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VXY Mogiana em MG
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(1964-2001)
Engenheiro Silva Mendes
Evangelina
Ribeirão Preto-nova
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Tronco CM-1935
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: SIM
ÚLTIMA VEZ: 2000
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Cia. Mogiana de Estradas de Ferro (1961-1971)
FEPASA (1971-1998)
EVANGELINA (antiga E-4)
Município de Ribeirão Preto, SP
variante Bento Quirino-Entroncamento - km 288,101
SPM: - km 14 (de Ribeirão Preto) (1976)
  SP-0342
Altitude: -   Inauguração: 02.12.1961
Uso atual: em ruínas (2014)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: 1964
 
 
HISTORICO DA LINHA: Com obras que duraram quase dez anos, a Mogiana entregou em 1964 esta variante que substituía a linha-tronco original no trecho entre as estações de Bento Quirino e Alto, esta um pouco antes da estação de Entroncamento, então a última do tronco original. Com a retirada posterior dos trilhos, sete estações foram fechadas, uma (a de Ribeirão Preto original) foi desativada três anos depois e outra (Barracão) passou a servir o ramal de Sertãozinho. Por sua vez, cinco estações novas foram criadas na variante, que opera até hoje e trasnportou trens de passageiros até agosto de 1997.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Evangelina foi naugurada em 1964. Inicialmente chamada de "E4", última da série de quatro estações do trecho novo, acabou tomando, em 01/01/1967 (*RM-1967) o nome de uma estação que havia sido desativada na mesma época, da E. F. São Paulo-Minas, e que ficava próxima a esta.

Esta estação E-4 foi inaugurada bem antes das outras dessa variante, que o foram em 1964 e 1965, provavelmente para dar vazão aos trens da SPM já nessa época e eliminar o antigo leito desta. A partir de 1961, com a modificação na linha já pronta entre Ribeirão Preto e Evangelina, com a abertura desse trecho da variante da Mogiana, a São Paulo-Minas passou a sair de Ribeirão da Mogiana, e seguir na mesma linha da Mogiana até Evangelina-nova.

A partir daí, as duas linhas se bifurcavam e passavam a correr paralelas por quase 3 km, quando se separavam.

Os trens da SPM vinham, portanto, de Ribeirão Preto e paravam em Evangelina-nova, que, portanto, atendia às duas ferrovias.

"Em Evangelina há um conjunto de chácaras de um lado da linha (Itanhangá e Recreio Internacional) e, do outro lado, existia uma fazenda de citrus que, segundo informações recentes, está agora ocupada com cana. Com o crescimento de Ribeirão, a região ficou bastante urbanizada, inclusive com a construção de conjuntos habitacionais próximos. Quando eu conheci aquela área, nos anos 80, era tudo mato, e a área urbana era bem longe, no bairro de Vila Abranches. Depois descobri que Vila Abranches, originalmente, deveria ser o nome da estação (que acabou tomando o mesmo nome da desativada Evangelina da São Paulo-Minas). Da estação velha, a da São Paulo-Minas, desativada em 1964, não restou nada, e, segundo o antigo chefe, plantaram laranja por cima. Nunca vi nenhuma foto dela. Evangelina era a mãe do construtor do ramal e este, por incrível que pareça, estava vivo em 1991! Evangelina tinha, nessa época, cofres, staffs, móveis antigos, tudo vindo das estações antigas da Mogiana. Tinha também um conjunto de casas de funcionários e uma torre com caixa dágua da Mogiana, tudo no "estilo Carvalho Pinto". No hall da estação, havia uma enorme placa com aquela colméia no formato do Estado com uma abelhinha, escrito qualquer coisa parecida com "São Paulo em ação". Era legal ficar lá na plataforma e era gostoso ouvir o barulho do staff e os sinais que ele dava, avisando que o trem já tinha deixado a estação próxima e estava a caminho. Era legal girar o dínamo e falar com Cravinhos ou Ribeirão ou com Biagípolis como há 60 anos atrás! Tinha o seletivo, que era um telefone que falava com o pessoal do Movimento em Campinas. Por ali passava o trem de passageiros para São Sebastião do Paraíso, que segundo um antigo usuário era apelidado de "Goiaba" porque atravessava um grande centro produtor desta fruta". (Depoimento, em fevereiro de 1999, de Rodrigo Cabredo, que muitas vezes desceu nessa estação, em anos recentes, antes de a mesma ser desativada para passageiros, em fins de 1997).

Em dezembro de 1999, a estação estava fechada, mas não abandonada: alguém por ali cuidava dela, pois os antúrios de seus canteiros externos estavam muito bem, e o saguão do prédio e sua plataforma, muito limpos. Ela ficava exatamente atrás de um condomínio fechado, chamado Itanhangá, e se chegava a ela por um estreito caminho de terra.

Em 2014, porém, a estação já era (e desde pelo menos 2001) um espelho da tragédia que se tornaram as ferrovias após a privatização: abandonada, depredada, levaram tudo o que nela existia, inclusive portas e janelas. Evangelina não escapou dos novos tempos de horror.

CLIQUE AQUI PARA VER O ÍNDICE DAS ESTAÇÕES DA SPM EM VÁRIAS ÉPOCAS


ACIMA: Esquema do pátio de Evangelina em novembro de 1968 (Clique sobre a figura para ter maiores informações) (Acervo Museu da Companhia Paulista, Jundiaí, SP - Reprodução Caio Bourg).

(Veja também EVANGELINA-VELHA)

(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local; Dimas Ornellas; Rodrigo Cabredo; Caio Bourg; Museu da Cia. Paulista, Jundiaí, SP; Folha de S. Paulo, 30/11/1961; Cia. Mogiana: Relatórios anuais, 1875-1969; Mapas - acervo R. M. Giesbrecht)
     

Em 28/12/1999, a estação fechada de Evangelina. Foto Ralph M. Giesbrecht

Em 28/12/1999, a estação fechada de Evangelina. Foto Ralph M. Giesbrecht

Em 28/12/1999, a estação fechada de Evangelina. Foto Ralph M. Giesbrecht

A estação depredada, em 26/8/2011. Foto Marcelo Tomaz
   
     
Atualização: 19.08.2022
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.