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E. F. Leopoldina
(1913-1975)
RFFSA (1975-1994) |
RIO
CASCA
Município de Rio Casca, MG (1911-) |
Linha de Caratinga - km 489,852 (1960) |
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MG-1545 |
Altitude: 332,300 m |
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Inauguração: 01.01.1913 |
Uso atual: centro - assistência social
(2011) |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: Este trecho
da Leopoldina na verdade era uma junção de várias linhas isoladas
originalmente, construídas em épocas diferentes. O trecho entre Entre
Rios (Três Rios e Silveira Lobo foi aberto em 1903 e 1904; o seguinte,
até a estação de Guarani, ficou pronto em 1883 e havia sido construído
e operado pela Cia. União Mineira, até a entrega à Leopoldina, em
1884; o trecho entre esse ponto e Ligação ficou pronto em 1886, enduanto
daí para a frente, até Ponte Nova, foi entregue entre os anos de 1879
e 1886. Entre 1912 e 1926, entregou-se a linha até Matipoó (Raul Soares)
e finalmente, em 1931, a linha chegou a Caratinga, de onde não passou.
Havia um trem de Barão de Mauá, no centro do Rio de Janeiro, para
Caratinga, via Petrópolis, todos os dias, desde que a linha completa
foi entregue, em 1931. Sem trens de passageiros desde os anos 80 (em
1980 ainda existiam trtens mistos fazendo o serviço de passageiros
entre Ubá e Caratinga, vindo de Recreio, na antiga linha-tronco
da EFL), a linha foi erradicada em 1994 nos
trechos Três Rios-Ligação e Ponte Nova-Caratinga; o trecho intermediário
consta até hoje como tendo "tráfego suspenso". |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Rio Casca foi aberta em 1913, pouco depois de ter se tornado município.
Rio Casca teve seus
dias de fama no final de 1947, quando um padre milagreiro e curandeiro
prometia tudo a seus fiéis seguidores. A romaria para lá
foi grande, de todosos cantos do país (veja caixa abaixo, de 1947). De
São Paulo, embora houvesse ligação por trem com
baldeações, a reportagem que foi registrar os eventos
(Folha da Manhã, 15/10/1947), preferiu tomar mesmo o
avião.
Cara para a época (Cr$ 2.200,00 por pessoa, ida
e volta), a viagem São Paulo-Ubá de avião
devia em si já ser uma aventura. A partir de Ubá, podia-se
tomar outro avião, menor ainda, ou uma viagem por trem (um
dia ou uma noite inteiros dali até Rio Casca), "penosíssima,
no mais absoluto desconforto, promiscuidade e falta de higiene, o
que, aliás, é inevitável, dada a fluência
de romeiros". A reportagem tomou mesmo foi um teco-teco,
uma "casca de avelã" por uma hora de voo, por 700
cruzeiros.
Quem não tinha dinheiro, ainda segundo a Folha,
"viaja barato, de trem, e chega à Meca mineira mais morto
que vivo. Quem não for precavido e levar matula, jejuará
compulsoriamente desde Ubá até a cidade dos milagres".
Do teco-teco era possível se ver o trem da Leopoldina vindo
de Ponte Nova, que "avançava com lentidão
incrível, apinhado de passageiros, com gente pelas plataformas
e mesmo na cobertura dos carros".
Já a estrada de
automóveis era um lodaçal. Pelo menos até 1980 ainda trafegavam por ali trens mistos, trazendo passageiros para a estação.
"O
prédio está de pé, relativamente conservado, e ocupado
por uma academia de artes marciais. Todos os demais vestígios
do antigo pátio da estação foram removidos. As áreas antes
ocupadas pelos trilhos hoje estão calçadas e há uma pequena
praça onde estacionam os ônibus que atendem aos escolares
da zona rural. Da caixa d'água, que suponho existiu no pátio,
nem sinal. Ainda está pendurado sobre a plataforma da estação
o velho sino (Gutierrez
L. Coelho, 12/10/2004).
"Meu pai, Dr.
Ruy Lopes Teixeira, dono da serraria e fábrica de tacos
em Bituruna até seu fechamento era neto do senador José Cupertino. Ele foi um dos principais articuladores
para que a linha férrea atingisse Rio Casca" (Antonio
Cupertino, 4/3/2010).
ACIMA: A estação de Rio Casca recebe
o primeiro trem em 1912 (antes da inauguração oficial,
se a data da foto está correta) (Acervo ARCA, cessão
Michel Carelli)
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1921
À ESQUERDA: Na época de fama do padre milagreiro
Antonio Pinto, a Central teve de distribuir informações
em São Paulo sobre como ir de trem a essa cidade, tomando
a Central e depois mudando para a Leopoldina. Ela indicava
como caminhoa mais fácil tomar suas linhas, baldeando
em Barra do Piraí, Conselheiro Lafaiette, São
Julião (hoje Miguel Burnier), Ponte Nova e finalmente
Rio Casca, sendo somente este último trecho pela Leopoldina
(Folha da Manhã, 7/10/1947).
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.ACIMA: A estação e seu pátio
ferroviário, provavelmente anos 1950 (Acervo Gilson Costa).
ACIMA:
Mapa dos anos 1950 mostra a linha passando pelo município de
Rio Casca (mapa parcial) (IBGE: Enciclopédia dos Municípios
Brasileiros, vol. VII, 1960).
ACIMA:
Corte no morro na saída para Ponte Nova - a linha passava aqui
(Foto Pedro Leal Dutra, 21/12/2011).
(Fontes:
Gutierrez L. Coelho; Pedro Leal Dutra; Gilson Costa; Jair Barreiros; Antonio Cupertino;
Amadeu Miguel Gomes; Folha
da Manhã, 1947; IBGE: Enciclopédia dos Municípios
Brasileiros, vol. VII, 1960;
Edmundo Siqueira: Resumo Histórico da Leopoldina Railway, 1938;
IBGE, 1970; Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960; Guias
Levi, 1932-80) |
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A estação de Rio Casca ainda com seus trilhos.
Provavelmente anos 1970. Acervo B. Praça Arte e Fotos |
A estação desativada, em 2001. Autor desconhecido |
Detalhe da porta da estação em 12/10/2004. Foto
Gutierrez L. Coelho |
A estação em 12/10/2004. Foto Gutierrez L. Coelho |
Plataforma da estação em 21/12/2006. Foto Amadeu
Miguel Gomes |
Plataforma da estação em 21/12/2006. Notar o velho
sino. Foto Amadeu Miguel Gomes |
A estação em 21/12/2006. Foto Amadeu Miguel Gomes |
A estação em 5/3/2010. Foto Jair Barreiros |
A estação em 7/9/2015. Foto Gutierrez L. Coelho |
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Atualização:
23.11.2022
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