|
|
V. F. Rio Grande
do Sul (n/d-c.1940) |
GIARETTA
Município de Erechim, RS |
Linha Marcelino Ramos-Santa Maria -
km |
|
RS-2206 |
Altitude: - |
|
Inauguração: n/d |
Uso atual: provavelmente demolida |
|
com trilhos |
Data de construção do
prédio atual: n/d |
|
|
|
HISTORICO DA LINHA: A
linha unindo Marcelino Ramos e Santa Maria foi ideealizada em 1889
juntamente com todo o trecho entrte Itararé, SP, e Santa Maria,
RS, pelo engenheiro Teixeira Soares, visando a ligação
ferroviária do Rio de Janeiro e São Paulo com o sul
do País e também a colonização de boa
parte do percurso, locais ainda virgens. A parte correspondente ao
Estado do Rio Grande do Sul acabou sendo construída separadamente
do restante do trecho (que seria chamado de linha Itararé-Uruguai)
e entregue em 1894 à Cie. Sud Ouest Brésilien, e em
1907 cedida à Cie. Auxiliaire au Brésil. Em 1920, passou
para o Governo, formando-se a Viação Férrea do
Rio Grande do Sul, que, em 1969, teve as operações absorvidas
pela RFFSA. Com parte do trecho desativada em meados dos anos 1990,
em 1996 a ALL recebeu a concessão da linha, bem como de todas
as outras ainda existentes no Estado. Trens de passageiros circularam
até os anos 1980 pela linha. |
|
A ESTAÇÃO: Em 1923,
durante os combates entre maragatos e chimangos, um deles se travou
no desvio Giaretta, "onde a pretensão dos maragatos
era dinamitar os trilhos, pois Borges de Medeiros havia determinado
o deslocamento das tropas de Firmino de Paula a Erechim em duas composições
ferroviárias com vagões de cargas blindadas"
(Gladis H. Wolff, op. cit.). Isto inclusive mostra que em 1923
o desvio já existia, embora não se saiba a data de abertura
do mesmo (ver caixa abaixo)
Giaretta aparece como uma parada nas listas de estações
do Guia Levi de 1940, mas não mais tarde, o que leva a crer
que foi desativada no início dessa década. Também
Ariosto Fortes e o Guia Geral não o citam em 1962 e
1960, respectivamente.
Ainda segundo Gladis Wolff, o chamado Desvio Giaretta
era um ramal ferroviário partindo no trecho entre Erechim
e Capo-Erê. Sua desativação deve
ter se dado em função da diminuição das
atividades madeireiras na região.
"Nesta localidade meus descendentes que vieram de Blumenau
- Santa Catarina se estabeleceram, obtendo terras ainda virgens e
meu bisavô Giuseppe Francisco Longo, meu avô Gomercindo Longo e seus
irmãos, forneciam lenha em metro para alimentar as composições a vapor
do ramal. Meu avô Gomercindo contava que certa feita lá no Desvio
Giaretta, uma guarnição do exército se encontrava em marcha e parou
próximo das terras de meu bisavô Giuseppe, e eles vinham percorrendo
as propriedades pedindo comida, pois o trem havia quebrado no caminho
e demoraria dias. Ele então falou ao capitão que mandasse seus homens
matarem uma das vacas de leite recebidas do Governo, para alimentar
sua tropa. Pouco tempo depois meu bisavô Giuseppe e bisavó Amábile
foram presos por não falarem a língua portuguesa e foram alojados
no Paiol-Grande em Erexim. Foi então que o referido capitão verificando
os presos nas celas, identificou e reconheceu meus bisavós presos.
Então deu a ordem ao seu sargento: - soltem imediatamente o Sr. Giuseppe
e dona Amábile, pois eles tiraram comida dos seus filhos para alimentar
meus homens" (Gilson Luiz Palma Longo, 28/1/2015).
ACIMA:
O combate no Desvio Giaretta (O Estado de S. Paulo, 28/6/1923).
(Fontes: Gilson Luiz Palma Longo; O Estado
de S. Paulo, 1923; Gladis Helena Wolff: Trilhos de Ferro, Trilhas
de Barro, 2005; Ariosto Borges Fortes: VFRGS, suas estações
e paradas, 1962; Guias Levi, 1932-1980; Guia Geral das Estradas de
Ferro do Brasil, 1960; Mapas - acervo R. M. Giesbrecht) |
|
|
|
|
|
|
|
Atualização:
15.02.2018
|
|