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Rede de Viação
Cearense (1932-1975)
RFFSA (1975-1997) |
OITICICA
Município de Crateús, CE |
Linha Norte - km 500,077 (1960) |
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CE-3624 |
Altitude: 261 m |
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Inauguração: 30.11.1932 |
Uso atual: demolida |
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com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: A origem
da linha Norte foi o trecho da E. F. de Sobral que ligava Sobral a
Ipu (havia o trecho inicial, de Camocim a Sobral, que virou ramal).
Em 1909, toda a E. F. de Sobral (Camocim-Ipu) foi juntado com a E.
F. de Baturité para se criar a Rede de Viação
Cearense, imediatamente arrendada à South American Railway.
Em 1915, a RVC passa à administração federal.
A linha da antiga E. F. de Sobral chega a seu ponto máximo
em Oiticica, na divisa com o Piauí, em 1932, dezoito anos antes
de Sobral ser unida a Fortaleza pela E. F. de Itapipoca (1950). Esses
dois trechos passam então a constituir a linha Norte. Em 1957
passa a ser uma das subsidiárias formadoras da RFFSA e em 1975
é absorvida operacionalmente por esta. Em 1996 é arrendada
juntamente com a malha ferroviária do Nordeste à Cia.
Ferroviária do Nordeste (RFN). Trens de passageiros percorreram
a linha Norte até o dia 12 de dezembro de 1988, sobrando depois
disso apenas cargueiros e trens metropolitanos no trecho Fortaleza-Boqueirão. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Oiticica foi inaugurada em 1932, na divisa do Estado do Ceará com o do Piauí, divisa esta que é constestada até hoje pelos dois Estados (veja caixa abaixo, no mapa dos anos 1960).
Foi ponta de linha por
muitos anos, até o final da década de 1960, quando a
linha foi estendida até encontrar a cidade de Altos, na antiga
E. F. Central do Piauí.
"Partindo de Camocim (nos anos 1880), a ferrovia
atingiu a cidade de Crateús em 1912, inaugurando-se a estação
a 12 de dezembro. Outras estações construíram-se
no município: Poti (1916), Ibiapaba (1918) e Oiticica (1932)"
(Enciclopédia dos Municípios Brasileiros, vol. XVI,
IBGE, 1959). "Dr. Luciano Veras, em segunda gestão,
inaugurou a estação de Oiticica para servir
de apoio aos trabalhos de construção e prolongamento
entre os dois Estados nordestinos (CE e PI). Por escassez de recursos,
o serviço foi paralisado" (J. H. Pereira e F. A.
S. Lima: Estradas de Ferro no Ceará, 2009).
Com a união
desta com a linha vinda de Fortaleza em 1950, passou a ser parte da linha Fortaleza-Crateús. Oiticica hoje é um bairro rural do município
de Crateús. O bairro
fica numa região até hoje contestada entre os Estados
do Piauí e do Ceará. Pouco além de Oiticica,
a ferrovia entra no Estado do Piauí. Por ali passam os cargueiros
que ligam o Nordeste oriental
ao Maranhão. É também um distrito do município:
vive numa pobreza infinita, em 2009 moravam ali apenas 20 famílias: "saneamento
básico e água encanada são sonho. A cacimba feita pela Prefeitura
tem líquido salobro. Para beber, é preciso irà fonte natural mais próxima, o que significa 20 minutos de serra com
a lata d’água na cabeça. Políticos não aparecem nem em época de eleição.
Eles enviam cabos eleitorais. Até os padres só celebram missa uma
vez por ano no local" (Renê Belo, 2/2009).
A estação de Oiticica parece ter desaparecido há muitos anos. Pelas fotos (ver caixa abaixo, de 2020), vê-se o desvio da estação, mas nenhum prédio junto a ele ou à linha principal
ACIMA: Mapa do município de Crateús mostrando a estação da sede e também as de Ibiapaba, Oiticica, Poti e Santa Teresinha nos anos 1950. A linha que sai de Crateús para sudeste é o ramal (destaivado pouco tempo depois) de Independencia - CLIQUE SOBRE O MAPA PARA Vê-LO EM TAMANHO MAIOR (IBGE: Enciclopesdia dos Municipios Brasileiros, vol. V, 1960).
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TRENS
- Os trens de passageiros pararam nesta estação
de 1932 a 1988. Na foto, trem Fortaleza-Crateús em Amanaiara
(1956). Clique sobre a foto para ver mais detalhes sobre esses
trens. Veja aqui horários
em 1954 (Guias Levi). |
.ACIMA: O povoado de Oiticica no início
de 2009, sem trens de passageiros já havia 21 anos. Só
cargueiros passam por aí hoje (Foto Diário do Nordeste).
ACIMA: "A mãe natureza se revela em todo o
seu explendor, ao fazer florescer em pleno (quase deserto). em lugares
onde o vento fez a curva, nos confins do estado do Ceará, fronteira
com o vizinho estado do Piauí, um dos lugares mais isolados que já
conheci. Como se observa na foto, não tem água nem por perto e nem
a quilometros de distância. Nessa localidade, o Rio Poty, afluente
do Parnaíba, atravessa (corta) a serra da Ibiapaba, formando um canyon
de rara beleza, desconhecido até mesmo por cearenses. Lá não existe
estrada de rodagens, nem mesmo as chamadas estradas vicinais, muito
comuns nos municípios pobres dos sertões. A estrada de ferro acompanha
esse canyon "pendurada" nas rochas dos paredões, de onde se avista
o rio Poty serpenteando a centenas de metros abaixo. Uma paisagem
deslumbrante. Foto do Diário do Nordeste, acompanhada de outras tantas
que mostram o lugar chamado de Oiticica, município de Crateús. Estrada
de ferro Crateús a Castelo, PI, percurso que fiz muitas vezes e não
me dava conta da beleza do lugar. Apesar de distante e inóspito, desabitada,
desprezado pelos governantes, ainda assim temos flores e alguns moradores
que ainda persistem em viver num lugar onde só vai quem tem algum
negócio, ou por curiosidade" (http://antonidaniel.blog.uol. com.br,
entrada em 16/10/2010).
ACIMA: Casas da vila ferroviária em Oiticica,
em 2015. As pedras por onde passa o rapaz e seu jegue teriam sido o piso
e a plataforma da antiga estação ferroviária?
(Foto Antonio Camocim Ribeiro)
ACIMA: As ruínas aqui mostradas poderim ou não ser as da antiga esstção de Oiticica. Mas não tenho confirmação disto (Foto Geraldo Langovski em 2020).
(Fontes: Antonio Camocim Ribeiro; Renê Belo;
Diário do Nordeste; José Hamilton
Pereira e Francisco de Assis Silva de Lima: Estradas de Ferro no Ceará,
2009; http://antonidaniel.blog.uol. com.br, entrada
em 16/10/2010; Enciclopédia dos Municípios Brasileiros,
vol. XVI, IBGE, 1959; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil,
1960) |
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Atualização:
21.10.2022
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