A B C D E
F G H I JK
L M N O P
Q R S T U
VXY Mogiana em MG
Indice de estações
...
Linha do Centro:
Barão de Angra
Três Rios
Fernandes Pinheiro
...
Linha Auxliar:
Barão de Angra
Três Rios
Santa Fé
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Cruzamento com a linha da Leopoldina:
Três Rios-EFL
Três Rios
Triângulo
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ESTIVE NO LOCAL: SIM
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: 2012
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E. F. Dom Pedro II (1867-1889)
E. F. Central do Brasil (1889-1975)
RFFSA (1975-1997)
TRÊS RIOS (antiga ENTRE RIOS)
Município de Três Rios, RJ
Linha do Centro - km 197,657 (1928)   RJ-1512
Altitude: 271 m   Inauguração: 13.10.1867
Uso atual: MRS (2012)   com trilhos
Data de construção do prédio atual: anos 1960
 
 
HISTORICO DA LINHA: Primeira linha a ser construída pela E. F. Dom Pedro II, que a partir de 1889 passou a se chamar E. F. Central do Brasil, era a espinha dorsal de todo o seu sistema. O primeiro trecho foi entregue em 1858, da estação Dom Pedro II até Belém (Japeri) e daí subiu a serra das Araras, alcançando Barra do Piraí em 1864. Daqui a linha seguiria para Minas Gerais, atingindo Juiz de Fora em 1875. A intenção era atingir o rio São Francisco e dali partir para Belém do Pará. Depois de passar a leste da futura Belo Horizonte, atingindo Pedro Leopoldo em 1895, os trilhos atingiram Pirapora, às margens do São Francisco, em 1910. A ponte ali construída foi pouco usada: a estação de Independência, aberta em 1922 do outro lado do rio, foi utilizada por pouco tempo. A própria linha do Centro acabou mudando de direção: entre 1914 e 1926, da estação de Corinto foi construído um ramal para Montes Claros que acabou se tornando o final da linha principal, fazendo com que o antigo trecho final se tornasse o ramal de Pirapora. Em 1948, a linha foi prolongada até Monte Azul, final da linha onde havia a ligação com a V. F. Leste Brasileiro que levava o trem até Salvador. Pela linha do Centro passavam os trens para São Paulo (até 1998) até Barra do Piraí, e para Belo Horizonte (até 1980) até Joaquim Murtinho, estações onde tomavam os respectivos ramais para essas cidades. Antes desta última, porém, havia mudança de bitola, de 1m60 para métrica, na estação de Conselheiro Lafayete. Na baixada fluminense andam até hoje os trens de subúrbio. Entre Japeri e Barra do Piraí havia o "Barrinha", até 1996, e finalmente, entre Montes Claros e Monte Azul esses trens sobreviveram até 1996, restos do antigo trem que ia para a Bahia. Em resumo, a linha inteira ainda existe... para trens cargueiros.
 
HISTORICO DA LINHA AUXILIAR: A chamada E. F. Melhoramentos foi construída a partir de 1892. Em 1895 foi aberta a linha entre a estação de Mangueira e a da atual Honorio Gurgel. Em março de 1898 foi entregue o trecho até Paraíba do Sul. Até Três Rios foi logo em seguida e em 1911 alcançou Porto Novo do Cunha, anexando o ramal deste nome, que teve a bitola reduzida para métrica, a mesma da Auxiliar. O traçado da serra, construído em livre aderência e com poucos túneis, foi projetado por Paulo de Frontin, um dos incorporadores da estrada. Em 1903, a E. F. Melhoramentos já havia sido incorporada à E. F. Central do Brasil e passou a se chamar Linha Auxiliar. No final dos anos 1950, este antigo ramal foi incorporado à E. F. Leopoldina. A linha, entre o início e a estação de Japeri, onde se encontra com a Linha do Centro pela primeira vez, transformou-se em linha de trens de subúrbios, que operam até hoje; da mesma forma, a linha se confunde com a Linha do Centro entre as estações de Paraíba do Sul e Três Rios, onde, devido à diferença de bitolas entre as duas redes, existe bitola mista. A linha da Auxiliar teve o traçado alterado nos anos 1970 quando boa parte dela foi usada para a linha cargueira Japeri-Arará, entre Costa Barros e Japeri, ativa até hoje, bem como para trens metropolitanos entre o Centro e Costa Barros. Entre Japeri e Três Rios, entretanto, a linha está abandonada já desde 1996.
 
A ESTAÇÃO: A estação de Entre Rios, inaugurada em 1867, foi o ponto de partida, primeiro para o ramal de Porto Novo do Cunha, bitola reduzida para que pudesse trazer os trens da Leopoldina até Entre Rios.

