|
|
E. F. Central do
Brasil (1894-1975)
RFFSA (1975-1996) |
HUMBERTO
ANTUNES
(antiga TUNNEL GRANDE e OTTONI)
Município de Mendes, RJ |
Linha do Centro - km 89,763 (1928) |
|
RJ-1380 |
Altitude: 446 m |
|
Inauguração: 01.05.1894 |
Uso atual: moradia |
|
com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: |
|
|
|
HISTORICO DA LINHA: Primeira
linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889
passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de
todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação
Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando
Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais,
atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco
e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura
Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram
Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali constrruída
foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro
lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro
acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto
foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando
o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final
se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até
Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste
Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam
os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo
Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os
respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém,
havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro
Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio.
Entre Japeri e Barra do Piraí havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente,
entre Montes Claros e Monte Azul esses trens sobreviveram até 1996,
restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira
ainda existe... para trens cargueiros. |
|
A ESTAÇÃO: A estação
de Humberto Antunes foi aberta em 1894 como Tunnel Grande
(devido à sua proximidade com este) para possibilitar a carga
e descarga da Fábrica de Papel Itacolomy, que dispunha de uma pequena
linha (cerca de 3 km) com tração animal.
Em 1912, a linha é eletrificada após ser adquirida pela CIPEC (Companhia
Industrial de Papéis e Cartonagem) e passam a circular bondes de carga
elétricos e pequenos bondes a gasolina (auto de linha) para o transporte
de funcionários.
Quanto à estação, teve seu nome alterado depois
para Ottoni, e finalmente para o atual, que se deve a uma homenagem
ao engenheiro Humberto Saraiva Antunes, que dedicou 37 anos
de sua vida à Central do Brasil e que ocupou posições de destaque
em várias administrações, chegando a atingir, em 1911, a proeminência
de sub-diretor da 3a. Divisão e que colaborou com a duplicação da
linha na Serra do Mar.
Em 1914, a estação ganhou seu prédio atual.
O trecho de serra, todo em simples aderência, apresentava condições
desfavoráveis com inclinação elevada. A cota máxima de 446 m se dava
na estação Humberto Antunes, na saída (no sentido da quilometragem)
do Túnel 12 (Túnel Grande devido aos seus 2.238 m de extensão).
No trecho entre Barra do Piraí (357 m) e Humberto Antunes
(446 m) no sentido litoral, os pesados trens de minério que se destinavam
aos portos necessitavam do auxílio de cauda, onde locomotivas empurravam
a composição auxiliando as que tracionavam, para conseguir vencer
mais facilmente o aclive e desengatavam em movimento quando do início
da descida da serra. No sentido inverso, as composições que carregam
carvão do porto de Sepetiba, necessitavam do auxílio do km
64 (30 m) até Humberto Antunes (446 m), também com desengate
em movimento nesta estação.
O prédio serviu como estação até 1996,
quando o trem Barrinha deixou de correr entre Japeri
e Barra do Piraí.
ACIMA:
Bonde elétrico da CIPEC (empresa próxima) que saía
da estação em 1922 (Acervo Allen Morrison - Álbum
do Estado de Rio de Janeiro, 1922).
|
1925
AO LADO: Acidente em Humberto Antunes (O Estado de S.
Paulo, 21/10/1925).
|
|
1939
AO LADO: Acidente em Humberto Antunes (O Estado de S.
Paulo, 21/4/1939).
|
ACIMA: Ramal da CIPEC (Cia. Industrial de
Papel e Celulose), um desvio que saía junto ao pátio
de Humberto Antunes até anos atrás. Hoje desativado.
ABAIXO: A fábrica (Fotos Carlos em 2010).
ABAIXO: Pátio da estação
de Humberto Antunes em novembro de 2008. o fundo, o "Túnel
Grande" - dois túneis, na verdade, desde a duplicação
da linha em 1914. A estação está à esquerda.
À direita, velha plataforma que era usada no tempo dos passageiros,
já destelhada, e algumas casas da ferrovia. Os trens são
da MRS (Foto Jorge A. Ferreira).
|
TRENS
- Os trens de passageiros pararam nesta estação
de 1894 até 1996. Ao lado, o trem Barrinha, que fazia
o percurso Japeri-Barra do Piraí até 1996. Clique
sobre a foto para ver mais detalhes sobre esses trens. Veja
aqui horários
em 1978. Paravam também trens Rio-SP e Rio-BH. (Guias
Levi). |
(Fontes: Ralph M. Giesbrecht, pesquisa local;
José Emílio Buzelin; Jorge Alves Ferreira; Hermes Y.
Hinuy; Acervo Allen Morrison; Álbum do Estado
de Rio de Janeiro, 1922; O Estado de S. Paulo, 1925 e 1939;
Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de Communicação,
1928; Prefeitura Municipal de Mendes, RJ; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht). |
|
|
|
O prédio novo da então estação de
Ottoni, recém aberto em 1914, quando da duplicação
da linha da serra. Cedido por José Emílio Buzelin |
A estação de Humberto Antunes em 1998. Foto Ralph
M. Giesbrecht |
A estação em 2001. Foto Jorge Alves Ferreira |
A estação em 02/2003. Foto Hermes Y. Hinuy |
A estação, à esquerda, e o túnel
12 ao fundo. Foto de Jorge A. Ferreira, em 07/2006 |
A estação em 12/2007. Foto Jorge Alves Ferreira |
|
|
|
|
Atualização:
08.10.2018
|
|