ferroviário
de Ribeirão Pires (O Estado de S. Paulo, 3/12/1957).
ACIMA: Trem da CPTM parado na plataforma da estação de Ribeirão
Pires em 2014 (Foto Glauber Guedes).
ACIMA: Estação de Ribeirão Pires com carqueiro da MRS em 2019 (Foto Leandro Oliveira).
A estação ferroviária
de Ribeirão Pires foi tombada pelo CONDEPHAAT em 21 de
junho de 2010, pelo ofício 1420/2010 do processo 60313/2009.
A carta de comunicação aos interessados foi emitida
em 22 de julho de 2010. O tombamento havia sido pedido por mim,
Ralph Mennucci Giesbrecht, em 2006. |
TRENS
- De acordo com os guias de horários, os trens de
passageiros param nesta estação desde o ano de
1885. Veja aqui horários em --- (Guias
Levi). |
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local;
Clayton Roberto; Clovis Cranchi Sobrinho; Glauber Guedes; João
Carlos R. Pinto; O Estado de S. Paulo, 1916, 1957 e 1981; Correio
Paulistano, 1890; Diario Popular, 1890; www.historiaearte. net/ribeirao:
Notícias do Núcleo Colonial de Ribeirão Pires, 1890; Wanderley dos
Santos: Antecedentes Históricos do ABC Paulista, 1992; www.historiaearte.net/ribeirao;
Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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Atualização:
15.09.2021
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