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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Maquinista Xisto Pereira
Uruguaiana
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Linha Barra do Quaraí-São Borja:
Maquinista Xisto Pereira
Uruguaiana
Itapitocaí
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Mapa da linha - 1940
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: N/D
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The Brazil Great Southern Railway Co. Ltd. (1887-1920)
V. F. Rio Grande do Sul (1920-1975)
RFFSA (1975-1996)
URUGUAIANA
Município de Uruguaiana, RS (Veja o trem na cidade)
Linha Porto Alegre-Uruguaiana - km 889,707 (1960)   RS-0673
Altitude: 70 m   Inauguração: 20.08.1887
Uso atual: restaurada em 2012 - ocupada por órgãos da prefeitura (2022)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: 1945 (remodelação)
 
 
HISTORICO DA LINHA: A E. F. Porto Alegre-Uruguaiana foi aberta como empresa federal em 1883, ligando Santo Amaro (Amarópolis) a Cachoeira (Cachoeira do Sul). Para se ir de Santo Amaro a Porto Alegre utilizava-se a navegação fluvial no rio Jacuí. Em 1898 foi encampada pela Cie. Auxilaire, empresa belga, e em 1905 passou a ser a linha-tronco da VFRGS, ainda administrada pelos belgas. Em 1907, os trilhos atingiram finalmente Uruguaiana, na fronteira com a Argentina. Somente em 1911, a construção da linha Santo Amaro-Barreto-Montenegro possibilitou a ligação da longa linha com a Capital, utilizando-se parte da antiga linha Porto Alegre-Novo Hamburgo. Em 1920, a linha tornou-se estatal novamente. Em 1938, a variante Diretor-Pestana-Barreto diminuiu a linha em 50 km. Durante os seus anos de operação foram construídas algumas variantes, para encurtar tempos e distâncias, eliminando algumas estações de sua linha original. Em 1957 foi encampada pela RFFSA. Em 2 de fevereiro de 1996, deixaram de rodar os trens de passageiros pela linha, que, hoje transporta os trens cargueiros da concessionária ALL desde esse mesmo ano.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Uruguaiana foi inaugurada pela BGS (Brazil Great Southern) em 1897.

Em 1912, quando a Auxiliaire chegou com seus trens à cidade, a estação passou a ser operada pelas duas empresas: a Auxiliaire e a BGS.

Em 1922, houve a desapropriação de um terreno para uma nova estação, e em 1935 a estação passou a ser considerada de classe especial, dada a importância dela e da cidade.

Em 1945, um novo prédio em "art-decô" foi entregue no mesmo local do
anterior. Mas fica a dúvida se houve mesmo a construção de nova estação anos antes no terreno desapropriado para esse fim ou se isso jamais se concretizou. É relatado também um incêndio na estação velha, mas não se cita a data.

Os trens de passageiros da linha Porto Alegre-Uruguaiana pararam em 02/02/1996.

Em agosto de 2006 a estação foi adquirida pelo município. Deverá abrigar a parte judiciária municipal. "Há um projeto da Prefeitura juntamente com a Justiça Federal e OAB para a construção da esplanada da justiça na área onde se
encontra a estação. O projeto já está em andamento, onde já iniciaram as obras de um dos prédios de um total de sete; esses prédios todos serão construídos no pátio da estação que inclusive já teve a sua antiga plataforma de embarque cortada por uma rua que acabava no muro da estação. A boa noticia é que pelo projeto a estação será totalmente restaurada e servirá de casa de cultura. Atualmente, ela serve como moradia para algumas famílias carentes" (Diego Polano Gemelli, 01/2007).

A estação encontrava-se abandonada em 2009, sendo utilizada apenas em um pequeno espaço pela ALL. Em 2017, os trens cargueiros deixaram de chegar até a estação. Já em Paso de los Libres, cidade argentina "gêmea" de Uruguaiana, ainda chegam alguns cargueiros das linha argentinas. O prédio da estação parece ainda estar sendo utilizado.

Eu realmente não entendo como podem ter uma área grande dentro de uma cidade e em vez de se fazer um grande jardim, ou parque, fazem prédios. Sete prédios. Uruguaiana comporta sete prédios? Para que? Nós brasileiros somos mesmo um povo com mania de grandeza, mas que não pensa antes de fazer as bobagens.

1883
AO LADO: Inauguração da linha entre Margem do Taquari e Cachoeira (A Provincia de S. Paulo, 13/3/1883).


ACIMA: Notícia sobre a inauguração da ponte rodo-ferroviária sobre o rio Uruguai em 1947 (Folha da Manhã, 22/5/1947).


ACIMA: Do outro lado do rio, a estação argentina é a de Paso de Los Libres
(Autor e data desconhecidos).

ACIMA: Interligação e posição de estações entre Uruguaiana e Paso de los Libres, na Argentina. A linha 11, (no mapa) creio eu, seria a ligação Uruguaiana-Barra do Quaraí, extinta nos anos 1960 (Revista Latin Tracks, no. 15, 2004).