Também os trilhos de bitola métrica da Linha Auxiliar passavam pela estação, vindos desde Paraíba do Sul, e de Entre Rios seguiam para Mar de Hespanha, em Minas Gerais.

Em 1898, construiu-se o depósito de locomotivas da estação
(
Memória Histórica da EFCB, 1908, p. 478).

Veja aqui mapas de linhas do pátio da estação de Entre Rios em 1909: Folha 232 - Folha 233 - Folha 234

Em 1928, segundo Max Vasconcellos, "
a ampla estação, cuja longa plataforma se estende para servir à Linha Auxiliar e à Leopoldina, possui um excelente restaurante e botequim. Elevada e sólida passagem superior, de armação metálica, liga a plataforma ao lado oposto da linha. Comemorando a resolução de levar a Linha do Centro ao Rio das Velhas, foi, por ordem da Diretoria da ferrovia, construída uma guarita mesmo na em 1870, e para a continuação da Linha do Centro, que saiu depois, atingindo Juiz de Fora em 1875. Ambas as linhas tinham originalmente bitola larga (1,60 m), mas, mais tarde, o ramal de Porto Novo teve a chave que separa as duas linhas (a de Porto Novo e a do Centro). Nesta guarita foram colocadas placas comemorativas, fundidas em bronze pelas oficinas da Estrada".

Em Três Rios, "
ocorreram pelo menos duas grandes explosões de trens com pólvora e/ou munição: em outubro de 1932 em Três Rios, com o trem do 12 RI que retornava para S. João Del Rey após combater na Revolução de 32 e uma em 1950, acho que em Santos Dumont, MG, com um trem com vagões transportando explosivos"
(
Eduardo Coelho, 19/10/ 2009).

Em 1943, o nome da cidade e da estação foram alterados para o atual, Três Rios.

O prédio original foi demolido pela Central, que
em seu lugar construiu a estação atual, feia e pequena.

Trens da MRS e da FCA ainda trafegavam em 2017 por esta estação.

1867
AO LADO:
Sobre a inauguração da estação ferroviária de Entre Rios em 1867 - CLIQUE SOBRE A FIGURA PARA VER A CONTINUAÇÃO DA REPORTAGEM (Diario do Rio de Janeiro, 14/10/1867).








1872

ABAIXO:
Extraído de: Revert Henry Klumb: Doze Horas em Diligência - Guia do Viajante de Petrópolis a Juiz de Fora, 1872.
A estação em 1872, quando à sua frente ainda existia a "muda" da estrada União e Indústria: "Sexta Muda - Entre-Rios (...) Um apito repercutiu no ar; um penacho de negra fumaça levanta-se acima de enormes edifícios de tijolos encarnados; isto nos anuncia a Estrada de Ferro D. Pedro II, ponto de encruzamento das duas estradas. São 11 horas e meia. Será porventura necessário dizê-lo? Neste momento o que nos deve sobretudo interessar, segundo me parece, é que nos será possível almoçar e depois descansar. Só subiremos agora no carro depois da chegada do trem, e ainda teremos de esperar a hora de sua partida do costume, fixada à 1 hora e 55 minutos. Estamos no meio do caminho: o que pensais desta? Aproveitamos o momento de descanso que nos é dado, para dizer algumas palavras relativamente às rivalidades ocasionadas pelo encruzamento dessas duas estradas. Certamente estimamos ver o progresso desenvolver-se neste formoso país, e não foi sem experimentar viva emoção que temos saudado a primeira locomotiva que chegou até aqui; entretanto ficamos penalizados vendo tanto trabalho, tanta inteligência e tantos esforços empregados em um dos mais gigantescos trabalhos empreendidos até então no Brasil, como esta magnífica estrada - União e Indústria - ficarem por isso mesmo inutilizados dali a pouco. O homem deve pois abandonar assim, o que lhe custou tantos cuidados e tantos sacrifícios para edificar? Defronte está a estação da estrada de ferro, maciça, pesada e a nosso ver pouco segura. Estamos certos que os construtores deste edifício hão de desculpar nossa franqueza, sobretudo quando souberem que podemos afiançar-lhes ter visto esta estação, tão bem construída aparentemente, não poder resistir a uma chuva um pouco forte, nem mesmo a uma ventania, sem que no dia seguinte haja necessidade de alguns consertos. No horizonte longínquo fogem as linhas da estrada de ferro, e o Paraíba anda vagaroso trazendo de nosso lado as suas ondas. Em breve vos faremos conhecer suas curiosidades, se este itinerário tiver a fortuna de vos agradar, caros leitores; as casas brancas que a um km perdemos de vista, são da Fazenda de Cantagalo, propriedade da Baronesa de Entre-Rios, mais longe acha-se a cidade de Paraíba do Sul, inteiramente decaída de sua antiga importância, a estrada de ferro acabando de dar-lhe os últimos golpes. É 1 hora e 55 minutos, o condutor nos chama, subimos à diligência para continuar nossa viagem (...)" (Revert Henry Klumb: Doze Horas em Diligência - Guia do Viajante de Petrópolis a Juiz de Fora, 1872)

