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VXY Mogiana em MG
Indice de estações
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Parada Paulista
Bituruna
Rio Casca
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ESTIVE NO LOCAL: NÃO
ESTIVE NA ESTAÇÃO: NÃO
ÚLTIMA VEZ: S/D
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E. F. Leopoldina (1914-1975)
RFFSA (1975-1994)
BITURUNA
Município de Piedade da Ponte Nova, MG
Linha de Caratinga - km 479,463 (1960)
  MG-1544
Altitude: 384 m   Inauguração: 25.08.1914
Uso atual: em ruínas (2021)   sem trilhos
Data de construção do prédio atual: n/d
 
HISTORICO DA LINHA: Este trecho da Leopoldina na verdade era uma junção de várias linhas isoladas originalmente, construídas em épocas diferentes. O trecho entre Entre Rios (Três Rios e Silveira Lobo foi aberto em 1903 e 1904; o seguinte, até a estação de Guarani, ficou pronto em 1883 e havia sido construído e operado pela Cia. União Mineira, até a entrega à Leopoldina, em 1884; o trecho entre esse ponto e Ligação ficou pronto em 1886, enduanto daí para a frente, até Ponte Nova, foi entregue entre os anos de 1879 e 1886. Entre 1912 e 1926, entregou-se a linha até Matipoó (Raul Soares) e finalmente, em 1931, a linha chegou a Caratinga, de onde não passou. Havia um trem de Barão de Mauá, no centro do Rio de Janeiro, para Caratinga, via Petrópolis, todos os dias, desde que a linha completa foi entregue, em 1931. Sem trens de passageiros desde os anos 80 (em 1980 ainda existiam trens mistos fazendo o serviço de passageiros entre Ubá e Caratinga, vindo de Recreio, na antiga linha-tronco da EFL), a linha foi erradicada em 1994 nos trechos Três Rios-Ligação e Ponte Nova-Caratinga; o trecho intermediário consta até hoje como tendo "tráfego suspenso".
 
A ESTAÇÃO: A estação foi inaugurada em 1914.

Foi fechada "em caráter definitivo" em 01/06/1971, de acordo com o relatório da Leopoldina desse ano.

"Passei toda a minha infância e parte da juventude percorrendo o trecho entre as cidades de Raul Soares e Ponte Nova. Estudei na 'Escola da Bituruna' no início dos anos 1950. A professora era D. Miroca. Catei muito papel carbono usado, debaixo da janela daquela estação. Realmente existiu uma grande serraria e uma fábrica de tacos na Bituruna. Fui colega de escola dos filhos do Sr. Camilinho, gerente da serraria. Fui colega dos filhos dos ferroviários que trabalhavam na conservação do trecho da estrada entre Bituruna e Rio Casca. Existiam também duas grandes vendas. Lá, meu avô 'Pilico' comprava macarrão 'Goela de Pato' e meu pai comprava tamancos de madeira para toda a familia. A casa ao lado das ruínas da estação da Bituruna foi construída para o agente Vantinho quando ele se casou com Rone Nicollato. Eles moraram muitos anos naquela casa. Numa das vendas, pela primeira vez escutei Maysa cantando no rádio a música 'Noite do Meu Bem'. Em uma viagem a Capitão Martins, o trem atrasou tanto que cheguei lá durante a madrugada. Desta forma, fui hospedado pelo agente da estação em sua casa que era na própria estação" (Tarcísio de Paula Cardoso, 11/9/2008).

"Bituruna é o caso de outra tragédia consumada. Segundo o "compadre" que aparece numa das fotos, atual morador do local (ao fundo vê-se outra casa, também da EFL e também moradia), Bituruna já foi grande. Tinha uma serraria e uma "taqueira" (fábrica de tacos), alem de muita cana. Ele não se lembra em que época, porém quando acabou a madeira tudo começou a dar para trás. Suponho que, paralelamente ao acontecido em Anna Florência, tudo começou a decair a partir do asfaltamento das estradas próximas, lá pela primeira metade dos anos 1970. Os trens da rede ainda se aguentaram por alguns anos, porem a desativação era inevitável, já não havia cargas nem passageiros. Hoje Bituruna se resume a meia dúzia de casas miseráveis, sem futuro. A cana, maior riqueza e demandante de mão de obra, a cada ano é mais mecanizada. Quem pode deixa o lugarejo, em busca de coisa melhor" (Gutierrez L. Coelho, 09/2004).

"Bituruna realmente teve uma serraria e fábrica de tacos operada pelo meu pai Dr. Ruy Lopes Teixeira até o fechamento, neto do senador José Cupertino fundador do municipio de Rio Casca e proprietario da fazenda Lindóia, onde por acasso a referida estação Lindóia está situada, foi um dos principais articuladores para que a linha férrea atingisse Rio Casca" (Antonio Cupertino, 4/3/2010).

(Fontes: Antonio Cupertino; Gutierrez L. Coelho; Tarcísio de Paula Cardoso; Edmundo Siqueira: Resumo Histórico da Leopoldina Railway, 1938; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias Levi, 1932-1980)
     

A estação em ruínas, em 07/09/2004. Foto Gutierrez L. Coelho

A estação em ruínas, em 07/09/2004. Foto Gutierrez L. Coelho

A estação pouco mudou desde 2004. Foto Julio C. Alves em 2021
 
     
Atualização: 17.04.2021
Página elaborada por Ralph Mennucci Giesbrecht.