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E. F. do Cantagalo
(1875-1887)
E. F. Leopoldina (1887-1967) |
CORDEIRO
Município de Cantagalo, RJ (1875-1943)
Município de Cordeiro, RJ (1943-) |
Linha do Cantagalo - km 200,588 (1960) |
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RJ-1906 |
Altitude: 486 m |
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Inauguração: 30.10.1875 |
Uso atual: estação rodoviária
(2006) |
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sem trilhos |
Data de construção do
prédio atual: entre 1935 e 1942 |
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HISTORICO DA LINHA: O
que se convencionou chamar de Linha do Cantagalo pela E. F. Leopoldina
correspondia a apenas parte da E. F. Cantagalo, ferrovia original
da região. Entre 1860 e 1873, a linha foi construída e aberta entre
Porto das Caixas e Macuco, além da cidade de Friburgo. Essa linha
originalmente tinha a bitola de 1,676m, depois reduzida para 1,109m
e finalmente para métrica. O prolongamento desde a estação de Cordeiro,
nesse trecho, até Portela, Às margens do rio Paraíba do Sul, somente
foi aberto por pequenos trechos, entre 1876 e 1890, e esse trecho
no início era chamado de Ramal Férreo do Cantagalo. Em 1890 a Leopoldina
já era dona de todo o trecho, e passou a utilizar o termo Linha do
Cantagalo. Esta linha foi fechada por partes: entre Cachoeira de Macacu
e Portela a supressão ocorreu em 1967, enquanto que o trecho inicial
foi suprimido em 1973. Os
trens de passageiros acabaram antes: entre 1962 e 1963 no trecho Cantagalo-Portela
e
em 15 de julho de 1964
no trecho Cachoeira de Macacu-Cantagalo. Em
1969, o trecho inicial do ramal também teve os trens cancelados.
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A ESTAÇÃO: A estação
de Cordeiro foi inaugurada em 1875.
Luiz Serafim Derenzi,
em sua obra Caminhos Percorridos, é quem conta sobre
essa época, quando estudava no Colégio
Anchieta, em Nova Friburgo, as suas aventuras
numa viagem de trem até Cordeiro: "Uma
ou duas vezes por ano saíamos para excursões maiores, de trem
especial, para os Monnerat, os Lemgruber, ou para a fazenda
do Gavião, habitada por uma filha do Conde de Nova Friburgo.
Em Cordeiro demos um recital de música para o público da cidade.
Acontece que nos misturamos com o povo e dentro dele flutuavam
meninas e moças. Bem que tivemos uns flertes, mas com certa
discrição. Mas o diabo foi quando tomamos o trem. As flertadas
perderam a cerimônia e foram se despedir. Muitos, inclusive
eu, estenderam as mãos em despedida,
e as moças não nos deixavam recolhê-las. Houve um que desceu e abraçou, por
sinal, uma linda menina, duns quinze anos presumíveis. Padre Leme,
um dos vigilantes, trilou o apito e, como de praxe, nós nos calamos.
Mas as moças continuaram a nos dizer gracejos gostosos. Ah! Quando
chegamos ao colégio as paredes foram poucas para se cumprirem as penas,
em pé, mão no rosto, voltados para o muro. A turma dos maiores, à
qual eu pertencia, ficou quase toda de castigo durante uma hora. Eu,
que havia ganho uma pérpetua, me mantive com uma das mãos a cobrir
o rosto e a outra no bolso segurando a flor".
Ali era o ponto
de bifurcação da linha, com um curto ramal de 20 km
que seguia para Macuco, e a linha mais longa, que chegava até
a estação de Portela, às margens do rio
Paraíba do Sul. Em outubro deste ano já não havia
tráfego de trens após Cachoeira de Macacu.
Nos anos 1950, a população do distrito-sede de Cordeiro era de 5.272 pessoas.
A
estação foi fechada em julho de 1964.
Em 30/05/1967,
o trecho de Conselheiro Paulino até Portela foi
oficialmente suprimido. A estação virou rodoviária,
e em 2006 estava bastante descaracterizada.
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1876
À ESQUERDA: Selo do Império carimbado na estação
de Cordeiro, em 1876. "A Estação de Cordeiros pertencia
então à Estrada de Ferro Cantagallo, que posteriormente
foi absorvida pela Leopoldina. As malas postais eram permutadas
diariamente com o Distrito Federal e seguiam pela estrada de
ferro até o Porto de Maruí e daí pelas barcas Rio-Niterói
ao destino. O selo do período do império tem a efígie de D.
Pedro II, da segunda série da American Bank Note, emitido em
1876. O carimbo é também do Império, do tipo legendado com cercadura,
sem data, classificado no catálogo já citado, sob o nº 1281"
(Reprodução e texto: Marcio Protzner, 02/2009). |
ACIMA: A cidade de Cordeiro nos anos 1940, com
a estação (centro-esquerda). Ao fundo, a linha que segue
para uma semi-rotunda e galpões da ferrovia (Acervo Museu Municipal
de Cordeiro, cessão Gutierres Lhamas Coelho).
ACIMA: Duas fotos, uma dos anos 1930 e outra dos anos 1940. Na maior, a flecha mostra o prédio antigo da estação
e no menor, a estação nova (Cessão: Paulo Martins).
(Fontes: Ronnie Peterson Silva de Andrade;
Gutierrez L. Coelho; Márcio Protzner; Carlos Latuff; Serafim
Derenzi: Caminhos Percorridos; Guia Geral das Estradas de Ferro do
Brasil, 1960; Mapa - acervo R. M. Giesbrecht) |
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A estação, rodoviáriio em 2003. Foto
Gutierrez L. Coelho |
A estação, rodoviária em 2003. Foto
Gutierrez L. Coelho |
A antiga estação em 2006. Foto Carlos Latuff |
A ex-estação, ainda rodoviária em 16/3/2016. Foto Fernando Marietan |
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Atualização:
29.11.2022
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