ACIMA: A primeira estação construída em Entre Rios ficava ao lado da estação (muda) da rodovia, a "União e Indústria", que ali se cruzavam. Esta ficava em frente. Ela tinha o estilo típico de chalé. Com o fracasso da rodovia, ainda nos anos 1870, a estação passou a ser da E. F. Dom Pedro II. Notar a tranquilidade do local (Sem data - fotografia original do acervo da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro).

1897
AO LADO:
Acidente na estação de Entre Rios. E outro em Belem (Japeri) (O Estado de S. Paulo, 31/1/1897)

1897
AO LADO:
Acidente na estação de Entre Rios. E outro em Palmeiras (Palmeira da Serra) (O Estado de S. Paulo, 7/2/1897)

1925
AO LADO: Acidente na estação (O Estado de S. Paulo , 15/3/1925).

ACIMA: Estação de Entre Rios, provavelmente anos 1920. Autor desconhecido.

ACIMA: Acidente na estação de Entre Rios (O Estado de S. Paulo, 19/10/1932).
1935
AO LADO: A estação de Três Rios. Notar que os apoios da cobertura da plataforma em frente à estação ficavam fora da área da mesma, apoiadas na calçada (Acervo Maria Cristina de Gusmão Lobo Pedroso).

1939
AO LADO:
Acidente na estação de Entre Rios em 1939 (O Estado de S. Paulo, 29/3/1939)

1939
AO LADO:
Outro acidente na estação em 1939 (O Estado de S. Paulo, 19/4/1939)

1939
AO LADO:
E mais um acidente na estação em 1939 (O Estado de S. Paulo, 9/7/1939).

1940
AO LADO:
Choque de trens na estação (O Estado de S. Paulo, 16/2/1940).

ACIMA: A estação em 1952. Este prédio foi demolido nos anos 1960 e substituido pelo atual. Em termos arquitetônicos, uma enorme perda (Foto do Roteiro Rodoviário Fluminense, 1953).

ACIMA: Comparando com a fotografia de 1952, a bela estação antiga de Três Rios ficava no
ponto dos pisos junto à grama, em 2007 ainda por ali. Sua frente era para a rua onde se vêem
os caminhões e a plataforma para o lado dos trilhos. Ao fundo, vê-se a estação atual,
"modernosa", pequena, e que também dá frente tanto para a avenida quanto para os trilhos
(Autor desconhecido, dezembro de 2007).

ACIMA: Três Rios, outubro de 2012 (Foto Jorge A. Ferreira Jr.).

ACIMA: Segundo Moyses Barbosa, autor da foto em 2018, esta teria sido a parada de trem original de Entre Rios (Tres Rios). Ainda estava em pé nesse ano.

TRENS - Os trens de passageiros pararam nesta estação de 1867 até 1984. Ao lado, o trem Rio-Belo Horizonte, que fazia esse percurso. Clique sobre a foto para ver mais detalhes sobre esses trens. Veja aqui horários em 1968. Paravam também trens da linha Auxiliar e da linha do Norte da Leopoldina. (Guias Levi).
(Fontes: Eduardo Coelho; Maria Cristina de Gusmão Lobo Pedroso; Jorge Alves Ferreira Jr.; Christoffer R.; Biblioteca Nacional; Revert Henry Klumb: Doze Horas em Diligência -
Guia do Viajante de Petrópolis a Juiz de Fora, 1872; Manuel Fernandes Figueira:
Memória Histórica da EFCB, 1908; Max Vasconcellos: Vias Brasileiras de
Communicação, 1928; Roteiro Rodoviário Fluminense, 1953)
     

A estação antiga de Entre Rios. Foto do livro Memória Histórica da EFCB, de Manuel Fernandes Figueira, 1908

Estação de Entre Rios em 1908. Foto do livro Memória Histórica da EFCB, de Manuel Fernandes Figueira, 1908

A estação antiga de Entre Rios - sem data e autor

A estação de Entre Rios, sem data. Autor desconhecido

Pátio e estação de Três Rios, em 1972. Foto cedida por Christoffer R.

Pátio e estação de Três Rios, em 03/2001. Foto Jorge Alves Ferreira

A guarita de Três Rios, em 2001. Foto Jorge Alves Ferreira

Pátio e estação de Três Rios, em 03/2001. Foto Jorge Alves Ferreira
 
     
Atualização: 05.12.2022
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.