ACIMA: A locomotiva Xuxa, então no pátio da estação de Concordia, na Argentina (onde foi tirada a foto), "ganhou esse apelido pois se era a máquina que ficava destacada em Uruguaiana para fazer a manobra nas linhas de 1435 mm no pátio. O curioso era que a loco tinha rodeiros para ambas as bitolas (1000 mm e 1435 mm) instalados no mesmo eixo (isso mesmo, 24 rodas!!!), não me pergunte por que... com a privatização a loco perdeu os truques originais e foi transferida para longe de Uruguaiana. Está com os dias contados... o estrado totalmente deformado e a ALL ainda não repintou a loco, ela está nas cores originais do Mesopotâmico" (Nicholas Burman, 01/2008) (Foto Marília, Rio Grande, janeiro de 2008).

"Sou natural de Uruguaiana e desde 1968 não retornava à cidade. Em setembro, consegui rever os amigos e parentes e relembrar os locais marcantes de minha infância. Um destes locais memoráveis era a estação ferroviária, de onde, pelo menos 2 vezes por ano, minha família acompanhava a partida de meu avô, Euclides Duarte de Barros, um pequeno pecuarista, com destino a São Paulo, e algumas vezes ao Rio e Belo Horizonte. Embarcava uns 8-10 vagões carregados principalmente de cavalos crioulos para comercializá-los na exposição agropecuária do Parque da Água Branca em SP; mas iam também ovelhas, vacas e touros. À época, esta exposição era a mais importante do Brasil, e tínhamos muitos orgulho de meu avô ser um dos representantes do RS. A viagem demorava de 10 a 14 dias com tremendas dificuldades. Eram necessários 2 dias para carregar os animais, que ficavam nas extremidades dos vagões, deixando livre o espaço das portas laterais. Cada vagão carregava uma cota de ração; os animais eram alimentados e tratados diariamente com o trem em movimento por um tratador no vagão. Os mantimentos da comitiva e a reserva de alfafa eram estocados em um vagão destinado a cantina/cozinha/sede e acompanhava também uma pequena farmácia veterinária. Nas paradas não havia como descer dos vagões para diminuir o stress dos animais, e nas noites, devido aos vagões serem para transporte de gado com ripas espaçadas, o frio era tremendo. Imagine a sua inclemência nas serras gaúchas e catarinenses e do planalto paranaense com o trem andando a 50 km/h, à noite e sem proteção para o vento. Finalmente, quando da chegada a SP, os animais eram descarregados diretamente num terminal nos fundos do Parque da Água Branca - talvez um rabicho da estação da Barra Funda. A Estação de Uruguaiana fica em frente ao local onde estudei em 1966 e 67, a Escola Normal Elisa Ferrari Valls, que funcionava junto ao Colégio Estadual Dom Hermeto, e ficava, naquela época, na Rua Flores da Cunha, em diagonal à Praça Dom Hermeto, fronteando a estação. Não havia então árvores que pudessem ser obstáculo à visão. O prédio da estação está atualmente invadido para moradia comunitária. Aproveito a oportunidade para confirmar que o Minuano chegava entre sete e oito horas da manhã em Uruguaiana, quase coincidindo com o horário de início das aulas. Lembro-me bem que podíamos avistá-lo das janelas da Escola, pouco depois de termos entrado em aula"
2008
AO LADO:
Lembranças de Uruguaiana (Carlos Miguez, 18/10/2008).
ACIMA: A estação de Uruguaiana, finalmente restaurada em agosto de 2012 (Foto Leandrisson Morato).

ACIMA: Trem cargueiro cruza Uruguaiana no meio da rua em 2015 (Autor desconhecido).

ACIMA: Plataformas de embarque ao lado dos trilhos, que já não mais existem, assim como as telhas de cobertura 2020 (Foto Vagner Feksa em 26/4/2020).

ACIMA: Na ponte rodoferroviária junto à estação, os trilhos ainda existem, mas sem movimento de trens, estão cobertos de mato (Foto Silvio Rizzo, 2022).

ACIMA: Os trens passavam pelas ruas da cidadponte (Foto Silvio Rizzo, 2022).

(Fontes: Nicholas Burman; Gunnar Gil; Leandrisson Morato; Sebastião Gerolimich; Marília; Diego Polano Gemelli; Carlos Miguez; João Wincler; Latin Tracks, 2004; Gazeta Mercantil, 1996; Carlos Cornejo e Eduardo Gerodetti: Ferrovias do Brasil, 2005; jornal Zero Hora, 09/03/1984; IPHAE: Patrimônio Ferroviário do Rio Grande do Sul, 2002; VFRGS: Relatórios anuais, 1920-68; Jornal (não identificado), agosto de 2006; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1940-81; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht)
     

A estação original de Uruguaiana, da Brazil Great Southern, c. 1920. Foto do livro de Carlos Cornejo e Eduardo Gerodetti, Ferrovias do Brasil

A estação de Uruguaiana com o trem de passageiros à sua frente, em 1987. Bons tempos. Foto João Wincler

A estação, c. 2000. Foto do livro Patrimônio Ferroviário do Rio Grande do Sul, IPHAE, p. 86

Estação de Uruguaiana em 2007. Foto Diego Polano Gemelli

Estação de Uruguaiana em 2007. Foto Diego Polano Gemelli

A estação do lado da plataforma, tudo abandonado em 2011. Foto Sebastião Gerolimich

A estação restaurada em agosto de 2012. Foto Leandrisson Morato
   
     
Atualização: 13.04.2023
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.