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Cia. União
Mineira (1883-1884)
E. F. Leopoldina (1884-1972) |
RIO
NOVO
Município de Rio Novo, MG (1883-) |
Ramal de Juiz de Fora - km 247,658 (1960) |
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MG-1826 |
Altitude: 395 m |
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Inauguração: 31.07.1883 |
Uso atual: em bom estado (2018) |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
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HISTORICO DA LINHA: O
ramal de Juiz de Fora teve sua origem em duas ferrovias: a Cia. E.
F. Ramal do Rio Novo, constituída em 1882 e arrendada no ano seguinte
à Cia. União Mineira, que inaugurou o trecho entre Furtado de Campos,
no então ramal de Serraria (Serraria-Guarani, da União Mineira) e
a cidade de Rio Novo. Enquanto isto, em Juiz de Fora, constituiu-se
em 1881 a Companhia Estrada de Ferro Juiz de Fora a Piau, que em 1884
entregou esse trecho, e, em 1888, o uniu a Rio Novo. Dois meses antes,
em agosto, a ferrovia já tinha sido vendida à Leopoldina, que também
estava de posse da União Mineira, unindo então o ramal de Rio Novo
ao ramal de Piau, formando o ramal de Juiz de Fora. Nesta cidade,
o novo ramal se entroncava com a Linha do Centro da E. F. Central
do Brasil. A partir de 1896, no entanto, houve uma série de disputas
judiciais no antigo ramal do Piau, finalmente só resolvidas em 1913
em favor da Leopoldina. O ramal de Juiz de Fora foi finalmente suprimido
pela RFFSA em 8/9/1974. Segundo Hugo
Caramuru, o último trem de passageiros no ramal saiu em 31/01/1972,
dois anos e meio antes da supressão. |
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A ESTAÇÃO: A estação
de Rio Novo foi inaugurada em 1883 pela Cia. União Mineira,
passando em 1884 para o controle da E. F. Leopoldina.
Em 1888, foi
ligada ao ramal de Juiz de Fora ao Piau, também adquirido pela
Leopoldina, formando o ramal de Juiz de Fora.
"Viajar
pela Leopoldina de Juiz de Fora a Rio Novo era um negócio assim meio
pitoresco, havia uma diferença gritante entre os trens da Central
- Vera Cruz - e as Marias-Fumaças da Leopoldina. Um transporte desconfortável,
lento, o carvão da fumaça... Era um misto de desprezo e de sedução
poética. Você conhece o trenzinho caipira de Villa Lobos. Era exatamente
aquilo. A pequena locomotiva era muito abusada. Pequenina, velha,
mas fazia um barulho tremendo ao chegar e sair de Juiz de Fora e Rio
Novo, soltando densos rolos de fumaça e vapor, apitando sem parar aquele silvo estridente, tomando impulso
para subir a serra logo adiante, penosamente, mas abusada.
No percurso,
gente muito simples entrava e saía dos vagões. A paisagem era magnífica,
a Zona da Mata de Minas Gerais, com suas vacas leiteiras e seus pomares,
as bananeiras quase entrando pelas janelas, de tão próximas da linha.
Não havia aquele distanciamento prudente entre a ferrovia e a paisagem
que se vê hoje nos trens modernos de alta velocidade, como se as linhas teimassem em ser como os aviões. O que mais me marcava
era a promiscuidade entre o trenzinho e a paisagem, quer seja a geografia
humana - a gente via o rosto das pessoas, sua expressão de alegria
e curiosidade quando o trem passava, somando-se aos outros rufiões
da zonas boêmias, ou então aos trancos e solavancos dos carros-de-boi,
numa identificação poética e natural com o ambiente físico que interligava,
dando vazão aos latões de leite, queijos e lingüiças trocados entre
os povoados e a orgulhosa cidade grande" (Paulo Couto
Teixeira, Brasilia, DF, 01/2004).
A estação foi
fechada "em caráter definitivo" em 01/07/1971,
de acordo com o relatório da Leopoldina desse ano. O trem de
passageiros havia parado em 30 de janeiro desse mesmo ano. O ramal
fechou oficialmente em 1974.
Em 2018 o prédio estava bem
conservado e já havia
muito tempo sem os trilhos.
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1893
AO LADO: Era melhor mandar por carroça de Rio Novo para Juiz de Fora do que por trem (O Estado de S. Paulo, 6/10/1893). |
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1913
AO LADO: A questão da E. F. Piau, quase
resolvida em 1913 (O Estado de S. Paulo, 15/3/1913).
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1922
AO LADO: O início do fim do ramal com a abertura da rodovia (O Estado de S. Paulo, 23/7/1922). |
ACIMA: O trem Juiz de Fora-São Geraldo chega
à estação de Rio Novo, em 1961 (Acervo Manoel Monachesi).
ACIMA: O carro
de passageiros do último trem do ramal, em 30 de janeiro de 1971, parado na estação (Acervo Manoel Monachesi).
ACIMA: Locomotiva 225 da Leopoldina em Rio Novo (acervo
Hugo Caramuru).
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TRENS - De acordo com os guias de horários, os trens de passageiros
pararam nesta estação de 1883 a 1972. Ao lado,
um destes trens chega à estação de Rio
Novo, em 1961. Clique sobre a foto para ver mais detalhes sobre
esses trens. Veja aqui horários
em 02/1963 (Guias Levi). |
Fontes: Pedro Leal Dutra; Jorge A. Ferreira; Hugo Caramuru;
Paulo Couto Teixeira; Tibor Jablonsky; Manoel Monachesi; O Estado
de S. Paulo, 1913; E. F. Leopoldina: Relatório anual, 1971;
Guia Geral das Estradas de Ferro do Brasil, 1960) |
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A estação em 1928. Autor desconhecido |
A estação nos anos 1950. Foto Tibor Jablonsky |
A estação desativada em foto de 07/2001. Foto
Jorge Alves Ferreira |
A estação desativada em foto de 07/2001. Foto
Jorge Alves Ferreira |
A estação em 5/2011. Foto Pedro Leal Dutra |
Estação de Rio Novo em 2013. Foto Jorge A. Ferreira |
A estação em 2018. Foto Amarildo Mayrink |
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Atualização:
25.11.2022
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